Têm surgido comentários de pessoas conceituadas, da área do Governo, como Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Marques Mendes, Pacheco Pereira e outros a dizer que os governantes estão demasiado obcecados com as contas do défice e da dívida e não conseguem ver as realidades das condições de vida das pessoas.
Essa obsessão ansiosa conduz as palavras dos políticos ao estilo eleitoralista, pensando nos três actos eleitorais do futuro próximo. O termo mais em uso nestes dias é o da RECUPERAÇÃO já em curso, sem se demonstrar o que isso tenha representado de benefício para as pessoas. Estas interrogam-se sobre o que temos andado a fazer desde há quase 3 anos? Para que servem os sacrifícios já feitos e os que pesam como ameaça para os próximos tempos. E isto faz recordar as palavras de Poiares Maduro «compreendo que as pessoas se sentam zangadas com o Governo»
Mas as notícias, por maior que pretenda ser o seu controlo, deixam escapar aspectos da triste realidade. Apesar de se falar em recuperação, os cortes ameaçam continuar e a pobreza aumenta sendo dolorosa a «pobreza envergonhada» de pessoas que já se privaram de tudo e vegetam com todo o género de carências. Os juros da dívida não baixam dos 5%, e agora um estudo da Santa Casa da Misericórdia diz que 5% dos sem-abrigo de Lisboa são licenciados. Será isto o desenvolvimento, a recuperação, o aumento da cultura? Realmente, Augusto Mateus disse que a cultura é essencial para criar riqueza. Mas será ela indispensável nos sem-abrigo, nestas noites de agreste invernia? Será socialmente justo, estar a formar licenciados para depois terem à sua espera os passeios da cidade?
Será que aqueles que se consideram «donos do país» se sentem bem com a sua consciência e continuam a ufanar-se de que estamos em recuperação? Mesmo em campanha eleitoral, é preciso procurar ser mais franco e verdadeiro para com os desejados eleitores. Destes nem todos andam de olhos fechados.
Imagem de arquivo
Voto de pesar da AR a Belmiro de Azevedo em 2017
Há 19 minutos
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