A oposição deve preocupar-se com o futuro do país
(Publicado no semanário O DIABO em 17 de Outubro de 2017)
Desde alguns anos atrás, a oposição começou com uma estratégia nociva aos interesses nacionais, por ser demasiado destrutiva e ter feito desperdiçar, no Parlamento, muito tempo com futilidades, relegando para última prioridade a solução de muitos problemas que preocupavam as pessoas mais isentas e interessadas no bem de Portugal, bem como a necessidade de profundas reformas estruturais, mais necessárias em certos sectores. Já no artigo publicado em O DIABO em 20 de Setembro de 2016, perante atitudes pouco benéficas ao país e à própria oposição, aconselhava esta a aproveitar esse período de «repouso» como um estágio de preparação para vencer as eleições seguintes isto é, procurar dar aos eleitores a noção de que existe uma estratégia bem estudada, bem organizada e programada, com o objectivo de poder dar um futuro melhor, uma melhor qualidade de vida a todos os cidadãos. Isso, além de acabar por dar votos, contribuiria para medidas mais eficazes por parte do Governo, sem deixar de dar brilho à oposição.
Se cada cidadão tem o dever de dar ao governo a melhor colaboração, criticando de forma construtiva, apresentando propostas e sugestões, por forma chamar a atenção para problemas locais e regionais que tenham passado despercebidos ao Poder, maior é o dever da oposição, com a vantagem de as suas propostas ficarem registadas, documentadas, podendo numa campanha eleitoral, ser ostentadas como comprovativo da sua competência e dedicação aos problemas nacionais e à procura de melhor qualidade de vida para os cidadãos e para a boa imagem do País.
Mas, pelo contrário, nos tempos mais recentes, caiu-se na crítica destrutiva, negativa, em que foi dada prioridade à intenção da «luta pelo poder» de forma abjecta e pouco digna, desejando a demolição do governo sem apresentar alternativas mais propícias a objectivos mais elevados para os interesses colectivos da nação. Mas nada foi concretizado nesse sentido, e daí resultou que as pessoas não viram razões para uma escolha eleitoral que lhes trouxesses vantagens convidativas. E o resultado foi o afundamento do maior partido da oposição e do seu líder, ficando agora a incógnita de quem fará a reconstrução e daquilo que trará de novo e aliciante.
Também o artigo «amar Portugal sem submissão a partido», publicado em 4 de Outubro do mesmo ano, contém sugestões positivas para preparar um futuro melhor. Já ouvi opiniões de que isso são utopias e é chover no molhado, mas o certo é que grandes evoluções têm surgido de utopias de sonhadores, lunáticos, como Júlio Verne e outros que não chegaram a ver a concretização dos seus sonhos. E, na sociedade, as melhores mudanças são conseguidas por evolução e não por revolução, porque «a paz é o bem maior», como tenho referido insistentemente no semanário O DIABO, em defesa do bom entendimento, do diálogo, da negociação para resolver os diferendos grandes ou pequenos. Este princípio também foi esquecido pela oposição nas suas guerrinhas dentro do Parlamento, em vez de ocupar o tempo, de forma mais construtiva, em troca de opiniões positivas na procura de melhores soluções para o Portugal de amanhã.
Será desejável que a nova liderança do partido, nunca perca de vista o objectivo da realização dos melhores projectos e planos para garantir um futuro melhor a Portugal e aos portugueses, em todos os sectores da vida nacional. Portugal será grande se os portugueses quisermos, mas quem deve concretizar os desejos da população são os partidos em quem os eleitores votam escolhendo-os como seus mandatários. Nisso a oposição tem uma missão importante, não apenas por desejar vir a ser governo, mas porque tem um papel importante no Parlamento, nas análises que ali são apresentadas e discutidas.
António João Soares
10 de Outubro de 2017
Moçambique: assim se vê a força do PC
Há 1 hora
Sem comentários:
Enviar um comentário