A notícia que tem por título "Não é líquido que Passos se recandidate", assenta em palavras do professor doutor Marcelo Rebelo de Sousa sobre um desabafo do primeiro-ministro. A notícia pouco extensa merece ser meditada e pode originar reflexões de grande extensão e profundidade. Nas linhas seguintes procura lançar-se o desafio para essa reflexão.
Passos Coelho ganhou o cargo devido a promessas eleitorais sobre uma situação que desconhecia nos pormenores e que, por isso, tinham muito de ilusório, retirando a possibilidade de serem cumpridas.
À medida que foi conhecendo as dimensões da situação crítica que tinha responsabilidade de resolver, em vez de tentar conhecer bem as dificuldades dos portugueses e de procurar as soluções mais adequadas para melhorar a vida dos cidadãos, decidiu «custe a quem custar» impor aos «piegas» com teimosia, sem cedência, a sua solução (exageradamente focada na aritmética dos euros), indo além das exigências da troika e lesando a vida das pessoas e o funcionamento da economia.
Tal como o globo terrestre oculta uma volumosa massa de magma em ebulição que se manifesta, ocasionalmente, aqui e acolá, por erupção de vulcões, também uma numerosa massa de cidadãos, embora de brandos costumes, aparentemente ordeiros, submissos, obedientes e calados, pode ter erupções. Estas podem ser ligeiras e incipientes como as já ocorridas com ele próprio, com Cavaco, com Santos Pereira, com Nuno Crato e com Relvas, mas também podem rapidamente degenerar em algo mais violento, com danos pessoais e materiais e com roturas graves da ordem social, em que os mais lesados acabam por ser os cidadãos mais humildes e inocentes de culpas na governação menos cuidada.
Depois de ter colocado as contas e os números de euros acima da comodidade e felicidade dos cidadãos será muito positivo que pense em «salvar o país» como refere Marcelo, mas deve ter sempre presente que Portugal é em primeiro lugar o conjunto dos portugueses e, só depois, o dinheiro e aquilo que ele compra. Mas, para cumprir tal desiderato, tem que usar de coragem (que não tem mostrado) para cortar as «obesidades do Estado», reduzir ao indispensável as mordomias e tachos ou cabides de parasitas inúteis e, com isso irá perder o afecto de amigos, coniventes e cúmplices do regime, pelo que se compreende o seu desabafo «que se lixem as eleições legislativas», pois, não é fácil, numa nação mal informada, ganhar as eleições depois de lutar a sério pelo bem de Portugal.
E a luta contra a corrupção e a burocracia excessiva? O que pensa fazer nesse campo?
Imagem de arquivo
Passos Coelho ganhou o cargo devido a promessas eleitorais sobre uma situação que desconhecia nos pormenores e que, por isso, tinham muito de ilusório, retirando a possibilidade de serem cumpridas.
À medida que foi conhecendo as dimensões da situação crítica que tinha responsabilidade de resolver, em vez de tentar conhecer bem as dificuldades dos portugueses e de procurar as soluções mais adequadas para melhorar a vida dos cidadãos, decidiu «custe a quem custar» impor aos «piegas» com teimosia, sem cedência, a sua solução (exageradamente focada na aritmética dos euros), indo além das exigências da troika e lesando a vida das pessoas e o funcionamento da economia.
Tal como o globo terrestre oculta uma volumosa massa de magma em ebulição que se manifesta, ocasionalmente, aqui e acolá, por erupção de vulcões, também uma numerosa massa de cidadãos, embora de brandos costumes, aparentemente ordeiros, submissos, obedientes e calados, pode ter erupções. Estas podem ser ligeiras e incipientes como as já ocorridas com ele próprio, com Cavaco, com Santos Pereira, com Nuno Crato e com Relvas, mas também podem rapidamente degenerar em algo mais violento, com danos pessoais e materiais e com roturas graves da ordem social, em que os mais lesados acabam por ser os cidadãos mais humildes e inocentes de culpas na governação menos cuidada.
Depois de ter colocado as contas e os números de euros acima da comodidade e felicidade dos cidadãos será muito positivo que pense em «salvar o país» como refere Marcelo, mas deve ter sempre presente que Portugal é em primeiro lugar o conjunto dos portugueses e, só depois, o dinheiro e aquilo que ele compra. Mas, para cumprir tal desiderato, tem que usar de coragem (que não tem mostrado) para cortar as «obesidades do Estado», reduzir ao indispensável as mordomias e tachos ou cabides de parasitas inúteis e, com isso irá perder o afecto de amigos, coniventes e cúmplices do regime, pelo que se compreende o seu desabafo «que se lixem as eleições legislativas», pois, não é fácil, numa nação mal informada, ganhar as eleições depois de lutar a sério pelo bem de Portugal.
E a luta contra a corrupção e a burocracia excessiva? O que pensa fazer nesse campo?
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