sexta-feira, 10 de setembro de 2021

É NECESSÁRIA SENSATEZ NA PREPARAÇÃO DO PORVIR

(Pubic em DIABO nº 2332 de 10-09-2021, pág 16. Por António João Soares)

Há dias, soube que um representante da oposição sugeriu ao Primeiro Ministro a conveniência de ser nomeada «gente capaz» para a liderança do Banco de Fomento. No meio de tanta apatia dos portugueses, para tudo o que não seja futebol, esta atitude deve ser considerada exemplar, porque este tipo de sugestões deve ser aceite como dever de cada português. Assim afirmava uma canção do 25 de Abril: «O povo é quem mais ordena», embora o processo eleitoral tenha alterado esse desejo e quem mais ordena são os partidos, que são quem escolhe os candidatos à Assembleia da República. Estes não representam a vontade das pessoas que os elegeram, mas sim dos chefes que os escolheram.

Já há muitas pessoas a exigirem a alteração do processo eleitoral mas, no regime em que estamos, qualquer mudança só será possível se houver uma espécie de «eutanásia» que elimine a cambada escolhida pelo dono disto tudo que decide só a pensar nos amigalhaços que coloca em altas funções em quantidades sem coerência com o dinheiro existente para lhes pagar o trabalho que deviam realizar. E, assim, ignorando as competências, se coloca em risco a existência de um Estado que, há cerca de seis séculos, era admirado e invejado pelo mundo civilizado da época e que, agora, se prepara para respirar o último hálito de uma existência confusa e com forte dívida pública.

Mas, se o Afeganistão dispunha de uma oposição capaz de defender a sua independência, Portugal tem vivido como órfão indefeso, com o povo alheado dos grandes assuntos que o condicionam e deixando os que dispõem de poder usar este a seu bel-prazer e para benefício da matilha que os cerca. Por isso, a posição tomada pelo oposicionista atrás citado deve ser repetida por outros notáveis para despertar o povinho da sonolência a que o submeteram apoiada pela deficiente Educação escolar que incutem nos seus filhos, e pelo contrário, deve torná-lo interessado em observar e criticar os erros que vêm sendo cometidos pelo Governo ao nomear para funções públicas de alta importância pessoas sem preparação adequada, sem competência nem experiência de cuja incapacidade tem vindo a resultar a degradação do País, ao contrário do desejado desenvolvimento e crescimento económico. É preciso sacudir a opinião pública, fazendo despertar a gentinha adormecida e levando-a a agir, pelo menos nas eleições, obedecendo ao velho lema «o povo é quem mais ordena».

Se estamos em democracia, as decisões do Poder não devem ser baseadas em caprichos ou interesses particulares, mas nos grandes objectivos nacionais destinados ao bem colectivo, do povo. E este deve ser considerado merecedor do máximo respeito.

Temos verificado que ministros pouco dotados de clarividência têm sido transformados em luminárias pela propaganda paga pelo Governo que, com tal máquina, consegue iludir o povinho que é crente e obediente aos que o dominam e estrangulam. A maior parte dos portugueses estão a empobrecer, mas os beneficiados do regime continuam a enriquecer e a abusar do poder. 

Mas a preparação de um futuro melhor impõe-se cada vez com mais urgência. Pensemos nas pessoas das novas gerações que não beneficiam da família, dos amigalhaços, dos cúmplices e coniventes. É urgente procurar, com honestidade, seriedade e amor a Portugal, quem seja inteligente, sério, honesto e competente, e dar-lhe os cargos adequados ao seu valor. Assim se criará uma sociedade com ética, sentido de responsabilidade, amor ao trabalho honesto e à dignificação nacional, com solidariedade e respeito multilateral.

 

Deve ser aproveitada a lição da experiência da nomeação do Vice-Almirante Gouveia de Melo para liderar o processo de vacinação cujos resultados têm merecido elogios vindos de variadas origens e até sugestões de destinos mais notáveis na hierarquia nacional.

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