(Public em DIABO nº 2301 de 05-02-2021, pág 16. Por António João Soares)
O actual PR, durante a sua candidatura à reeleição, prometeu a continuidade, o que podia imobilizar muita gente bem informada que observou a sua inacção durante cinco anos, e as suas respostas a jornalistas deixando-os sem esperança de o verem agir perante muitos sinais desanimadores de falta de uma reacção sua contra o agravamento de muitos aspectos da vida nacional, desde os já clássicos incêndios florestais sem medidas preventivas e sem medidas eficazes de os parar logo pós as chamas iniciais, até à resolução de condições que evitassem o agravamento do Covid-19. Com tal falta de esperança numa necessária mudança a bem de todos os cidadãos, a abstenção pode ter crescido.
Porém, perante os insensíveis
aos sinais negativos e convictos de que o destino poderia fazer milagres, o Sr.
PR conseguiu ser reeleito e continuar num novo mandato. Oxalá inicie esta nova
marcha, apoiando-se por pessoas bem informadas e com experiência das realidades
nacionais que ajudem a analisar cada assunto e fornecer alternativas válidas
para o enfrentar de forma a melhorar Portugal sob todos os pontos de vista e
tornar melhor a vida das pessoas, a economia e assegurar um futuro mais
promissor para o País conhecido por “ter dado novos mundos ao mundo”.
Para formar bons grupos de colaboradores, deve
mais do que a amizade ou os diplomas, basear-se na experiência demonstrada por
diversas maneiras, e na coragem e sinceridade para sugerir as melhores soluções
sem estar condicionado por outros interesses que não sejam o mais puro futuro
de Portugal. Um ‘yes man’ ou dependente de pessoa poderosa, não traz o que
nacionalmente é desejável. E a recolha de ideias para o País não deve confinar-se
a pessoas totalmente ignorantes nem demasiado afectadas pelos inconvenientes de
uma crise, pois raramente vêem todas as implicações do problema.
Também não é condição para ser
bom conselheiro e colaborador um falante que se preocupe, com palavras sem bom
conteúdo, em criar nos ouvintes esperança em dias melhores e no “deixa andar”
sem garantia sincera de que as promessas podem vir a ser realidade. É
preferível ajudar a analisar as dificuldades do presente e estimular as pessoas
a procurar alterações nos seus comportamentos por forma a preparar um amanhã
mais seguro e confortável, com soluções de durabilidade. Não se deve desprezar
as soluções de hoje, mesmo que apenas suficientes para arriscar em fantasias.
Mas as alterações nos serviços
de saúde, justiça, ensino, autoridade e segurança pública precisam de encarar
uma modernização eficaz, para bem do país. Porém, nestas instituições também
não se deve destruir o existente sem termos a certeza, perante estudos
cautelosos e sistematicamente seguidos por colaboradores com as qualidades
referidas no segundo parágrafo, que evitem aventuras de mudanças insustentáveis
que se limitem a destruir aquilo que existe sem nada melhorar. Tenho visto
publicados textos, que merecem a maior atenção, por pessoas que acompanham as
realidades e nelas meditam maduramente, como se tivessem responsabilidade em as
melhorar. Portanto, não são necessários inventores “geniais” como a Greta
sueca.
Tem havido opiniões por
médicos competentes e experientes, sobre a defesa das populações dos perigos da
pandemia do coronavírus, que bem merecem ser tomadas em consideração na
preparação de planos eficazes para um bom resultado. Também contra a morosidade
e outras deficiências da justiça há quem emita sugestões lógicas, bem como
contra os actuais defeitos do ensino e o esquecimento da ética que deve
preparar as crianças para virem a ser pessoas responsáveis e sensatas no seu
comportamento de adultas. Também não posso esquecer que as Forças de Segurança
devem ser preparadas para os perigos que têm de suportar e ter apoio para
reagirem com autoridade, mas sem falhas como a do SEF. ■
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