É URGENTE TERMINAR COM O RECURSO À VIOLÊNCIA
(Public em DIABO nº 2384 de 09-09-2022, pág 16, por António João Soares)
Existem muitas tentativas para defender
que, socialmente, as hostilidades entre Estados e entre grupos de opiniões
divergentes nas vidas nacionais devem ser substituídas pelo diálogo para se
obter concordância na procura de soluções para questões em que é possível bom
entendimento na procura de pontos de vista convergentes. Uma solução violenta e
agressiva é sempre pior para as partes em litígio do que uma conclusão pacífica
entre as partes dialogantes, sem violências, mesmo que alguma das partes
considere que o resultado não lhe tenha sido totalmente favorável.
Por exemplo, a Líbia desde o derrube de
Muammar Gaddafi, entrou num desatino de crimes violentos que duram há cerca de
uma década em que o país tem sido devastado pela guerra e por disputas
políticas, étnicas e culturais. Realmente, não é fácil um Governo satisfazer os
desejos, ambições e caprichos de cada cidadão, mas, para se manter a
colectividade nacional, evitando egoísmos com despesa em material de guerra,
provocando mortos e feridos e impedindo a vida normal, trabalhando para um
futuro melhor sem perigos de insegurança, é preciso que as partes beligerantes
procurem convencer os seus apoiantes a respeitar os que pensam de forma
diferente e estabelecer com eles uma forma de vida harmoniosa, procurando
soluções de concordância.
Esse esforço traz resultados aceitáveis,
sem mortos nem feridos e com um convívio mais agradável e com boas perspectivas
de vida merecedora de respeito pelas outras partes da humanidade. Os
respeitados heróis nacionais não são os que esbanjam dinheiro em material e os
que provocam perdas de vidas, mas os que proporcionam vidas felizes, em
harmonia e segurança e com esperança activa em futuro melhor. A ONU deve
exercer o melhor esforço em tal sentido, usando todas as formas de mentalizar
as pessoas, com prioridade nas gentes mais jovens antes que comecem os vícios
da ambição, da inveja e da criminalidade que pode conduzir à violência, na
ânsia do poder.
Curiosamente, na homenagem póstuma ao
ex-PR angolano José Eduardo dos Santos, sobressaíram, as palavras do Presidente
moçambicano, recentemente eleito, Filipe Nyusi ao elogiar a «inspiração» de
«reconciliação» que o homenageado sempre evidenciou nos seus 38 anos de
Presidente, considerando que tal resultado conciliava os esforços para a
harmonia nacional e para um efeito muito útil. Pelo contrário, a discussão e a
crítica negativa atrasam as soluções e o desenvolvimento do país.
Coincidindo com este conceito, o MNE português, João Gomes Cravinho, sublinhou que o
homenageado, durante a longevidade das suas funções soube estabelecer com todos
os PR portugueses, eleitos democraticamente, relações que proporcionaram a
proximidade de ambos os povos e, nesse sentido, Portugal deve muito
reconhecimento.
Os Estados do Sahel, após o fracasso do apoio francês e da saída da
operação Barkhane que lutava contra o extremismo no Sahel contando apenas
com a abordagem militar, que foi insuficiente para colocar fim ao problema,
terá agora que rever a estratégia, em diálogo com todos os parceiros, comprometidos
com a estabilidade e a luta contra o terrorismo islâmico, forçando-os a
procurar novas formas de actuação, além da militar.
Os países do Sahel terão de aproveitar a oportunidade de pensar o que deve
mudar na luta contra o extremismo a que têm de fazer face. Será uma tarefa
colectiva de esforços agressivos de contraterrorismo por parte das forças
nacionais, regionais e internacionais, contra a presença destes grupos
extremistas que não só se mantiveram no Sahel como se têm expandido, atingindo
já os países costeiros a sul, o que revela, na opinião dos analistas, a
insuficiência da abordagem militar para colocar fim ao problema.
Será difícil mas uma bênção celestial, que a Humanidade se una na defesa do
respeito e da harmonia e paz entre todos os seres humanos à semelhança do que
acontece em muitas raças de animais irracionais.
1 comentário:
Há que criar o movimento de unidade que desenvolva o conceito do bom entendimento para a humanidade sobreviver em boa harmonia e paz respeitando as características de cada um, quando orientadas pelo desejo de boa convivência. João Soares.
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