Segundo o Jornal de Notícias, a produção de mel em Trás-os-Montes está a crescer e já tem um peso de 15,2% a nível nacional, mas 20% dos lucros ficam na distribuição. A apicultura em Portugal confere um rendimento anual de 33 milhões de euros.
Esta desorganização e complexidade dos circuitos de distribuição é prejudicial à justiça social e mostra a distorção da economia nacional que impede um desenvolvimento racional e justo.
A falta de organização traz à ideia a ASAE que foi criada para simplificar a complexidade da fiscalização económica existente na altura. Mas ela não responde inteiramente à necessidade por se situar na óptica da repressão e não da reorganização da economia, como muito bem analisa Manuel Pedroso Marques na pág. 84 do seu livro TEMPOS DIFÍCEIS DECISÕES URGENTES:
«Toda a evolução regulamentar do comércio que tem sido produzida, nas últimas décadas, obedece a critérios fiscalizadores e punitivos, permanecendo ignorada a regulamentação protectora da actividade dos ataques de concorrência desigual e desleal. Os efeitos das regulamentações produzidas, em certos casos, destrói em vez de proteger a competitividade da produção nacional no mercado interno»
E não refere especificamente os circuitos dos produtos desde a produção até ao consumidor, com impensável quantidade de intermediários, todos a encarecerem o produto em prejuízo do consumidor. Ninguém se preocupa com a função social da empresa em relação aos clientes, aos fornecedores, às famílias dos trabalhadores e à população vizinha.
O caso concreto do mel mostra a distorção da economia nacional. O produtor é o menos contemplado, a cadeia de sucessivos distribuidores leva a maior fatia em prejuízo do consumidor. O que fez a ASAE contra a longa cadeia de etapas que os produtos percorrem desde o produtor até ao consumidor? Não acontece apenas no mel, mas também nas frutas, nas batatas e em tudo o que sai da agricultura, do sector primário.
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