quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A China entra na Europa pacificamente

«A chegada das empresas chinesas perturbou o mercado da construção civil e os concursos na Polónia, e suscita o interesse do vizinho checo. O seu segredo: preços baixos, pontualidade e integração de mão-de-obra local. Para além do apoio do Governo de Pequim.»

A notícia «O caminho está livre para as estradas chinesas» vem ao encontro do texto publicado em «Revolução imparável em curso».

O Grupo empresarial COVEC (China Overseas Engeneering Group), com sede instalada no subúrbio de Varsóvia dirige a expansão – há muito planeada – de Pequim na Europa. Após ter ganho o concurso para a construção da auto-estrada A-2 da Polónia, comunicou que estava interessada em projectos semelhantes noutros países europeus, incluindo na República Checa.

A Polónia é co-organizadora, com a Ucrânia, do próximo Campeonato Europeu de futebol, em 2012, e tem necessidade de centenas de quilómetros de novas estradas e o tempo é apertado. É lógico que este país de 40 milhões de habitantes procure aproveitar esta ocasião única, para mostrar ao mundo os imensos progressos realizados nos últimos anos. É bom que se saiba que a Polónia é um dos raros países da União Europeia que, apesar da crise económica que preocupa muitos estados europeus, não teve nem recessão nem um défice orçamental significativo. A Bolsa de Varsóvia, após algumas hesitações dos investidores, tornou-se uma das praças financeiras europeias mais procuradas pela sua estabilidade.

A entrada das empresas chinesas nos concursos permite escapar à maldição da corrupção endémica que envolve a construção de auto-estradas. Graças ao novo sistema que os concursos passaram a seguir o custo de construção de um quilómetro de auto-estrada passa para um terço, em poucos anos.

Imagem da Net

2 comentários:

Pedro Coimbra disse...

E uma grande dose de concorrência desleal caro João.
Mão-de-obra explorada até ao tutano, que gera custos ridículos, ausência total de prtecção social, uma moeda mantida artificialmente fraca.
Tudo factores que não se podem esquecer para explicar o "milagre chinês".
Um abraço

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

É realmente conveniente que os responsáveis pelos países tenham consciência dessa verdade acerca dos factores negativos que permitem a concorrência desleal e o progressivo domínio o mundo. Não há bela sem senão.
Mas é preferível a colonização pela via económica do que a feita pela guerra. Os EUA estão a perder poder estratégico apesar de estarem sempre em guerra destruindo património artístico, cultura, e muitas vidas, sem ser obtido resultado proporcional para bem das gentes locais e dos EUA. Veja-se o Iraque e o Afeganistão, sem esquecer o Kosovo, os bombardeamentos à Líbia, a estada na Somália, o Vietname.
Não é fácil nem rápido reformar um país com mais de mil milhões de habitantes e uma acomodação enraizada em tradições. Foi preciso muita habilidade dos líderes para evitar actividades explosivas depois da implosão da União Soviética.
Perante essa forte tendência expansiva todos os países do mundo devem precaver-se e evitar a submissão. E neste aspecto, a Europa não está com líderes competentes para poder resistir a tal invasão, como se vê no artigo A Europa à beira da implosão total

Um abraço
João
Sempre Jovens