Transcreve-se o texto de José Gabriel Pereira Bastos datado de 7 do corrente, por trazer dados interessantes para se ter ideia dos interesses inconfessados que estão na génese de acontecimentos de que acabamos por sofrer as consequências. Inseri links para ajudar a compreender que o autor nada está a inventar e muitos e mais pormenorizados dados podem ser encontrados na Internet.
Dicas para a compreensão dos jogos de poder que nos atingem
(uma leitura alternativa ao que podem ouvir na rádio e na televisão)
Por José Gabriel Pereira Bastos 7/7 às 13:33 perto de Lisboa.
1. As macro-jogadas sobre a política europeia são decididas há décadas nas reuniões anuais do Grupo Bilderberg (fundado em 1954), uma rede oligárquica anglo-americana que se posiciona como o embrião do GOVERNO MUNDIAL ANGLÓFILO, reunindo os magnates do petróleo e da mega-banca (Rockfellers, Rostchilds, etc.) com os magnates das maiores corporações industriais, militares da NATO e da CIA, delegações políticas dos países europeus, dos USA e do Canadá e os grandes donos dos media, que durante décadas criaram uma muralha de não-informação sobre o GOVERNO BILDERBERG DA COLÓNIA-EUROPA NÃO-ANGLÓFILA (clivada em 'antiga' Europa e 'nova' Europa), constantemente espiada pela CIA e pelo M-16 britânico.
2. O decisor português, que convida quem de Portugal participa, é, desde finais dos anos 70, Francisco Balsemão.
3. Foram convidados sistematicamente, ano após ano, os líderes do PSD e do PS, candidatos a primeiro-ministro e a dirigente da oposição. No caso deste governo, Balsemão falhou: convidou Manuela Ferreira Leite e não PP Coelho, o que mostra bem quais eram as suas preferências.
4. Em plena crise de resgate, pela primeira vez. há semanas, foram convidados António José Seguro e, pela primeira vez, o líder do CDS, Paulo Portas.
5. Significado político: no PSD, a linha social-democrata anteriormente hegemónica, há décadas (Cavaco e seus aliados, de Manuela Ferreira Leite, a António Capucho e outros 'barões') está fortemente descontente com o consulado neo-liberal de Passos Coelho, que é rígido, não ouve ninguém e está a cortar nas reformas de Cavaco e nos grandes negócios dos barões, colocando contra si as Associações de Empresários, que pretendem o relançamento urgente da economia.
6. Significado estratégico: a linha hegemónica (com contradições internas) Cavaco - Balsemão decidiu fazer cair este governo e transferir o poder para um governo fraco liderado pelo A. J Inseguro, apoiado pelo Paulo Portas, e impedir que o PS chegue lá numa Frente de Esquerda com o BE e outros grupúsculos e 'independentes' de esquerda, o que seria inaceitável pelo Governo Bilderberg da Colónia-Europa.
7. Resultado: percebendo que ia ser despejado, com a queda programada do governo de Passos, Gaspar antecipou a jogada e pôs-se a salvo (irá reaparecer num qualquer alto cargo da Banca Central), deixando a muleta no seu lugar, e eximindo-se ao julgamento de dois anos de sucessivos falhanços tecnofinanceiros.
8. Portas percebeu a jogada e como não conseguiu colocar Paulo Macedo no lugar de Gaspar, e aparecer como o 'relançador da economia', pôs-se de fora para deixar de estar associado a este governo e estar disponível, depois de eleições, para voltar ao governo, com maior margem de manobra, em aliança com o PS de Seguro.
9. Entre vê-lo partir já para uma futura aliança com o PS de Seguro e ganhar poder neste governo, o Triunvirato (Cavaco, Coelho, Portas) decide dar a Portas todo o poder que ele exige, retirando as principais funções a Passos Coelho, um PM esvaziado e à deriva, para que Portas não parta o Governo já.
10. O desequilíbrio desta solução é evidente. A tutela de Portas sobre a "menina gaspar 2" e sobre os contactos com a Troika vai rebentar-lhes na boca muito em breve.
11. Mas falta ainda muita informação e uma tomada de (in)decisões...
12. Seguem-se as cenas dos próximos capítulos...
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