sexta-feira, 3 de maio de 2013

CONSENSO OU TABU E IMPOSIÇÃO?


Vejamos alguns sinais:

"Portugal seguirá o caminho que procura equilibrar objectivos de consolidação orçamental", aproveitando o alargamento do prazo do empréstimo, "com uma atitude proactiva", disse hoje o primeiro-ministro Passos Coelho, considerando que assim se aplicará "uma politica financeira saudável".
Passos Coelho

O DEO mais parece um exercício feito "de pernas para o ar", feito em concordância "com os objetivos que a 'troika' impôs" e, em seguida, "construíram-se os indicadores de forma a encaixar" neles."É preciso ter uma varinha mágica para transformar uma abóbora numa carruagem. Está bom para contar aos meus netos mas não para nos se dito a nós",
Manuela Ferreira Leite

"Não estou nada convencida de que seja exequível aquilo que estão a dizer que vão fazer (DEO). Podem anunciar, podem amedrontar, podem criar ainda mais espírito de recessão, podem afundar psicologicamente as pessoas, mas resultados não vão ter nenhuns. Não é por essa via que vou ficar preocupada".
Manuela Ferreira Leite

O Partido Socialista "desconhece em absoluto" as medidas que serão apresentadas ao país, amanhã, pelas 20h, pelo primeiro-ministro, disse ao Expresso João Ribeiro, porta-voz do PS.
João Ribeiro, PS

Consenso, essa ideia “arriscada” e de “utilidade questionável” será envolvida em mistério até que o PM abra a embalagem e retire a camuflagem e depois está dito e o povo terá que se submeter!

NOTA:

É angustiante verificar a preocupação de o PM dizer coisas programáticas, vagas, de intenções, sem as explicar nem sequer mostrar que sabe como as irá concretizar, E o resultado tem sido mais ou menos zero, segundo a opinião da generalidade dos cidadãos. Promessas aéreas, com pés de barro, que só poderiam servir para iludir as pessoas e criar esperanças enganosas. Não faltam palavras raras, como proactiva, cujo significado pouco ou nada diz. Porém, no primeiro engano qualquer pode cair, mas no segundo só cai quem quer. Por isso, convinha que os governantes mudassem de táctica a fim de recuperar a credibilidade.

Quanto ao consenso ou diálogo com o maior partido da oposição, ele seria útil para que as medidas fossem mais correctas, melhor aceites e com garantias de que não fossem anuladas logo após as próximas eleições. Como se pode acreditar que o Governo pretenda um consenso com a oposição, ou pelo menos com o PS, se mantém o tabu até ao fim sem trocar ideias com o potencial futuro Governo?

Como se poderia hoje construir o mosteiro da Batalha ou o dos Jerónimos, que duraram vários reinados? Agora cada governo procura mudar tudo o que o anterior tinha planeado ou feito e assim se desperdiçam os recursos e as energias do País. Para evitar tal desgaste de potencialidades, convinha efectivar-se o tal consenso, por forma a que o futuro governo se senta empenhado em continuar as obras iniciadas pelo anterior.

A experiência dos tempos mais recentes ensinam que não podemos esperar que as promessas teóricas e com linda roupagem palavrosa se venham a concretizar, mas devemos temer ou recear aquilo que, na realidade, virá a acontecer.

Imagem de arquivo

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