(Public em DIABO nº 2385 de 16-09-2022, pág 16, por António João Soares)
Há quase quatro anos e meio, publiquei aqui um artigo a analisar o perigo para o interesse nacional em aprovar uma lei que permitisse, através da eutanásia, eliminar cidadãos que não tinham utilidade para o desenvolvimento da economia nacional, como por exemplo, os idosos fisicamente incapazes de produzir o suficiente para continuar a viver, os carentes de preparação ou de propensão para o trabalho, etc.
Porém, a ideia da eutanásia, que não chegou a ser legalizada, apresentava-se com uma finalidade humanitária, de caridade, permitindo a sua aplicação com o consentimento do sujeito e se destinava a reduzir o sofrimento provocado por uma doença incurável que prolongaria a vida sem esperança de resultar em recuperação.
Agora, recentemente, vi um vídeo em que um cidadão estrangeiro, embora sem mostrar claramente uma posição de apoio, referiu a redução ou eliminação de reformados que representam um grande peso para o Estado e que, como reformados, nada produzem para a economia nacional. A quantidade de funcionários públicos, sendo muitos desnecessários e inúteis que devem a sua função a favoritismos de políticos amigos a fim de garantirem o seu voto em eleições e que vêm as suas retribuições frequentemente aumentadas e que, por vezes, antes de se reformarem, ainda são contemplados com aumentos. Há casos frequentes, referidos na Comunicação social que permite críticas ao Governo.
Ao contrário do caso da eutanásia, não há aqui explicações de acção caritativa, mas apenas a de reduzir o peso para o Estado de uma quantidade de pensões de reforma injustificadas, sem contrapartidas de resultados positivos visíveis. Seria mais racional que o Estado actualizasse o critério da quantidade de servidores por forma a serem apenas os absolutamente necessários e produtivos e que não recebem, como sinal de gratidão, reforços independentes da quantidade e qualidade dos seus resultados e que, ao passarem à reforma, não sejam aumentados.
No artigo «a entanásia ou o fim da humanidade», de 14-04-2018, depois de extensa análise, podia concluir-se que da aplicação habitualmente exagerada da lei, a redução da população aumentaria o encerramento de estabelecimentos comerciais e a capacidade de emprego e, consequentemente, a redução de trabalhadores que suportam a vida de funcionários públicos e por conseguinte a vida nacional. Tudo isso resultava de uma intenção humanitária, mas depois teria sido interpretado pelos homens das finanças.
Agora a lei, se a ideia evoluir e se tornar real, a causa é o valor do vil metal do dinheiro que os políticos colocam acima do interesse das pessoas. Há, no entanto, que ter em consideração o respeito pelos idosos, na parte final da sua vida
De uma forma geral, um idoso é uma espécie de tesouro de experiência e de saber proveniente de inúmeros contactos com a realidade em que vivem. Na sociedade actual os idosos são desconsiderados por muitos jovens que desprezam igualmente bibliotecas, arquivos e monumentos históricos, que também são tesouros apreciáveis. Isto deve ser evitado, porque se a humanidade se deixa envenenar pelas ideias do género e dos valores morais de que enfermam os jovens modernaços, a Humanidade dificilmente sobrevive mais um ou dois séculos. Não devemos deixar que sejam destruídos os valores éticos e morais e embora não queiramos voltar a viver à moda dos antepassados, devemos respeitar tudo que deles herdámos, não destruir os monumentos históricos, etc. Isso serve para concluir o certo e o errado e analisar as causas de alguns casos não atingirem os resultados desejados.
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