O primeiro-ministro afirmou que vai procurar envolver o PS no fim do programa de ajustamento, previsto para 17 de Maio e no cautelar, isto é, que vai pedir ao PS uma "pacificação em nome do interesse nacional" para que Portugal termine o programa de assistência económica e financeira e inicie um esforço profícuo de reconstrução e recuperação.
É frequente o PM apelar à convergência, ao consenso, ao entendimento, ao envolvimento, à pacificação. Mas não tem tido êxito. Porquê? Parece que faz uma má interpretação do significado das palavras. Ele parece querer subordinação, colaboração unilateral, , concordância e aplauso, o que são coisas diferentes do entendimento.
O primeiro passo para o entendimento tem que ser dado pelo Governo, aceitando propostas e sugestões dos partidos da oposição, de parceiros sociais e de cidadãos. Sem essa disposição para aceitar, não parece possível haver convergência, consenso, ou entendimento.
O PM tem mostrado estar disposto a seguir o lema «quero, posso e mando, custe o que custar, doa a quem doer». Mas isso é o oposto ao que agora, mais uma vez, diz querer.
Por outro lado, a oposição não pode contentar-se com a demolição do Governo e transformar tudo em terra queimada. A oposição tem que mostrar que se preocupa com o destino dos portugueses e apresentar-se como alternativa válida, com propostas e sugestões realistas e construtivas que mais tarde, ao pedir o voto nas urnas, possa usar como argumento do seu patriotismo e da sua capacidade para governar.
Seria construtivo e geraria confiança nos políticos se as tricas partidárias, em vez de demolidoras, fossem uma concorrência à apresentação das melhores soluções para um futuro melhor. E, sempre que a urgência se impõe devem aceitar-se entendimentos consensuais, fazer-se ajustamentos nas medidas a tomar a fim de se conseguir os melhores resultados para bem dos cidadãos. Dessa conversa cada um pode beneficiar das soluções que apresenta, dando-lhes a publicidade que achar mais conveniente.
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Em defesa das minorias
Há 30 minutos
3 comentários:
Caríssimo João,
Completamente de acordo com o teu post mas para que isso aconteça teria que tudo começar por se alterar o que se passa na AR (nº de deputados, suas mordomias, revisão do seu orçamento,incompatibilidades destes, etc.,etc.) Por outro lado os procedimentos das pensões deveriam ser iguais para todos os portugueses tal como o que se passa com a SS. Não pode haver "filhos e enteados".
As vagas nos diversos serviços deveriam ser alvo de concursos e deve haver avaliação para toda a gente para se melhorar a qualidade e competência dos serviços! Ora é isso que nenhum partido seja ele de esquerda ou de direita quer pois isso retira-lhes votos. Desta forma é só "BLÁ, BLÁ" e nada mais!
Um forte abraço.
Caro Luís,
Apanhaste a ideia. Reallmente, ela assenta na necessidade de uma profunda REFORMA DO ESTADO. Neste momento o grande inconveniente desta pseudo democracia reside na forma como funcionam os partidos, na imoralidade e ausência de ética e de sentido de Estado que eles defendem dentro e fora da AR. As juventudes são ninhos de delinquentes que aprendem a governar-se à custa dos contribuintes. Aprendem a praticara corrupção, o tráfico de influências, as negociatas, a melhor forma de enriquecimento ilícito em volume e rapidez por qualquer forma. Para isso fazem o jogo do Poder financeiro e das grande empresas e instituições nacionais ou supra nacionais onde depois se encaixam como lares de terceira idade. Mereceria a pena analisar os casos dos recentes «empregos» de Álvaro Santos Pereira, Vítor Gaspar e Arnaut. São apenas três exemplos que surgiram quase simultaneamente. Mas não se esqueça outros como o de Jorge Coelho na construtora Mota Engil depois dos negócios que esta fez com o Estado quando ele foi Ministro das Obras Públicas.
Isto lembra que o Estado precisa de «uma excelentíssima e reverendíssima reforma» como há séculos Lutero disse da Igreja.
Abraço
João
Os Coelhos
são animais fugidios
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