sexta-feira, 20 de julho de 2012

Januário e o ideal cristão

Numa época em que é reconhecido pelos mais altos areópagos internacionais o direito à liberdade de opinião e de expressão, D. Januário Torgal Ferreira, na sua qualidade de cidadão e usando a sua conhecida frontalidade e coragem, disse em entrevista aquilo que se ouve, de forma tímida e cuidadosa, em conversas e, de forma mais ousada, se lê-se em e-mails. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o Bispo falhou pelo estilo com que se exprimiu.

Segundo Manuel António Pina, Januário disse que "há jogos atrás da cortina, habilidades e corrupção, este Governo é profundamente corrupto nestas atitudes a que estamos a assistir". E refere que no mesmo dia o vice-presidente da Transparência Internacional afirmava que os envolvidos nas privatizações da EDP e da REN devem ser chamados a responder pelo que se terá passado "atrás da cortina".

No entanto, saltaram à liça políticos com ares de ofendidos, porque dependem do Governo ou das regras que lhes são úteis para a subida na carreira politica e procuram ganhar pontos úteis para a avaliação na sua dedicação ao partido. Não podemos estranhar esta submissão a regras de comportamento que lhes facilitam os objectivos da carreira, mas tal como acusam o estilo de Januário, também não precisavam de usar a expressão «declarações graves» ou a de "exercício gratuito de insulto e de difamação".

Estes epítetos caberiam com maior rigor a comentários, artigos de opinião, declarações partidárias, notícias de jornal relacionados com factos reais da situação actual. Por exemplo, tiveram oportunidade de usar o mesmo critério contra a alta figura do PSD que diz que o regime político deve ser substituído porque não resolve problemas do país. Ou contra «camaradas de partido que atacaram os casos Relvas.

Januário pode ter falhado pelo estilo, mas alguns críticos das suas palavras não usaram estilo mais ético, antes se serviram da arrogância que a cadeira em que se sentam lhes empresta.

Certamente, o Bispo D. Januário Torgal Ferreira, que durante a vida muito meditou sobre o amor ao próximo, quer realçar os valores éticos e democráticos de equidade e de justiça social entre todos os irmãos cidadãos.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Mentiroso disse...

Se as palavras do bispo nem sempre têm merecido elogios, estas suas acusações fazem um fiel retrato do que se passa coma as corjas que são as associações de criminosos que têm governado e governam o pais. Nenhum político tem direito a qualquer crítica ao que o D. Januário disse. todos estão a roubar o povo das mais diversas maneiras e manter ou conceder privilégios a certas classes, incluindo a sua.

Como se numa democracia pudesse haver classes – como em Portugal as há, logo Portugal não pode ser uma.

As corjas não podem falar de ética quando em todos os países mais ou menos atingidos pela crise os políticos e governantes cortaram os seus ganhos entre 20% e 30%, enquanto a ladroagem nacional escarnece a populaça com uma risota de 5% como os funcionários.

É este bando de corruptos, ladrões e impostores que fala em ética?

Ora o bispo que como Major-General que foi recebe a sua reforma e continuou a trabalhar completamente de graça. O montante da sua reforma, ainda que exagerado em comparação ao nível de vida nacional é o estipulado pela lei, incomparavelmente inferior aos das corjas da ética ainda muito, muito inferior ao da cabra miserável que preside os vigaristas que dizem representar o povo que os elegeu pelas burlas que lhes contaram para lhes sacar os votos. Afinal, quem deveria ter uma reforma superior? O bispo que trabalhou durante décadas ou a cabra que se reformou aos 42 anos de idade e 10 de descontos?

Ética, não é?

A. João Soares disse...

Caro Amigo,

A sua coragem e frontalidade não fica atrás da usada por D. Januário. Os «boys» ex-jotas não gostam. Cuidado, porque a falta de ética que os (des)norteia faz temer qualquer tipo de retaliação. Não admitem críticas vindas do exterior do clã ou bando ( o termo «classe», como muito bem diz, não tem lugar em democracia), só os de dentro podem dizer o que pensam mas devem ter cuidado para agradar aos chefes, a fim de não arriscarem a subida na carreira.

É muito preocupante pensar no destino que estes «inteligentes» superdotados, que se consideram donos do país, estão a preparar para os portugueses de amanhã.

Abraço
João