O povo gosta de paz, mas não sabe geri-la esforçando-se por desenvolver os seus pontos positivos e evitar tudo o que a possa deteriorar. As mudanças de governo e as de regime, raramente conduzem a um ambiente mais salutar em todos os aspectos da vida nacional. Nesta data, o exemplo mais visível é o do Egipto, em que a deposição do ditador não trouxe a felicidade desejada.
As reflexões advenientes das notícias sobre os acontecimentos no vale do Nilo, levaram a dar uma vista de olhos à Internet, para tentar compreender os males actuais da «democracia»
A Wikipedia diz:
Democracia ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos - forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista,republicano ou monárquico.
As Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções. A distinção mais importante acontece entre democracia direta (algumas vezes chamada "democracia pura"), quando o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indireta"), quando o povo expressa sua vontade por meio da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram(..).
O sistema de eleições que foi usado em alguns países capitalistas de Estado, chamado centralismo democrático, pode ser considerado como uma forma extrema de democracia representativa, onde o povo elegia representantes locais, que por sua vez elegeram representantes regionais, que por sua vez elegiam a assembleia nacional, que finalmente elegia os que iam governar o país. No entanto, alguns consideram que esses sistemas não são democráticos na verdade, mesmo que as pessoas possam votar, já que a grande distância entre o indivíduo eleitor e o governo permite que se tornasse fácil manipular o processo. Outros contrapõem, dizendo que a grande distância entre eleitor e governo é uma característica comum em sistemas eleitorais desenhados para nações gigantescas (os Estados Unidos e algumas potências europeias, só para dar alguns exemplos considerados inequivocamente democráticos, têm problemas sérios na democraticidade das suas instituições de topo), e que o grande problema do sistema soviético e de outros países comunistas, aquilo que o tornava verdadeiramente não-democrático, era que, em vez de serem escolhidos pelo povo, os candidatos eram impostos pelo partido dirigente.
E a realidade actual?
Na estrutura partidária, tal como agora funciona, a democracia directa fica demasiado onerosa aos contribuintes, pois cada referendo na busca de solução para os assuntos da governação fica caro na campanha de propaganda partidária devido aos custos que é hábito o Estado pagar aos partidos, os quais, por seu lado, se servem da propaganda para aliciar os eleitores menos informados e mais influenciáveis em sentido raras vezes benéfico para os interesses nacionais.
Mas a democracia representativa, também não satisfaz às razões e motivos que conduziram à criação do conceito. A delegação de poderes feita pelo eleitor no acto de votar pressupõe um contracto em que cabe ao eleito a responsabilidade de cumprir as promessas por si feitas para receber em troca, o voto. Mas tais promessas são esquecidas imediatamente após a contagem dos votos e as decisões do Governo, além de mal estudadas e fundamentadas, o que origina recuos e alterações, são resultado de intuições e caprichos, de pessoas mal preparadas, com a arrogância do «custe o que custar» e «doa a quem doer», sem o mínimo respeito pelos interesses colectivos dos incautos e confiantes eleitores.
E, assim, a palavra democracia serve apenas como decoração de oratória, no meio de palavras sem conteúdo, apenas destinadas a iludir os eleitores. É tão ornamental que vários Estados autoritários, com regimes de características ditatoriais se auto-denominam «Repúblicas Democráticas.
Os eleitores mais esperançados no futuro, desejosos de para ele contribuírem com o seu próprio esforço e receosos de regimes autoritários ou ditatoriais, acabam por se ver constrangidos a apoiar governos ineficazes, com o argumento de que terão «ao menos, o mal menor».
Mas, na realidade, tal como estamos a assistir desde há décadas, a democracia parece estar transformada em «ditadura a prazo renovável». Se a ditadura clássica dura até que o ditador morra ou seja apeado, em «democracia», dura um mandato a que podem seguir-se outros. Em vez de os contribuintes terem de enriquecer um ditador, têm de o fazer a vários e à volta deles ver crescer a hidra ou o polvo incontrolável e insaciável de «elites» milionárias enriquecidas ilegitimamente, com mordomias, tráfico de influência, promiscuidade entre público e privado, corrupção, etc. O poder financeiro do polvo constituído pelos políticos activos e já inactivos demonstra bem quão grande é a ambição de riqueza por qualquer forma e como lhes foi possível satisfazer esse objectivo...
Não é de admirar que haja muita gente esclarecida que tenha deixado de crer nas virtudes da democracia, tal como hoje é praticada, e considere que ela está próxima do fim. A capacidade das gentes de hoje, bem apoiada pelas facilidades dadas pelas novas tecnologias, hão-de permitir encontrar nova fórmula de governo mais transparente e controlável de maneira a satisfazer a vontade e os interesses colectivos. Só não será assim se as grandes maiorias se recusarem a intervir, ficarem indiferentes aos seus destinos e se submetam abulicamente aos abusos do feudalismo dos grandes poderes económicos e financeiros.
Ninguém é dono de ninguém e é indispensável que as pessoas não se deixem acorrentar por trelas de aço e recusem os sistemas em desenvolvimento que pretendem o controlo total de cada gesto, cada passo, ou cada palavra dos seres humanos.
Imagem do Google
Um mês e muitos pesadelos depois
Há 1 hora
2 comentários:
O mito de que os regimes partidários são democráticos ocorre porque as pessoas acham que o direito ao voto, sozinho, caracteriza o sistema democrático.
Mas estando a outra metade faltando, que é o direito à candidatura, hoje totalmente sob controle dos partidos políticos, limita o papel do eleitor a legitimar as escolhas que os partidos fizeram à sua revelia.
O eleitor é convocado a ratificar estas escolhas para dissimular o caráter oligárquico desse sistema. E quanto a ser multipartidário, nada impede que os partidos existentes entrem em acordo e se comportem como partido único. Aliás, negociações visando a acordos é a principal ocupação dos políticos depois de eleitos.
São muito claras estas suas considerações. Os partidos tratam os eleitores como burros estúpidos. Para mais, quando se trata de legislativas, o eleitor vota numa lista, por vezes com duas ou mais dezenas de nomes de que poucos ou nenhum são conhecidos da maior parte dos eleitores.O voto é um tiro no escuro, decidido com base em promessas e propaganda que chega por meio de uma pessoa «bem falante», qualidade que é comum nos vigaristas!
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