A austeridade morre solteira, pois está a ser repudiada por todos os pensadores «honestos», embora alguns governantes, com menor capacidade inovadora e de análise alargada de todas as possibilidades, se sintam obcecadamente amarrados a ela «custe o que custar».
Aníbal Cavaco Silva diz que obviamente as medidas de austeridade tomadas pelo Governo têm efeito recessivo que afecta o rendimento dos cidadãos e, como tal, o consumo, que «as expectativas dos empresários não são muito positivas” e provocarão “um forte aumento do desemprego, sobretudo entre os jovens, onde atinge os 35%”.
José Manuel Durão Barroso diz que os Governos nacionais são responsáveis pelas medidas de austeridade que aplicam, e não a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu ou o Fundo Monetário Internacional. Sublinhou que "as decisões não são tomadas pelas instituições europeias, mas sim pelos Governos da Europa, e isso é muito importante em termos de responsabilidade, porque esta é parte do problema", já que alguns governos tentam passar a ideia de que as medidas que adotam lhes são impostas, "o que não é verdade". Insistiu que "é muito importante que se clarifique esta questão da responsabilidade", porque "alguns governos dizem ao seu público que têm problemas porque 'eles', aqueles 'fulanos' em Bruxelas, ou em Frankfurt, no caso do BCE, ou em Washington, no caso do FMI" estão a impor-lhes algo, "e isto simplesmente não é verdade", e dificulta ainda mais a aceitação de medidas já de si "dolorosas".
Christine Lagarde, directora-geral do FMI, pediu aos Estados que ponham uma travão às medidas de austeridade, dando sinais de que a sua instituição está a ficar cada vez mais preocupada com o impacto dos cortes governamentais sobre o crescimento.
António José Seguro acusa governo de “condenar o país ao empobrecimento”, com o agravamento das medidas de austeridade.
João Salgueiro, antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos, com a sua vasta experiência nos «Planos de Fomento» da década de 60, diz que «a alternativa às políticas de austeridade é um modelo económico virado para "encorajar o investimento produtivo".
Numa entrevista à Lusa, disse que a solução para a crise terá de passar por um novo modelo para a economia. O Governo devia assim fomentar o "investimento produtivo": "Não há outro [caminho]. É o que todos os países fizeram. Temos de concentrar todas as nossas atenções no investimento produtivo."
E como é que se encoraja o investimento produtivo? "Não tem nada que saber", responde Salgueiro. "O capital para nós é ilimitado. A competência técnica é ilimitada. A capacidade empresarial é ilimitada. Temos todo o capital de que precisamos, se o atrairmos." Quanto às formas de atrair capital, Salgueiro diz que basta "criar condições para isso": "Vamos ver as boas práticas dos países que tiveram sucesso. Até o Vietname está a atrair investimento americano, tendo um Governo comunista!" Salgueiro aponta uma série de obstáculos ao investimento em Portugal que na sua opinião poderiam ser rapidamente afastados. Refere a excessiva burocracia para instalar um negócio produtivo.
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Rapidinhas de História #7
Há 3 horas
1 comentário:
Cavaco Silva disse:
“Nas presentes circunstâncias, não é correcto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objectivo de défice público fixado em termos nominais”.(...)
“devem ser definidas políticas que garantam a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo e deixar funcionar os estabilizadores automáticos”.
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