sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

FALTA DE ESTRATÉGIA CAUSA DESAGREGAÇÃO

http://domirante.blogspot.com/2023/02/falta-de-estrategia-causa-desagregacao.html

(Public em DIABO nº 2405 de 03-02-2023. pág 16, por António João Soares)

A ausência de uma estratégia bem elaborada e traduzida por uma estrutura bem preparada e executada com sentido de responsabilidade dos elementos dirigentes, sem leviandades e com rigor nos casos importantes para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, pode conduzir a um estado de desagregação que não seja conveniente para a qualidade da vida da população nem para o desenvolvimento da economia nacional. É indispensável um apurado sentido de Estado e constante atenção ao interesse nacional definido no plano estratégico e a preocupação de não haver desvios das regras democráticas.

Cada dirigente deve acompanhar o comportamento dos seus dependentes e colaboradores por forma não ignorar o que se passa e poder corrigir qualquer pequena falha antes que ela tenha efeitos difíceis de reparar sem entrar num estado crítico. O respeito pela legalidade deve ser uma preocupação constante, em todos os aspectos e a todos os níveis.

Em vez de separatismos e indiferença pelo que vai sucedendo, deve ser indispensável a cooperação e a colaboração com vista ao melhor resultado obtido na consecução dos objectivos previstos nos planos elaborados e que devem ter sido preparados com o máximo cuidado. As grandes decisões devem ser preparadas conscientemente com conhecimento de todas as partes que irão colaborar na sua concretização, sem leviandade nem precipitação e, depois, ser tudo controlado com espírito de colaboração, para se evitarem gastos inconvenientes. O patriotismo é um dever de todos e a colaboração de cada um é um factor de grande importância em cada momento, sempre que necessária.

Um bom político, em funções de chefia, nunca deve afirmar nada saber de um caso importante que esteja a causar preocupação pública. Deve estar sempre a par de todas as ocorrências na sua área, não podendo dar a ideia de estar sempre distraído mostrando indiferença de «o que acontecer depois se verá». E sacudir a água do capote não deve tornar-se uma atitude habitual e, tanto quanto possível, nunca deve ser usada como resposta a uma pergunta que pretende ser esclarecedora. Devem poder ter sempre uma posição clara nas matérias dos casos em que entram no conhecimento da opinião pública. O crescimento económico convém ser esclarecido pelos responsáveis de cada sector. O apoio à saúde constitui um direito individual a que o Estado não pode colocar restrições. As liberdades fundamentais educação, saúde e justiça não devem ser limitadas e exigem o máximo de eficiência para garantir a melhor qualidade de vida na sociedade. E as melhores condições do seu funcionamento aconselham a que sejam ouvidos os diversos sectores da vida social, a fim de serem evitadas reclamações públicas por parte de sindicatos e sejam estimuladas críticas de outros partidos para prejudicar a imagem dos governantes.

Quando se procura a alteração do sistema de avaliação existente é conveniente respeitar as especificidades das especialidades, encarando soluções para os diversos problemas, sem gerar insatisfação e revolta. As situações desagradáveis para as partes, como injustiças, desigualdades e discriminações, há necessidade de bom entendimento a fim de não ser criadas situações não sociais. Uma boa solução evita conflitos, mas não pode ser aceite, totalmente por qualquer das partes, sendo necessário haver cedências compatíveis com os interesses em jogo.

A propósito da colaboração convergente, li há pouco uma referência à demora da solução a dar ao novo aeroporto de Lisboa. O autor defende que uma decisão de tal valor deve ser preparada por técnicos especializados e não por políticos para não demorar mais dos 5 anos já esmagados por dúvidas, indecisões e anulação de projecto publicado.


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