sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

O POVO DEVE PARTICIPAR NA VIDA NACIONAL

O POVO DEVE PARTICIPAR NA VIDA NACIONAL

 (Public em DIABO nº 2407 de 17-02-2023. pág 16, por António João Soares)

 

No 25 de Abril um dos gritos da maralha era «o povo é quem mais ordena». E, sem exageros, numa democracia de verdade, nada deve ser decidido sem ter em atenção o interesse da população e esta deve poder dar opiniões, sugestões e apresentar propostas. Veio agora a público uma inovação exemplar que se tem desenvolvido como «modelo de saúde no Seixal», onde, com as carências de especialistas no sistema nacional de saúde, havia milhares de utentes sem médico de família, e que, agora, com este novo serviço, estão bem apoiados, sem terem de esperar em longas filas.

 

Agora, com esta inovação, basta pedirem uma consulta no dia anterior, por telefone, e serão atendidos por médicos e enfermeiros especializados, alguns já aposentados, conhecedores dos assuntos e que se ofereceram para dar corpo a esta iniciativa modelar. Será de desejar que este sistema seja imitado por todo o interior do país, principalmente pelas zonas mais povoadas a fim de suprir a carência de pessoal especializado que se evidencia na generalidade do Serviço Nacional de Saúde.

 

Será bom que esta inovação seja imitada por toda a população, sendo conveniente que os portugueses saibam interpretar o conceito de democracia e tenham iniciativa de utilizar todas as suas capacidades para contribuir para um futuro melhor para todos os cidadãos. O poder que a democracia concede a todos não deve ser utilizado apenas para criticar, ofender e dizer mal dos governantes, mas principalmente, para fazer sugestões e propostas no sentido construtivo, para que o nosso país passe a ser melhor governado e com melhores perspectivas futuras e melhor qualidade de vida. A iniciativa da doutora Alexandra Fernandes, que ao longo de 25 anos foi médica de família na unidade de saúde familiar de Fernão Ferro, foi agora a criadora e é a coordenadora da Via Verde Seixal, merece os maiores elogios e deve servir de modelo a muitos dos seus colegas e de outros funcionários do Estado para que seja melhorado o apoio aos cidadãos quer na saúde quer noutros sectores da vida nacional.

 

Todos devemos convencer-nos de que a Pátria é de todos nós e, por isso, devemos usar toda a nossa capacidade para a defendermos e a desenvolvermos o melhor possível.

 

Um ano depois de ter sido criada, a Via Verde Seixal faz 150 consultas diárias, das 8h00 às 20h00, servindo 45 mil utentes sem médico de família atribuído. Ao mesmo tempo, foi também criada a Via Verde Almada, uma "gémea" de menor dimensão que atende 17 mil utentes. Possivelmente, haverá mais oportunidades de criar outras instituições semelhantes embora em zonas menos povoadas mas que podem ter técnicos reformados na sua área que desejem fazer uso da sua capacidade solidária. O exemplo do Seixal merece ser imitado. Portugal precisa das iniciativas positivas dos seus cidadãos.

Para a evolução do nosso país, não bastam palavras bonitas, atitudes vistosas e ser fotografados com jovens que aplaudem, os governantes em evidência, são mais eficientes e úteis atitudes criativas que produzam melhorias eficazes na qualidade de vida dos cidadãos carentes de apoio, como é este caso. É preciso vivermos atentos ao que se passa em nosso redor e contribuirmos, usando o nosso esforço e toda a nossa capacidade para inovarmos soluções válidas, servindo-nos dos exemplos que nos surgem e inovando outros. Comecemos a apreciar os casos positivos que vão aparecendo e partamos para outras inovações favoráveis aos nossos concidadãos. A nossa Pátria espera muito de nós. E a felicidade colectiva não aparece por milagre, mas será fruto do nosso bom comportamento.

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