segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

BASTA DE FANTASIAS ARROGANTES


Governar não deve ser um exercício de permanente propaganda com promessas incumpríveis, com fantasias arrogantes e ataques aos que apresentam sugestões práticas e viáveis para o crescimento de Portugal e a melhoria das condições de vida das pessoas.

Como diz Marques Mendes o governo está a cair na demagogia e a pensar nas próximas eleições.. Passados quase três anos de actuação, devia, pelo contrário, orientar a sua propaganda mostrando os resultados conseguidos para a melhoria das condições de vida das pessoas, principalmente das mais carenciadas, como os reformados, os idosos, os doentes, os desempregados, etc.

A explicação verdadeira, sem sofismas, com palavras compreensíveis pelos portugueses mais simples, seria a melhor «propaganda». Falar de «determinação» no prosseguimento do mesmo rumo nada beneficia, pois nem sequer se conhece o rumo, se é que algum dia foi definido. O que as pessoas sentem é a pobreza gerada por cortes sobre cortes, havendo um justificado descontentamento. Até o próprio ministro Miguel Poiares Maduro diz que compreende que as pessoas se sintam zangadas com o Governo. Os governantes não se devem considerar donos do País.

No seu tom habitual, Marco António Costa diz que o PSD pretende "um país diferente, com esperança, que acredite que é possível haver um novo tempo e que o construa assente em bases sólidas no plano económico e social, com contas públicas saudáveis e uma organização financeira do Estado bem estruturada". Estas frases doutorais podiam ser datadas de 2011, agora não passam de arrogância gratuita e falaciosa sem o mínimo senso e que não convencem ninguém. Se durante quase três anos, essas santas intenções, apenas se traduziram em cortes sobre cortes, aumentando o número de pobres e tornando mais pobres aqueles que já o eram, que solução concreta nos dá, com verdade em palavras compreensíveis e credíveis, para acreditarmos, para termos esperança num novo tempo com bases sólidas no plano social.

Marco António Costa, que, quando na oposição, era um bom argumentador, parece querer manter o mesmo estilo neste ataque ao líder da oposição. Mas este falou de medidas práticas, de realidades e isso não se combate com conceitos expressos por palavras eruditas que nada dizem de concreto aos portugueses mais carentes. O refúgio nesses termos constitui fuga ao diálogo construtivo e esclarecedor e neste não deve ser baralhado o nível da argumentação. Um «diálogo» não pode ser conduzido com respostas teóricas e irreais a sugestões práticas e viáveis. Para nos convencer, coloquem-se no mesmo patamar e falem em linguagem compreensível por nós, simples cidadãos.

Esta manutenção do estilo usado há mais de três anos, na oposição, dá razão a Bagão Félix ao dizer que "Governo gosta de insistir no erro e mudar apenas o papel de embrulho". Exagero ? Talvez não.

A provar a falácia de tais palavras vagas e aéreas os reformados e pensionistas nada melhoraram desde 2011, antes pelo contrário. Os pobres estão mais pobres e a classe média entrou de escantilhão na pobreza e muitos, procurando ocultar a fome envergonhada, passam momentos de muito sofrimento. Das generalidades teóricas do PSD não retiramos nenhum conforto para gerarmos esperança no amanhã. Nem diz nada de concreto que possamos comentar construtivamente.

Pelo contrário, a vítima das suas palavras, António José Seguro, não fica pelas ideias mas desce a casos concretos e, se estes são polémicos, como tudo na vida, têm a vantagem de poder ser escalpelizados, analisados e dar oportunidade para ter consciência dos prós e dos contras e ajudar a encontrar a melhor solução viável.

Ninguém ocupa algum tempo a pensar com lógica e pragmatismo no futuro dos portugueses e Marques Mendes tem a franqueza de dizer que «a questão é que já está tudo a pensar em eleições".  E sugere: «mas se os deputados pensarem mais nas pessoas que na banca, poderá surgir uma lei justa e adaptada à realidade".

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