domingo, 7 de abril de 2013

QUANTOS SALÁRIOS MÍNIMOS GANHAS? E ELES?


Tem sido aqui defendido que os governantes, em vez de «garantirem» e «assegurarem» que pretendem estabelecer tectos salariais e de pensões a fim de reduzir as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres, deviam passar a referir os salários em termos da quantidade de salários mínimos a que correspondem.

Para começar, devem ser os órgãos da comunicação social a utilizar essa equivalência. E é com agrado que nos jornais apareceram ontem dois casos que será desejável que sirvam de exemplo a seguir sistematicamente.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, "segundo um relatório e contas da Empresa enviado à CMVM, recebeu 1,2 milhões de euros em 2012, mais o prémio plurianual relativo ao mandato de três anos anteriores, o que dá um total de 3,1 milhões de euros". Ou seja, nota o diário, "Mexia recebe o equivalente a 6391 salários mínimos nacionais".

Outra notícia a referir este «salário»:

Mexia recebeu 3,1 milhões

Outro caso do mesmo género:

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da elétrica portuguesa, Eduardo Catroga, "recebeu 430 mil euros em remunerações em 2012", o equivalente a 886 salários mínimos nacionais".

Outra notícia a referir este «salário»:

Eduardo Catroga recebeu pela EDP 430 mil euros em 2012

Imagem de arquivo

4 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

A Europa percebeu que reduzir o fosso (o Estado Social) entre ricos e pobres foi uma má ideia. A riqueza existe em comparação, quando os pobres se tornam menos pobres, os ricos também ficam menos ricos, comparativamente. Por isso a austeridade vem pôr ordem nas coisas, empobrecendo os pobres (parece um pleonasmo, tipo chover no molhado, ou lavar pés lavados, mas não é, é uma política consciente).

A. João Soares disse...

Caro Táxi Pluvioso,

Parece que é isso. Destruir a classe média, e concentrar toda a riqueza nos 10 por cento mais ricos. É por isso que os partidos querem ocupar o Poder pois, dessa forma, saltam para o grupo dos 10%. E seguem agressivamente o seu lema de enriquecer o máximo no mínimo tempo, pois os mandatos de 4 anos podem não se renovar.

Estamos no feudalismo financeiro, porque o agrário já não se usa.

E, meu amigo, faça com que nos seu meio ao falar-se de altos salários se dividam por 485,00€ para os pobres perceberem melhor a diferença.

Há indivíduos que ganham mais do que os habitantes de muitas vilas todos juntos!!!

Abraço
João

A. João Soares disse...

Do Correio da Manhã de 10-04-2013, transcreve-se:

O presidente do Instituto de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), João Moreira Rato, foi autorizado pelo governo a ganhar 10 mil euros por mês - o que corresponde a mais de 20 salários mínimos de 485 euros -, um valor que é 3477 euros superior ao do próprio Presidente da República, e 5108 euros mais do que o vencimento do primeiro ministro.

O vencimento base de Cavaco Silva é de 6523 euros por mês. E o de Pedro Passos Coelho de 4892 euros.


Para ler a notícia toda faça clic neste texto.
E você quantos salários mínimos ganha???

sessentaequatro disse...

Não invejo o que o Sr Mexia ganha por três razões fundamentais:não quero ser invejoso;não sabia o que fazer ao dinheiro;não me sinto em condições de desempenhar a suas funções. Também não faria o que se configura que ele faz no domínio da energia e do poder lobista anti-regulação e contrário aos interesses do consumidor(Cf especialistas do sector energético que se têm pronunciado pública e recentemente)Mas o seu vencimento é até na relatividade internacional manifestamente obsceno, aliás como outros.A conversão em salários mínimos,sendo uma métrica,com facilidade assume feições populistas e demagógicas. Compreendo e aceito a decisão do Governo quanto ao vencimento do Presidente do IGCP.Os vencimentos do PR e do PM não são aceitáveis para os seus encargos funcionais e afectações das vidas pessoais, como aliás se vai vendo:outros valores mais altos têm que se levantar para a sedução por esses cargos.Para o bem e para o mal.