A «saúde» de uma sociedade, não é fácil de avaliar por governos em que imperam os números do orçamento e do défice, porque a matemática usada pelos economistas não contém fórmulas sofisticadas para abranger os sentimentos das pessoas. Nem os ligados ao Direito desde uma cadeira de 10 valores há dezenas de anos até à licenciatura, mesmo que com o devido tempo de maturação, possuem tal matemática social.
Sem matemática, mas com uma observação curiosa, persistente e abrangente, poderão vislumbrar correlações entre diversos sinais ou indícios técnicos e esboçar hipóteses de previsão. Neste momento começam a ser visíveis sinais preocupantes. Vejamos alguns.
O Governo, para fazer face ao défice e à dívida acumulada e estando submetido a pressões exteriores autoritárias, arrancou com um ataque de austeridade muito duro, que atingiu mais fortemente os funcionários públicos e os reformados e pensionistas. Por exemplo, os cortes dos subsídios de férias e de Natal equivalem a um corte de 14,28% do salário anual. O aumento do IVA e de outros impostos e as reduções de benefícios sociais e na saúde, vieram juntar-se aos aumentos de preços de bens de consumo indispensáveis, diminuindo o poder de compra, de que resultou quebra do consumo, menor facturação do comércio e da restauração, menor produção das empresas, falências (crise afecta grande comércio e obrigou ao encerramento de 37 lojas), desemprego, menor massa fiscal e agravamento do défice orçamental e das carências das pessoas. Estas têm que limitar os cuidados de saúde e de alimentação, e já parece notório o aumento de óbitos. Dez mil famílias e empresas arrastadas para a falência no primeiro semestre.
Embora o PM continue com a sua persistência na austeridade em estilo «custe o que custar», e não se sentindo tentado pela solução que Hollande aplica em França, surgem na sua área ideológica opiniões que mostram que a convicção de que a austeridade não é solução para o prometido e desejado crescimento, antes pelo contrário. Vieram a público opiniões nesse sentido. Segundo Miguel Beleza, austeridade selectiva “não é muito fácil nem eficiente” segundo António Rebelo de Sousa, "Portugal seguiria caminho da Grécia" com mais austeridade, segundo Francisco Van Zeller, “não há margem para mais austeridade na nossa sociedade"; o próprio PR disse que não é fácil encontrar espaço para mais sacrifícios.
Estas e outras opiniões demonstram que a situação é difícil, mesmo grave, e são temíveis reacções populares desagradáveis e que poderão desencadear uma dramática quebra da desejável Paz interna. Os sinais estão a surgir como avisos, alertas, a tomar em consideração para eliminar as causas. Não deve deixar de ser dada atenção ao significado de notícias como estas: Cavaco foi apupado em Almourol, na Póvoa de Varzim e noutros locais; Passos foi vaiado em Braga e na Figueira da Foz; Álvaro foi assobiado e travado por manifestantes na Covilhã; Silva Martins foi recebido com assobios e gritos em Vila Real de Santo António. Começam a ser frequentes as visitas oficiais a toque de assobios.
E solução não pode ser a de permitir que as forças repressivas actuem no estilo da Líbia ou da Síria porque, além de estarmos numa situação geográfica diferente, somos uma sociedade com outras tradições e inserida na União Europeia. A crise impõe serenidade para a busca, em diálogo alargado, das melhores soluções que contribuam para o crescimento com justiça social, equidade dos sacrifícios para não colocar em risco a harmonia entre pessoas que podem deixar de ser o «povo de brandos costumes», tolerante e sofredor.
Imagem de arquivo
Sem matemática, mas com uma observação curiosa, persistente e abrangente, poderão vislumbrar correlações entre diversos sinais ou indícios técnicos e esboçar hipóteses de previsão. Neste momento começam a ser visíveis sinais preocupantes. Vejamos alguns.
O Governo, para fazer face ao défice e à dívida acumulada e estando submetido a pressões exteriores autoritárias, arrancou com um ataque de austeridade muito duro, que atingiu mais fortemente os funcionários públicos e os reformados e pensionistas. Por exemplo, os cortes dos subsídios de férias e de Natal equivalem a um corte de 14,28% do salário anual. O aumento do IVA e de outros impostos e as reduções de benefícios sociais e na saúde, vieram juntar-se aos aumentos de preços de bens de consumo indispensáveis, diminuindo o poder de compra, de que resultou quebra do consumo, menor facturação do comércio e da restauração, menor produção das empresas, falências (crise afecta grande comércio e obrigou ao encerramento de 37 lojas), desemprego, menor massa fiscal e agravamento do défice orçamental e das carências das pessoas. Estas têm que limitar os cuidados de saúde e de alimentação, e já parece notório o aumento de óbitos. Dez mil famílias e empresas arrastadas para a falência no primeiro semestre.
Embora o PM continue com a sua persistência na austeridade em estilo «custe o que custar», e não se sentindo tentado pela solução que Hollande aplica em França, surgem na sua área ideológica opiniões que mostram que a convicção de que a austeridade não é solução para o prometido e desejado crescimento, antes pelo contrário. Vieram a público opiniões nesse sentido. Segundo Miguel Beleza, austeridade selectiva “não é muito fácil nem eficiente” segundo António Rebelo de Sousa, "Portugal seguiria caminho da Grécia" com mais austeridade, segundo Francisco Van Zeller, “não há margem para mais austeridade na nossa sociedade"; o próprio PR disse que não é fácil encontrar espaço para mais sacrifícios.
Estas e outras opiniões demonstram que a situação é difícil, mesmo grave, e são temíveis reacções populares desagradáveis e que poderão desencadear uma dramática quebra da desejável Paz interna. Os sinais estão a surgir como avisos, alertas, a tomar em consideração para eliminar as causas. Não deve deixar de ser dada atenção ao significado de notícias como estas: Cavaco foi apupado em Almourol, na Póvoa de Varzim e noutros locais; Passos foi vaiado em Braga e na Figueira da Foz; Álvaro foi assobiado e travado por manifestantes na Covilhã; Silva Martins foi recebido com assobios e gritos em Vila Real de Santo António. Começam a ser frequentes as visitas oficiais a toque de assobios.
E solução não pode ser a de permitir que as forças repressivas actuem no estilo da Líbia ou da Síria porque, além de estarmos numa situação geográfica diferente, somos uma sociedade com outras tradições e inserida na União Europeia. A crise impõe serenidade para a busca, em diálogo alargado, das melhores soluções que contribuam para o crescimento com justiça social, equidade dos sacrifícios para não colocar em risco a harmonia entre pessoas que podem deixar de ser o «povo de brandos costumes», tolerante e sofredor.
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1 comentário:
Os sinais ou indícios técnicos não devem ser desprezados. Estão aí com intenção de se intensificarem como se viu hoje em Mafra
Relvas vaiado na abertura dos jogos da CPLP
Estamos num ponto em que não pode faltar o bom senso nas aparições em público e nas palavras.
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