A segurança exige
sensibilidade e responsabilidade dos governantes
(Public em DIABO nº 2371
de 10-06-2022, pág 16 por António João Soares)
Depois do tiroteio numa
escola primária no Texas em que morreram 19 crianças, e duas professoras,
soube-se que nos EUA, desde o início do ano, houve mais de 17 mil mortes
provocadas por armas de fogo. E este trágico fenómeno não tem acontecido apenas
nesse país, pelo que exige ser devidamente analisado, para bem da segurança das
pessoas. O fabrico de armas mortíferas e a sua venda devem ser devidamente
controlados, para se evitar estes casos lamentáveis que vitimam pessoas
inocentes, como foi o desta escola.
A humanidade não deve
ter medo apenas das armas nucleares, deve estar defendida de outros objectos
fatais que são fabricados e vendidos, sem sentido de responsabilidade, sem
controlo nem fiscalização, apenas com a ganância do lucro e a ambição do
dinheiro. A vida está cada vez mais ameaçada por objectos aparentemente
inofensivos, mas realmente muito perigosos e sem uma utilidade totalmente
justificada.
Os Governos têm o dever
de se preocupar não apenas com a defesa militar e proibir as armas nucleares,
mas também com as armas de pequeno porte e outros objectos letais que podem
prestar-se a ser utilizados por terroristas ou outros malfeitores para fins
ocultos. Actualmente, as pessoas são mal preparadas pelas escolas em termos de
ética, moral e respeito pelas vidas das pessoas e pelo seu direito a viver com
dignidade. Há que preparar, com inteligência, sensibilidade e responsabilidade,
a comunicação social e os sistemas utilizados pelas pessoas nas suas vidas
habituais de forma a evitar que lhes possam servir para manifestar os seus maus
instintos na procura de vantagens fictícias e impróprias.
A verdadeira felicidade
e qualidade de vida das pessoas é menos dependente do dinheiro do que da
amizade e de outros afectos positivos que trocam com conhecidos e vizinhos nos
seus movimentos diários. Um gesto de ajuda quando um amigo está em dificuldade,
um conselho em caso de falta de saúde, são atitudes que reforçam amizades.
Mas, se na vida prática
de um político, isso não seja muito natural no dia a dia em relação a cada
cidadão seu dependente, ele deve ter noção dos vários aspectos da vida de cada
um para ajudar a ter uma boa qualidade de vida, com bom acesso ao que é
essencial, como a alimentação, a saúde, os vários sistemas de segurança, etc.
Mas um político, em funções,
ao tomar uma decisão deve ter a sensibilidade de procurar saber o efeito que
irá causar nas vidas dos cidadãos nesse momento e nos tempos vindouros. Cada
acto público tem efeitos a longo prazo que podem ter resultado em actos
eleitorais, mesmo que sejam mascarados por promessas fantasiosas, muitas vezes
incumpridas. Li há dias que, no Canadá, está em análise uma «proposta de lei
que deverá congelar, a partir do outono, a importação, e o negócio de armas de
fogo pessoais». É intenção do governo tornar «ilegal comprar, vender,
transferir ou importar armas de mão em qualquer lugar do Canadá».
Todos os cuidados devem
resultar em melhoria da segurança dos cidadãos. E cada acto deve ser precedido
de reflexão sensível e responsável, tendo em mente a vida das pessoas, desde a
vantagem de cada utilização do dinheiro dos impostos, a lógica da quantidade de
funcionários pagos por esse dinheiro, as regalias, as despesas de utilidade
duvidosa, a lavagem de dinheiro, a corrupção, etc.
Duas notícias sobre
segurança pública, A primeira refere a detenção pela GNR de 19 pessoas
pertencentes a rede organizada, após dois anos de investigação. A segunda cita
um projecto aprovado pela ONU para eliminar a pirataria no Golfo da Guiné. onde
passam mais de mil navios por dia. O Mundo precisa de muita
atenção.
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