Dir-me-ão que as palavras, as notícias e as promessas, só por si, não devem se consideradas animadoras, só o sendo depois de concretizadas da forma mais eficaz. Mas considero saudável não perdermos a esperança, que é possível se quem as profere estiver animado de boa intenção e tiver capacidade de corresponder à perspectiva gerada.
A notícia Relvas desafia Oposição para "consenso alargado" sobre poder local tem um vector muito importante, o de apelar aos outros partidos para abordarem de forma construtiva, em perfeita colaboração, uma reforma que deve ser feita para durar muitos anos e que não convém ser alterada num prazo curto, Esta atitude de decidir com a participação dos outros faz recordar os primeiros tempos do primeiro Governo de Sócrates em que prometeu reformas, que eram necessárias desde havia muito, em vários sectores, mas que, ao tentar efectuá-las, em vez de o fazer com a colaboração dos agentes mais significativos, tentou fazê-lo em luta contra eles: na Justiça contra os juízes e as férias judiciais, na Saúde contra médicos, enfermeiros e farmacêuticos, e na Educação contra os professores.
É desejável que Miguel Relvas não desista desta iniciativa e que a oposição saiba e queira colaborar. Todos somos poucos para reconstruir PORTUGAL. A oposição deve apresentar propostas e, se estas forem aprovadas, deve apresentar esse êxito como bandeira na sua propaganda eleitoral. Portugal deve ser o objectivo de todos, acima dos particularismos de cada um.
Outra notícia Governo estuda fim das direcções regionais de Economia evidencia intenção de simplificar a burocracia, de reduzir a obesidade patológica, de tornar maior a eficácia e a rendibilidade, fazendo mais e melhor com menores custos. Todas as reformas estruturais, devem ser completas abrangendo todos os factores significativos e tendo sempre em atenção os efeitos principais e os secundários. Deve evitar-se puxar o cobertor para agasalhar a cabeça destapando os pés.
Não podemos perder de vista que alterar, mudar reestruturar deve ser sempre para melhorar a vida dos portugueses, principalmente dos 80 por cento que são sempre os mais explorados pelas dificuldades criadas pelos governos.
Oxalá estas duas notícias sejam o início da resposta ao grande desafio que o actual Governo tem pela frente. O momento presente é uma oportunidade que pode ser a última. As perspectivas, não sendo boas, exigem muita serenidade, sensatez e rapidez, sem perdas de tempo que é um recurso insubstituível.
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A Necrose do Frelimo
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