sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Direito a não emigrar

O artigo de opinião Pactos de regime cita a frase da mensagem do Papa que diz "antes do direito a emigrar há que reafirmar o direito a não emigrar, isto é, a ter condições para permanecer na própria terra".

Refere que «as estatísticas escondem as inúmeras famílias desfeitas, filhos que crescem longe dos pais» engenheiros e professores sem emprego demasiado novos para ir para a reforma e demasiado idosos para ser contratados, restando-lhes a emigração, como única forna de sobreviver.

O autor diz que: «Está na hora de os nossos políticos olharem para as taxas de desemprego e de emigração e lerem nelas o sofrimento que as políticas levianas da austeridade, "do custe o que custar", estão a provocar. A questão não é ideológica, muito menos partidária: a austeridade é válida se, no final, ajudar a diminuir o défice e a dívida – mas não é isso que está a acontecer. Está na hora dos partidos se entenderem em pactos de regime que – respeitando os compromissos assumidos – tornem de novo possível a fixação de recursos e a criação de riqueza.»

NOTA: Este texto tem muito interesse para «vermos» o País real, sentindo os sofrimentos das pessoas e compararmos com a superficialidade, sem medidas concretas nem agenda da afirmação do PM "Queremos crescer nos próximos anos acima da média dos últimos 12". Provavelmente, o PM seria convincente se tivesse dito «queremos reduzir o défice nos próximos meses para ficar abaixo da média dos últimos 17 meses». Tanta emigração forçada poderá fazer com que o Governo queira os reformados a trabalhar, para compensar a população activa que sai e a economia possa subsistir.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
Realmente a emigração traz consigo grandes sofrimentos pois afasta casais, filhos destroçando por vezes as próprias famílias. Temos sido ao longo dos tempos um País de emigrantes julgo que podemos dizer que não há uma família que não sinta e viva tal estigma! Pena que os nossos (des)governantes não emigrem para nosso descanso... mas não precisam pois por cá se governam "à grande e à francesa"! Um grande e forte abraço.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Escreves a parte humana da emigração que, realmente, tem aspectos muito confrangedores. Mas, repara que para os nossos (des)governantes como lhes chamas, ela é uma fonte de dinheiro para satisfazer a obsessão neurótica pelos números de que sofrem os tentáculos do polvo.

Ao contrário da tua sugestão para que eles emigrassem, eles têm aqui o seu maná e comportam-se como maus colonos que estão agarrados às suas vítimas a quem sugam todas as energias, pensando apenas nos benefícios próprios e na melhor maneira de sugarem os mais desprotegidos que estão mercê das garras felinas dos devoradores canibais.

Para comprovar a voracidade dos partidos, repara nas palavras de observadores que se apresentam com credibilidade apartidária e que mostram bem os motivos que levam cada político a tirar o máximo benefício de determinadas hipóteses que lhes são mais favoráveis.
Gente da pior espécie, com um egoísmo sem limites e total ausência de amor à Pátria, isto é. sem o mínimo respeito pelas pessoas que são vítimas dos seus dislates. Haja alguém que nos mostre uma medida que, para cortar as despesas injustificadas do Estado, corte nas fundações, nos observatórios, reduza a BUROCRACIA, combata a Corrupção, racionalize a utilização dos «boys» e os seus salários e mordomias em assessores, especialistas e «gestores» de empresas públicas e municipais, etc... O Tribunal de Contas tem referido isso em vários relatórios mas o Poder legislativo, absoluto e com laivos de hitlerismo ou outro tipo de ditadura, desrespeita órgãos que devem ser acatados por todos porque desempenham papel de controlo altamente necessário e patriótico.

Eles não precisariam de emigrar, mas deviam ser despatriados e enviados para recreio num dos muitos grandes icebergues da Antártida, com bilhete de avião de ida só até ao meio do caminho.

Abraço
João