http://domirante.blogspot.com/2023/02/falta-de-estrategia-causa-desagregacao.html
(Public em DIABO nº 2405 de 03-02-2023. pág 16, por António João Soares)
A ausência de uma estratégia bem elaborada
e traduzida por uma estrutura bem preparada e executada com sentido de
responsabilidade dos elementos dirigentes, sem leviandades e com rigor nos
casos importantes para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, pode
conduzir a um estado de desagregação que não seja conveniente para a qualidade
da vida da população nem para o desenvolvimento da economia nacional. É
indispensável um apurado sentido de Estado e constante atenção ao interesse
nacional definido no plano estratégico e a preocupação de não haver desvios das
regras democráticas.
Cada dirigente deve acompanhar o
comportamento dos seus dependentes e colaboradores por forma não ignorar o que
se passa e poder corrigir qualquer pequena falha antes que ela tenha efeitos
difíceis de reparar sem entrar num estado crítico. O respeito pela legalidade
deve ser uma preocupação constante, em todos os aspectos e a todos os níveis.
Em vez de separatismos e indiferença pelo
que vai sucedendo, deve ser indispensável a cooperação e a colaboração com
vista ao melhor resultado obtido na consecução dos objectivos previstos nos
planos elaborados e que devem ter sido preparados com o máximo cuidado. As
grandes decisões devem ser preparadas conscientemente com conhecimento de todas
as partes que irão colaborar na sua concretização, sem leviandade nem
precipitação e, depois, ser tudo controlado com espírito de colaboração, para
se evitarem gastos inconvenientes. O patriotismo é um dever de todos e a
colaboração de cada um é um factor de grande importância em cada momento,
sempre que necessária.
Um bom político, em funções de chefia,
nunca deve afirmar nada saber de um caso importante que esteja a causar
preocupação pública. Deve estar sempre a par de todas as ocorrências na sua
área, não podendo dar a ideia de estar sempre distraído mostrando indiferença
de «o que acontecer depois se verá». E sacudir a água do capote não deve
tornar-se uma atitude habitual e, tanto quanto possível, nunca deve ser usada
como resposta a uma pergunta que pretende ser esclarecedora. Devem poder ter
sempre uma posição clara nas matérias dos casos em que entram no conhecimento
da opinião pública. O crescimento económico convém ser esclarecido pelos
responsáveis de cada sector. O apoio à saúde constitui um direito individual a
que o Estado não pode colocar restrições. As liberdades fundamentais educação,
saúde e justiça não devem ser limitadas e exigem o máximo de eficiência para
garantir a melhor qualidade de vida na sociedade. E as melhores condições do
seu funcionamento aconselham a que sejam ouvidos os diversos sectores da vida
social, a fim de serem evitadas reclamações públicas por parte de sindicatos e
sejam estimuladas críticas de outros partidos para prejudicar a imagem dos
governantes.
Quando se procura a
alteração do sistema de avaliação existente é conveniente respeitar as
especificidades das especialidades, encarando soluções para os diversos
problemas, sem gerar insatisfação e revolta. As situações desagradáveis para as
partes, como injustiças, desigualdades e discriminações, há necessidade de bom
entendimento a fim de não ser criadas situações não sociais. Uma boa solução evita
conflitos, mas não pode ser aceite, totalmente por qualquer das partes, sendo
necessário haver cedências compatíveis com os interesses em jogo.
A propósito da
colaboração convergente, li há pouco uma referência à demora da solução a dar
ao novo aeroporto de Lisboa. O autor defende que uma decisão de tal valor deve
ser preparada por técnicos especializados e não por políticos para não demorar
mais dos 5 anos já esmagados por dúvidas, indecisões e anulação de
projecto publicado.
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