Será que o consenso não será atingível, tal como tem acontecido e como foi um desapontamento em julho de 2013? Em vez de assédio ao PS, os oradores do congresso do PSD alinharam pela hostilidade. A agressividade ao seu principal opositor e alvo do desejo de entendimento. Contradição entre a ideia e as palavras, como tem sido timbre da actual coligação.
Tal contradição e ataques já foram denunciados pelo PS. Seguro explica a dificuldade de encarar as negociações por haver diferenças acentuadas das ideologias do Governo e do PS mas, das suas palavras, ressalta a possibilidade de procurar pontos de vista comuns em alguns aspectos práticos, com vista a melhorar a recuperação da crise.
Mas, do outro lado, Marco António Costa, no seu papel de mensageiro ou porta-voz do Governo, limita-se, com a arrogância, autoritarismo e teimosia habitual, a acusar o PS de não querer fazer consenso, sem explicação, evidenciando que o Governo não está disposto a fazer a mínima cedência e apenas querendo a submissão e o aplauso aos seus caprichos teimosos determinados, as suas «verdades», as suas «convicções»,etc. Foram estas «certezas que fizeram a dívida pública passar de 94,0% do PIB em 2010,para108,2% em 2011,124,1% em 2012 e 127,8% em 2013.
Observando as palavras de Seguro, parece poder concluir-se que, bem conversado, poderá chegar-se a uma solução desejável para bem dos portugueses que assente em cedências mútuas que aproximem as duas posições aparentemente irredutíveis por forma a adoptar medidas que possam merecer a concordância das partes em negociação. Mas, em vez de arrogância e altivez, terá de haver um namoro assente em patriotismo, sentido de responsabilidade e sentido de Estado.
Com a obsessão de evidenciar hostilidade permanente, não se gera esperança de ser dado um passo no sentido do entendimento. O certo é que, para este ser conseguido, nenhum dos possíveis desejados companheiros se mostra disposto a ser simplesmente muleta com total cedência, submissão e apoio gratuito a medidas que considera desadequadas e continuadoras dos erros anteriores.
Um conterrâneo, conhecedor da vida agrícola de outrora, sugere que se pense no trabalho da junta de bois, antes de haver tractores na agricultura, em que um na direita e outro na esquerda ambos puxavam convergentemente para a finalidade que lhes era importa pelo agricultor. Bom exemplo de trabalho de equipa, de cooperação. No caso actual o destino do País justifica as cedências que cada um deverá fazer.
Voto de pesar da AR a Belmiro de Azevedo em 2017
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