domingo, 13 de outubro de 2013

JORGE SAMPAIO COM SENTIDO DE ESTADO


Por ser uma opinião serena e patriótica, num momento de histeria interna e já externa, merecer reflexão, transcreve-se o artigo:

Jorge Sampaio repudia críticas ao Tribunal Constitucional
Público. 13/10/2013 - 07:57 LUSA

Ex-presidente da República critica vozes nacionais e internacionais contra esta instituição.
Ex-presidente da República diz que este é um momento difícil para a governação.

O antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, repudiou neste sábado as críticas ao Tribunal Constitucional feitas pela directora do FMI e pelo presidente da Comissão Europeia, defendendo que deve haver “um assomo patriótico” na defesa das instituições da democracia portuguesa.

“Repudio isso de uma forma frontal. Temos que ter um assomo patriótico das decisões que são tomadas, criticá-las, quando for caso disso, com certeza, ameaçá-las é outra coisa”, afirmou Jorge Sampaio em entrevista ao programa “A propósito”, da SIC-Notícias.

Na entrevista, Sampaio critica os cortes nas pensões de sobrevivência e, sobre o caso Machete, considera que deve ser resolvido pelo “tríptico” composto pelo próprio ministro, o Presidente da República e o primeiro-ministro.

Referindo-se às críticas ao Tribunal Constitucional, afirmou: “esta barragem já vai pelo doutor Durão Barroso, que nos manda ter juízo, vai pela senhora Lagarde, que não é capaz de dizer isso sobre o equivalente ao Tribunal Constitucional em França, e ninguém o diz na Alemanha”, afirmou.

“Eu senti um apelo patriótico, não por causa da decisão A ou da decisão B. É inadmissível que a gente não defenda a nossa democracia, as nossas instituições”, disse.

Contudo, o ex-Presidente não se referia somente às críticas internacionais, considerando que que “é uma coisa tristíssima” aquilo “que tem acontecido, quer exterior, quer interiormente, sobre o Tribunal Constitucional”. “A maneira como se fala do Tribunal Constitucional é uma coisa de uma gravidade extrema”, declarou.

Para Jorge Sampaio, o Tribunal Constitucional “tem dado provas, em largos anos, de uma jurisprudência que tem formatado a vida democrática e constitucional portuguesa” e é “uma peça essencial, sobretudo quando há cortes muito sérios em relação a princípios fundamentais, que têm que ser analisados pela instância que se criou para isso, princípios de justiça, da proporcionalidade”.

“As pessoas que dizem ‘reveja-se, faça-se’, não dizem onde. Porque são princípios fundamentais que estão em todas [as Constituições]”, afirmou.

“As pessoas só falam do jargão socializante da Constituição, isso não tem importância para o que estamos a discutir, os princípios fundamentais seriam sempre os de uma Constituição [democrática]”, argumentou.

Sobre os eventuais cortes nas pensões de sobrevivência, o antigo Presidente considerou que “há um contrato intergeracional que se está a quebrar” e isso é “gravíssimo para a coesão social portuguesa”. “Não podem ser sempre os mesmos e, sobretudo os mais frágeis, a quem as coisas acontecem todas”, afirmou.

Imagem de arquivo

1 comentário:

A. João Soares disse...

Têm surgido comentários muito negativos a este post que não foram publicados por terem termos demasiado contundentes e impróprios.

Não devemos rejeitar ideias positivas de indivíduos com que não se concorde por motivos variados. Cada ideia tem o seu próprio valor, independente de quem a profere. Mesmo as pessoas que mais admiramos não estão isentas de erros. Mesmo as pessoas que mais detestamos podem ter ideias, sugestões e propostas altamente válidas. Isto faz parte da condição humana. Quem não tiver cometido falhas atire a primeira pedra aos que falham.

Na análise de uma situação, a procura da solução deve contar com todas as hipóteses mesmo que sejam pouco viáveis, porque depois da lista feita será, de todas elas, retirada a que seja considerada a melhor.
Esta ideia de Sampaio apresenta-se como sensata e em concordância com os valores cívicos e patrióticos.