É NOTÓRIA A MÁ CAPACIDADE DE GESTÃO DOS DEVEDORES E A MÁ CONSCIÊNCIA DOS CREDORES. Não é novidade, por ser do conhecimento geral, que cada pessoa ou instituição ou Estado deve ter o cuidado de gerira sua actividade económica da melhor forma de maneira não gastar mais do que aquilo que pode pagar. Por vezes, há oportunidades de investir quantitativos que não estão disponíveis o que exige uma decisão bem ponderada sobre o interesse, a utilidade da despesa se compensa o custo do empréstimo e se este pode ser liquidado dentro de prazo adequado.
A tentação de recorrer repetidas vezes a crédito pode criar situação de difícil solução que pode conduzir à alienação de património e perda de soberania
Os cuidados para evitar o endividamento não são fáceis porque, além da vaidade pessoal de querer ostentara posse de coisas de elevado preço, há o assédio dos diversos tipos de credores que, por vezes, actuam como proxenetas, empurrando as vítimas para a desgraça.
Os vendedores de equipamentos domésticos e de novidades tecnológicas, tendopor trás os bancos estão muito interessados em emprestar dinheiro com aliciamento enganador, como o «vá de férias e pague depois» ou «pagando em … prestações, paga apenas .. economizando…
Cada pessoa pode avançar nas aventuras que entender, mas os governos e instituições que gerem dinheiro público devem ter o sentido de responsabilidade e respeitar os direitos colectivos e não incorrer em abusos e em défices e endividamentos injustificados que comprometam gerações vindouras durante muitos anos. O problema é tão grave que já é considerado aceitável haver anualmente um determinado défice, o que representa um aumento imparável da dívida.
Por seu lado, os credores deveriam agir como entidades amigas, com ética e sem demasiada ambição do lucro, que apoiam e ajudam a gerir sem perigosos abusos que comprometam o futuro das pessoas. Como seria bom que eles actuassem com gestos paternais, de que viriam a beneficiar porque, de tal maneira, não corriam o risco de incumprimento. Um bom conselho seria alertar para o perigo de gastos inúteis e não produtivos. Um pouco de moralidade não ficaria mal aos ambiciosos empedernidos na louca ambição de cada vez maiores fortunas sem uma utilidade prática e humana.
Mas, infelizmente, um credor não é um amigo, mas sim um explorador ambicioso que age sem coração nem conceitos solidários, nem espírito justiça social, de «ajuda a quem precisa».
Estas reflexões são utópicas? Mas a humanidade está a precisar de utopias que a conduzam a corrigir o rumo por forma a mudar para estruturas que garantam sustentabilidade por muitos mais anos em paz, harmonia e sem haver quem encontre motivações para o terrorismo jihadista. Procuremos criar a felicidade dos animais racionais, sem terem de recorrer à violência.
A João Soares
16-07-2015
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