(Public em DIABO nº 2322 de 01-07-2021, pág 16. Por António João Soares)
E a eutanásia que era
defendida como a morte santa para quem já não tem esperança de cura de doença
grave? Mas foi legislada em Espanha, o que levou o bispo espanhol de Alcalá de
Heneres, Juan Antonio Reig Pla, a publicar uma carta pastoral em que acusava o
Governo de ter tornado a Espanha num “campo de extermínio”. Por cá, em meados
de 2018, o Parlamento desistiu de legislar sobre o mesmo tema mas,
recentemente, voltou a reactivar a intenção de persistir.
Os valores de competência,
dedicação, honestidade, autoridade, responsabilidade, verdade, respeito pelas
pessoas, etc., têm sido desprezados ou ignorados por quem devia dar bons
exemplos da sua preservação e utilização.
O ensino ministrado às
crianças no início da vida, como preparação para serem futuros cidadãos
respeitáveis, parece não conter elementos de formação moral e ética, adequados
a constituírem boa esperança de uma sociedade futura melhor do que a actual. Do
topo dos serviços públicos também não saem muitos exemplos dignificantes, como
a comunicação social, embora altamente condicionada pelo poder executivo,
coloca diariamente em destaque. Já poucos membros do Governo, do Parlamento e
das autarquias merecem o verdadeiro respeito dos cidadãos, quer pela falta de
preparação e experiência para o cargo, quer pela forma como o exercem sem
firmeza e esperança de um futuro melhor. Algumas leis e portarias não se
aguentam muitos meses com validade, tal a forma frágil como foram preparadas.
Com esses e outros exemplos,
os nossos dirigentes mostram que acreditam totalmente nas previsões de que a
actual espécie humana será extinta antes de terminar o próximo século e, por
isso, não estão para se dar ao trabalho de preparar o futuro.
E, desta forma, a vida está um
caos em que se navega à vista da costa, sem rumo nem previsão. Nem as
projecções dos célebres autores dos textos bíblicos lhes servem de orientação
para os passos a dar. Depois virá outra espécie como a actual, que veio depois
da do “Homo Neanderthalensis”?
Para que as pessoas se sintam
mais seguras e confiantes, será indispensável que os responsáveis por serviços
públicos disponham de competência, experiência, capacidade organizativa e usem
de sentido de responsabilidade e, quando oportuno, demonstrem ter consciência,
sabendo o que fizeram e porque o fizeram, que conhecem os problemas e saber
procurar soluções para eles.
Todo o responsável por
qualquer serviço público ou privado deve conhecer as leis, regulamentos, normas
de execução, saber planear, analisar, comparar modalidades de acção para poder
decidir servir-se da mais adequada, definir objectivos e verificar resultados
das acções efectuadas. E saber reformular sempre que se torne indispensável.
Se um serviço estiver bem
organizado e bem dirigido, o seu responsável máximo deve ser competente para se
considerar responsável por tudo, por tudo o que nele for realizado ou deixar de
o ser, porque a organização, na sua pirâmide de funções, deve informar em
pormenor o seu chefe do funcionamento do seu sector para obter a sua aprovação
ou reformulação. Dessa forma de actuar, o Chefe máximo não pode afirmar que não
sabe e que não é responsável por qualquer erro que seja prejudicial ao
objectivo do serviço.
Na candidatura a eleições devem ser evitadas guerrilhas
deprimentes e usar-se programas de acção realistas e exequíveis, que demonstrem
que merecem votos. A esperança, a confiança e o respeito, surgem com a
transparência, competência e verdade. ■
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