(Public em DIABO nº 2351 de 21-01-2022, pág. 16. Por António João Soares)
Pode dizer-se que tudo o que teve princípio, abará por ter fim e que há memória de o planeta ter passado por muitas alterações em diversos aspectos.
Actualmente, há uns «sábios» com declarada
intenção de estarem a accionar um combate às alterações climáticas, mas que
estão demasiado concentrados na poluição atmosférica com gases tóxicos saídos
de tubos de escape e de chaminés de fábricas. Esses são os sinais mais visíveis
ou menos incomodativos para os donos das grandes empresas que têm crescido à
custa do louco desenvolvimento das novas tecnologias que usam e abusam de
automatismos, comandos à distância, de radares e pequenos sensores que
trabalham continuamente, poluindo a atmosfera envolvente até distâncias
incalculáveis.
Mais perigosos para a vida no planeta do que os gases dos combustíveis são os pequenos geradores de radiações electromagnéticas que equipam os modernos automóveis com nomes de GPS, sensores que alertam para a proximidade de obstáculos para evitar que o carro toque neles ao fazer uma manobra, transmissores e receptores de comunicações, etc. E os inúmeros aparelhos que funcionam automaticamente para abrir e fechar portas e para ligar e desligar luzes quando os passantes têm necessidade de passar.
Já tenho batido e repisado sobre os efeitos desagradáveis e perigosos dos excessos da poluição das radiações electromagnéticas, mas bateram em orelhas de surdos. No entanto surgiu agora uma notícia de que na área do polo Norte, onde não abundam automóveis a gasolina ou a diesel e que contrariamente à normalidade, foi agora detectada uma actividade atmosférica na região mais setentrional da Terra onde os relâmpagos eram outrora raros e em 2021, foram vistos 7.278 relâmpagos no Ártico o que representa quase o dobro do número do somatório dos vistos durante os nove anos anteriores combinados. Como o ar ártico carece tipicamente do calor convectivo necessário para criar raios, estas últimas descobertas publicadas no relatório anual sobre raios da empresa finlandesa Vaisala, deixaram alarmados tanto os cientistas preocupados como o meteorologista e gestor de aplicações de raios desta empresa. Nos últimos 10 anos, a contagem global dos relâmpagos a norte do Círculo Ártico tem sido bastante rigorosa. E nas latitudes mais elevadas do planeta, a norte de 80º de latitude, o aumento tem sido drástico. Uma mudança tão significativa faz certamente recear graves alterações climáticas, quanto a temperaturas e outros efeitos atmosféricos.
Com mudanças tão acentuadas nas temperaturas do Ártico cessam as médias a
que as pessoas estão habituadas e as mudanças que podem causar grandes
alterações nas condições climáticas no Ártico e originar mais surtos de frio
extremo e mais ondas de calor, ou mudanças extremas na precipitação, que
podem abranger vastas áreas próximas do Ártico.
As condições das nossas vidas não se resolvem apenas com o equipamento das
nossas casas e com o reforço do agasalho do nosso vestuário, pois o ar que nos
bafeja pode ser extremamente frio ou quente dependendo de efeitos das diversas
condicionantes do clima.
Daí ser importante a preocupação de lutar contra as alterações climáticas.
Mas os «lutadores» não podem continuar ignorantes em relação às causas mais
influentes. Devem olhar em redor sem preconceitos e procurar ver de onde vêm os
factores mais influentes e qual a forma eficaz de os moderar, com ciência, com
realismo e sem fantasias, sem lançar poeira para as pessoas para as tornar mais
estúpidas e continuarem a interessar-se apenas por futebol, covid, crimes e
frivolidades. Lutar contra as alterações climáticas não se pode resumir a
palhaçadas de propaganda.
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