domingo, 11 de setembro de 2022

É URGENTE TERMINAR COM O RECURSO À VIOLÊNCIA

(Public em DIABO nº 2384 de 09-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Existem muitas tentativas para defender que, socialmente, as hostilidades entre Estados e entre grupos de opiniões divergentes nas vidas nacionais devem ser substituídas pelo diálogo para se obter concordância na procura de soluções para questões em que é possível bom entendimento na procura de pontos de vista convergentes. Uma solução violenta e agressiva é sempre pior para as partes em litígio do que uma conclusão pacífica entre as partes dialogantes, sem violências, mesmo que alguma das partes considere que o resultado não lhe tenha sido totalmente favorável.

Por exemplo, a Líbia desde o derrube de Muammar Gaddafi, entrou num desatino de crimes violentos que duram há cerca de uma década em que o país tem sido devastado pela guerra e por disputas políticas, étnicas e culturais. Realmente, não é fácil um Governo satisfazer os desejos, ambições e caprichos de cada cidadão, mas, para se manter a colectividade nacional, evitando egoísmos com despesa em material de guerra, provocando mortos e feridos e impedindo a vida normal, trabalhando para um futuro melhor sem perigos de insegurança, é preciso que as partes beligerantes procurem convencer os seus apoiantes a respeitar os que pensam de forma diferente e estabelecer com eles uma forma de vida harmoniosa, procurando soluções de concordância.

Esse esforço traz resultados aceitáveis, sem mortos nem feridos e com um convívio mais agradável e com boas perspectivas de vida merecedora de respeito pelas outras partes da humanidade. Os respeitados heróis nacionais não são os que esbanjam dinheiro em material e os que provocam perdas de vidas, mas os que proporcionam vidas felizes, em harmonia e segurança e com esperança activa em futuro melhor. A ONU deve exercer o melhor esforço em tal sentido, usando todas as formas de mentalizar as pessoas, com prioridade nas gentes mais jovens antes que comecem os vícios da ambição, da inveja e da criminalidade que pode conduzir à violência, na ânsia do poder.

Curiosamente, na homenagem póstuma ao ex-PR angolano José Eduardo dos Santos, sobressaíram, as palavras do Presidente moçambicano, recentemente eleito, Filipe Nyusi ao elogiar a «inspiração» de «reconciliação» que o homenageado sempre evidenciou nos seus 38 anos de Presidente, considerando que tal resultado conciliava os esforços para a harmonia nacional e para um efeito muito útil. Pelo contrário, a discussão e a crítica negativa atrasam as soluções e o desenvolvimento do país.

Coincidindo com este conceito, o MNE português, João Gomes Cravinho, sublinhou que o homenageado, durante a longevidade das suas funções soube estabelecer com todos os PR portugueses, eleitos democraticamente, relações que proporcionaram a proximidade de ambos os povos e, nesse sentido, Portugal deve muito reconhecimento.

Os Estados do Sahel, após o fracasso do apoio francês e da saída da operação Barkhane que lutava contra o extremismo no Sahel contando apenas com a abordagem militar, que foi insuficiente para colocar fim ao problema, terá agora que rever a estratégia, em diálogo com todos os parceiros, comprometidos com a estabilidade e a luta contra o terrorismo islâmico, forçando-os a procurar novas formas de actuação, além da militar.

Os países do Sahel terão de aproveitar a oportunidade de pensar o que deve mudar na luta contra o extremismo a que têm de fazer face. Será uma tarefa colectiva de esforços agressivos de contraterrorismo por parte das forças nacionais, regionais e internacionais, contra a presença destes grupos extremistas que não só se mantiveram no Sahel como se têm expandido, atingindo já os países costeiros a sul, o que revela, na opinião dos analistas, a insuficiência da abordagem militar para colocar fim ao problema.

Será difícil mas uma bênção celestial, que a Humanidade se una na defesa do respeito e da harmonia e paz entre todos os seres humanos à semelhança do que acontece em muitas raças de animais irracionais.


1 comentário:

A. João Soares disse...

Há que criar o movimento de unidade que desenvolva o conceito do bom entendimento para a humanidade sobreviver em boa harmonia e paz respeitando as características de cada um, quando orientadas pelo desejo de boa convivência. João Soares.