segunda-feira, 13 de junho de 2022

A SEGURANÇA EXIGE SENSIBILIDADE E RESPONSABILIDADE DOS GOVERNANTES

A segurança exige sensibilidade e responsabilidade dos governantes

(Public em DIABO nº 2371 de 10-06-2022, pág 16 por António João Soares)

 

Depois do tiroteio numa escola primária no Texas em que morreram 19 crianças, e duas professoras, soube-se que nos EUA, desde o início do ano, houve mais de 17 mil mortes provocadas por armas de fogo. E este trágico fenómeno não tem acontecido apenas nesse país, pelo que exige ser devidamente analisado, para bem da segurança das pessoas. O fabrico de armas mortíferas e a sua venda devem ser devidamente controlados, para se evitar estes casos lamentáveis que vitimam pessoas inocentes, como foi o desta escola.

A humanidade não deve ter medo apenas das armas nucleares, deve estar defendida de outros objectos fatais que são fabricados e vendidos, sem sentido de responsabilidade, sem controlo nem fiscalização, apenas com a ganância do lucro e a ambição do dinheiro. A vida está cada vez mais ameaçada por objectos aparentemente inofensivos, mas realmente muito perigosos e sem uma utilidade totalmente justificada.

Os Governos têm o dever de se preocupar não apenas com a defesa militar e proibir as armas nucleares, mas também com as armas de pequeno porte e outros objectos letais que podem prestar-se a ser utilizados por terroristas ou outros malfeitores para fins ocultos. Actualmente, as pessoas são mal preparadas pelas escolas em termos de ética, moral e respeito pelas vidas das pessoas e pelo seu direito a viver com dignidade. Há que preparar, com inteligência, sensibilidade e responsabilidade, a comunicação social e os sistemas utilizados pelas pessoas nas suas vidas habituais de forma a evitar que lhes possam servir para manifestar os seus maus instintos na procura de vantagens fictícias e impróprias.

A verdadeira felicidade e qualidade de vida das pessoas é menos dependente do dinheiro do que da amizade e de outros afectos positivos que trocam com conhecidos e vizinhos nos seus movimentos diários. Um gesto de ajuda quando um amigo está em dificuldade, um conselho em caso de falta de saúde, são atitudes que reforçam amizades.

Mas, se na vida prática de um político, isso não seja muito natural no dia a dia em relação a cada cidadão seu dependente, ele deve ter noção dos vários aspectos da vida de cada um para ajudar a ter uma boa qualidade de vida, com bom acesso ao que é essencial, como a alimentação, a saúde, os vários sistemas de segurança, etc.

Mas um político, em funções, ao tomar uma decisão deve ter a sensibilidade de procurar saber o efeito que irá causar nas vidas dos cidadãos nesse momento e nos tempos vindouros. Cada acto público tem efeitos a longo prazo que podem ter resultado em actos eleitorais, mesmo que sejam mascarados por promessas fantasiosas, muitas vezes incumpridas. Li há dias que, no Canadá, está em análise uma «proposta de lei que deverá congelar, a partir do outono, a importação, e o negócio de armas de fogo pessoais». É intenção do governo tornar «ilegal comprar, vender, transferir ou importar armas de mão em qualquer lugar do Canadá».

Todos os cuidados devem resultar em melhoria da segurança dos cidadãos. E cada acto deve ser precedido de reflexão sensível e responsável, tendo em mente a vida das pessoas, desde a vantagem de cada utilização do dinheiro dos impostos, a lógica da quantidade de funcionários pagos por esse dinheiro, as regalias, as despesas de utilidade duvidosa, a lavagem de dinheiro, a corrupção, etc.

Duas notícias sobre segurança pública, A primeira refere a detenção pela GNR de 19 pessoas pertencentes a rede organizada, após dois anos de investigação. A segunda cita um projecto aprovado pela ONU para eliminar a pirataria no Golfo da Guiné. onde passam mais de mil navios por dia. O Mundo precisa de muita  atenção. 

 


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