Mário Soares, do cimo da sua larga experiência política e do muito saber acumulado durante os seus anos de vida diz que o Ministro das Finanças é um «político ocasional», o que para bons pensadores é um elogio. Já em tempos, Cavaco Silva declarava, com vaidade e como propaganda, não ser político profissional, tendo Mário Soares reagido a demonstrar que isso não era verdade. E o tom desta polémica deixava perceber que ser político profissional não era nada abonatório. Daí que chamar «político ocasional» ao Ministro das Finanças seja um elogio. Significa que ele está imaculado dos pecados, dos vícios e manhas com que os políticos destas quatro décadas, se enriqueceram e levaram o País à crise de que agora os mais pobres sofrem as terríveis consequências, em todos os sectores expostos à cobiça e à gula dos governantes.
Mas além deste eventual elogio, e de aceitar que se trate de um bom «técnico de contas», o ex-PR alerta para a necessidade de uma visão política no sentido de não perder de vista que governar é tomar medidas conducentes a melhorar a vida da população e não se limitar a aumentar impostos e fazer sucessivos e repetidos cortes. Na realidade, a maior parte das medidas destinadas a minorar os efeitos visíveis da crise, são negativas a médio e longo prazo, pelo que devem se comedidas e muito ponderadas, porque governar com eficiência implica que se definam objectivos estratégicos para futuro e que os mesmos nunca sejam perdidos de vista e que a população deve ser sempre o elemento nacional mais privilegiado.
Sobre este tema têm interesses os seguintes textos dos jornais de hoje:
“País precisa de um efectivo Governo, não basta ter um contabilista”
Governar a martelo
Imagem de arquivo
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
2 comentários:
Caríssimo Amigo João,
Parece-me que se começa a vislumbrar que o Governo está a dar os passos para a redução das despesas do Estado que com as suas "gorduras" ajudou a criar a "crise"! Julgo que se tem especulado um pouco sobre as medidas tomadas até agora pelo Governo, mas atente-se que a situação impunha acções rápidas para se cumprir com os compromissos da troika e que só agora começa a ser possível entrar nos cortes dessas "gorduras"! Sou dos que espero que este Governo dê conta do "recado"!
Mas todos os alertas que se façam são de louvar!
Um abraço amigo e solidário.
Caro Luís,
São de aplaudir as tuas considerações serenas, optimistas e esperançosas, de forma forma sintética e muito clara. Oxalá tudo se encaminhe da melhor forma para bem de Portugal e sairmos da situação a que fomos arrastados pelos sucessivos incompetentes e incapazes que andaram a divertir-se gastando inconscientemente os recursos nacionais.
Quanto ao actual Governo, devemos sugerir que sejam limadas algumas arestas mas devemos apoiá-lo, porque é a tábua de salvação a que podemos agarrar-nos neste naufrágio.
O que mais se lamenta, e que o próprio Mário Soares também acha mal, é a atitude de AUTOFAGIA que salta de espíritos do PSD que julgávamos iluminados e que, em vez de ajudarem PORTUGAL, apoiando o Governo a fazer bom trabalho, regozijam-se em criticá-lo destrutivamente. Onde pára o patriotismo destes energúmenos? Nem sabem o que isso é. Nunca sentiram amor por PORTUGAL.
Parece evidente que, se agora não se encontra o rumo para atingir o bom porto, a salvação, não voltaremos a ter uma amostra de independência nem de soberania. Não será fácil vir nova oportunidade.
É altura de todos os portugueses, mesmo os da oposição. colocarem acima de tudo a sobrevivência nacional e o breve início do desenvolvimento de que necessitamos. A oposição pode ganhar trunfos apresentando propostas positivas de que depois se pode orgulhar e utilizar em propaganda eleitoral. Precisamos de boas propostas, de boas intenções, de ideias realistas e inovadoras, para bem de todos os portugueses. O que conta são as pessoas, a sua melhoria de vida.
Um abraço
João
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