(Public em DIABO nº 2299 de 22-01-2021, pág 16. Por António João Soares)
Há pouco tempo, uma jovem
sueca descobriu que a Terra está a aquecer por culpa do uso de combustíveis de
origem mineral e que é preciso lutar contra as alterações climáticas. E isso
foi afirmado com arrogância convincente de tal forma que a jovem apareceu
perante assembleias públicas de conceituadas instituições e arrastou apoios de
elevados estadistas que transmitiram aos seus súbditos a “certeza científica”
de que somos capazes de condicionar o clima alterando os nossos comportamentos.
Agora, aparentemente no
seguimento de tal “saber científico”, a temperatura desceu de forma muito
diferente do habitual, tendo, por exemplo, a Espanha atingido os 16 graus
negativos. Será que os altos dirigentes políticos que gostam de alimentar a sua
vaidade com actos públicos, bem visíveis e reportados, irão proceder à
condecoração dos activistas dos seus países que mais se destacaram nesta
campanha da jovem sueca contra o aquecimento da Terra, por terem conseguido
atingir os seus pretendidos “objectivos”? Seria bonito ver o nosso PR
interromper a campanha eleitoral para proceder a tal acto, esperando angariar
mais votos para ser reconduzido no cargo!
Mas a realidade não parece
provar que este frio tivesse surgido em resultado de tal tão propagandeada
luta. Trata-se de uma situação natural não prevista nem controlável pelo homem.
E pensem que podem existir coisas certas nos diversos textos que aqui
publiquei, de que refiro os seguintes títulos e as datas em que vieram a
público: em 26-04-2019, “Alterações climáticas e defesa do ambiente”; em
05-07-2019, “Alteração climática é fenómeno natural”; em 06-06-2019,
“Tempestades de granizo”; em 20-09-2019, “Contra a desertificação, pela
natureza”; em 04-10-2019, “Alterações climáticas e ambiente”; em 11-11-2020,
“Alterações climáticas”; em 11-12-2020, “Defender o ambiente e respeitar o
espaço cósmico”.
Deus nos livre dos vaidosos
pretensiosos “sábios” que só têm certezas e nunca aceitam dúvidas, ao contrário
dos célebres cientistas que vivem cercados de dúvidas, e mesmo quando obtêm
respostas credíveis para elas, continuam os estudos e as experiências para as
confirmar. E é com a procura de respostas para as suas interrogações que
avançam para as certezas que irão constituir o verdadeiro saber científico. A
dúvida constitui o ponto de partida para a investigação e para o
desenvolvimento da ciência. A evolução científica parte das dúvidas.
E quando apenas há certezas e
se anunciam as futuras decisões, antes de se iniciarem os estudos para as
questões que devem ser consideradas, então, provavelmente, caminha-se para uma
sucessão de erros que degradam a economia e todo o ambiente circundante,
incluindo a situação social de um país como o nosso que vê piorar, a par e
passo, a sua situação relativa aos parceiros da União Europeia.
Quem só tem certezas e nunca
tem dúvidas não passa de um estúpido pateta. Para obter conhecimento e
contribuir para o desenvolvimento é conveniente usar humildade, aceitar dúvidas
e tudo fazer para as eliminar e, assim, ficar seguro das realidades, dos
problemas e dos seus factores e condicionamentos e, depois, poder tomar a
decisão que mais lhe convier para a finalidade que deseja. Isto é mais seguro
do que tomar decisões por palpite e apenas por convicção de momento.
Num curso em que se ensinava a
preparar as decisões, o General Bettencourt Rodrigues, no momento de fazer a
lista das possíveis modalidades de acção, dizia: “agora durante 5 minutos a
asneira é livre”. Isto é, a decisão final deve ser uma escolha da melhor
solução de entre todas as possíveis. Este curso destinava-se a formar oficiais
que iriam integrar o Corpo do Estado-Maior do Exército. ■
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