(Public em DIABO nº 2345 de 10-12-2021, pág 16, por António João Soares)
A realidade da
humanidade actual obriga a pensar, mas as pessoas detestam esse «trabalho» e
deixam-se arrastar pelas publicidades, para coisas menos significativas de que
abusam as autoridades apoiadas numa comunicação social que deixou de ser
educativa e instrutiva para, servilmente, obedecer aos poderes políticos e não
deixar as pessoas de inteligência mediana e coragem reduzida observar as
realidades e os exageros insensatos a que são submetidas.
Quando surgiu o primeiro surto do covid-19, cedo se passou a falar de
pandemia e sem se analisarem as acções humanas que o estavam a causar. No
Jornal Observador de 24 de Abril de 2020, perante as primeiras decisões do
Governo, para fazer face à crise, que foram de um exagero que causou muitos
danos na economia e na saúde mental de muita gente, a médica Margarida Abreu,
no artigo «a pandemia do medo» definiu bem a crise em que nos meteram e que,
com a «manipulação massiva da opinião pública pela comunicação social, se
instalou a pandemia do medo, a maior pandemia de que há memória». O
isolamento a que a humanidade foi sujeita, com os aviões colocados em
terra e as pessoas fechadas em casa, o mundo parou.
O aparecimento de pseudociência indiscriminadamente veiculada, pelos
inúmeros jovens pseudo-especialistas de tudo, que existem nas redes sociais,
contribuíram ativamente para a situação perniciosa em que nos encontramos hoje.
E quando os detentores do poder tomaram consciência do exagero e aliviaram
a repressão já as pessoas tinham perdido a noção dos cuidados a tomar
pessoalmente para se protegerem e exageraram na euforia da liberdade.
Entretanto, foram perdidos valores no respeito entre as pessoas, devido aos
desequilíbrios da abalada saúde psíquica, e aumentou brutalmente a
criminalidade quer doméstica quer social. Tem sido mais dramática como se vê na
insegurança rodoviária, na pedofilia, etc.
E, aos primeiros sinais de nova variação do vírus, em vez de,
ponderadamente, se estudar as suas características para de forma adequada se
proceder à defesa das pessoas que dele podem ser vítimas, decidem repetir de
forma parecida o já experimentado no início, ao prazer dos fabricantes de
máscaras e de vacinas mais sofisticadas.
Mas há pessoas atentas que devem ser ouvidas. Uma falou sobre o perigo para
a humanidade do exagerado aumento das radiações electromagnéticas que são
nefastas para a vida e passaram os limites do razoável, ao ponto de hoje
ninguém lhes pensar pôr travão porque o vício das tecnologias as torna
indispensáveis! Mas a experiência de mais de um século mostra que sempre que há
um aumento das radiações, o mundo tem sofrido os efeitos de uma epidemia. Esse
tipo de poluição do espaço provoca a reacção natural dos astros da «Cintura de
Van Allen» e surge aquilo que vem sendo denominado como «alterações climáticas.
Não é por acaso que os escritores de língua portuguesa Mia Couto e
José Eduardo Agualusa publicaram no «Jornal i» de 28 de Novembro de 2021 o
texto «Duas pandemias?». Segundo eles, em vez de o mundo mais desenvolvido
agradecer a Moçambique e outros países pobres da África do Sul o aviso que
deram ao mundo de novos casos de infecção por um novo e mais perigoso surto de
Covid-19 e ajudá-los a tomar medidas adequadas para resistirem aos seus
efeitos, «os governos europeus viraram costas e fecharam-se sobre os seus
próprios assuntos». Seria mais humano, generoso e louvável que ajudassem a
enfrentar a situação começando, por exemplo, a oferecer-se para trabalhar
juntos com os africanos no combate ao novo surto, procurando travar os seus
efeitos generalizados e evitar que se torne mundial, como tem acontecido com os
surtos anteriores.
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