sexta-feira, 15 de outubro de 2021

MUDANÇA CONSCIENTE E PRUDENTE

(Public em DIABO nº 2337 de 15-10-2021 pág 16 por António João Soares)

Depois da pandemia e de tantos erros devidos a imprudência na tomada de decisões, sem respeito pelas leis nem pelos legais direitos das pessoas, convém que os altos responsáveis parem para pensar antes de se atirarem às cegas com soluções de capricho ou movidas por interesses não essenciais.

Já aqui inseri algumas reflexões sobre a tomada de decisões, sendo a primeira em «preparar a decisão» publicada em O DIABO de 27-09-2016 (quem desejar consultar pode pesquisar no Blog  http://domirante.blogspot.pt, onde são arquivados todos os artigos que aqui publico).

 Para não repetir o que já escrevi, recordo que perante uma situação difícil e inesperada, é preciso manter a serenidade, analisar as suas causas, os factores que a condicionam e a forma como podemos controlar cada uma dessas origens do problema e, nesse trabalho, convém obter a colaboração, mesmo que apenas opinativa das pessoas que têm mais contacto com o assunto e, principalmente, com as que lhe sentiram os efeitos. A colaboração de especialistas independentes e experientes é muito útil para a escolha da melhor solução de entre todas as que forem possíveis. Pode haver variadas soluções todas diferentes e é fundamental que a escolha conte com os efeitos de cada uma antes de se optar pela que pareça mais adequada à realidade que se enfrenta.

É imperioso que se evite uma escolha por palpite ou impressão de ser a melhor e, pelo contrário, assentar em argumentos seguros que conduzam a uma decisão consciente e prudente. O ditado «errar é humano» não deve ser tomado como desculpa, pois devemos fazer o máximo esforço para evitar erros. Por exemplo, para premiar o óptimo trabalho do Vice-Almirante Gouveia e Melo, não convém prejudicar os direitos legítimos de camaradas a quem cabe mais cedo a promoção. As Forças Armadas têm regras que devem ser cumpridas e os donos do Poder devem recordar-se que foram os militares que levaram a cabo o 25 de Abril, cujos resultados não foram muito benéficos para os portugueses que não fazem parte da malta que se tem apoderado do nosso esforço criando milionários, corruptos, etc e o controlo anti democrático da comunicação social, o aumento da dívida pública e a perda de prestígio da Justiça. Sempre que se decide fazer uma despesa deve pensar-se no dia de amanhã e as dívidas feitas hoje terão de ser pagas pelos nossos descendentes. O mesmo se passa com os erros de decisão, que serão suportados posteriormente.

Li, recentemente, um estudo sobre a «tolerância zero» aplicada ao ambiente que, sem ser autoritária, apela ao adequado comportamento de todas as pessoas. Realmente, exemplos de como o de uma escola primária em que os jovens, enquadrados por professoras e auxiliares, munidos de uma vasilha em que colocavam coisas espalhadas numa praia extensa, deixaram esta completamente limpa de lixo. Perante uma boa quantidade de bons exemplos este se contribuirá para conseguir uma sociedade limpa e rigorosamente cumpridora e se conseguirá expandir esta perfeição em todo o país tornando as populações mais limpas e ordenadas, respeitadoras das leis e dos códigos básicos da convivência social.

O lixo recolhido nas vasilhas dos jovens deve ser queimado em incineradores adequados, porque, se for para um vulgar contentor de lixo, pode acabar por ir parar ao oceano que já está mundialmente poluído por toneladas de plásticos que têm causado a morte de muita fauna marítima, intoxicada por falsos alimentos que não são digeríveis. Se os lixos recolhidos pelas autarquias passar a ser incinerado em queimadores apropriados além de evitar a poluição do ambiente, produzirá energia que pode ser muito útil para reforçar a electricidade disponível para o consumo doméstico e para a indústria.

As autarquias, que vivem mais próximas das realidades, devem procurar informação sobre este e outros aspectos da qualidade do ambiente e da qualidade de vida e preparar um futuro mais seguro em todos os factores, indo além da Comunicação Social que, infelizmente, pouco contribui para a formação do saber das pessoas, perdendo o tempo com futebóis e outros assuntos de interesse secundário para a preparação de mudanças conscientes e prudentes para um amanhã mais feliz.

Sem comentários: