Não posso alinhar cegamente com críticas severas às mudanças, à aventura anti-troika, ocorridas na Grécia. Tais críticas parecem baseadas na hipótese fantasista e egocêntrica de que nos encontramos no cume da perfeição humana, social e política e que não vale a pena procurar mudar para melhor porque nada existe de mais perfeito do que as «regras actuais». Se tal conservadorismo, inacção, acomodação e aversão a mudanças, existisse desde os primórdios da Humanidade, estaríamos ainda na era da Pedra Lascada.
Viver é mudar e a mudança acarreta sempre sacrifício, no mínimo, para deixar velhos hábitos e criar outros novos. Criticar mudanças será condenar os pontos mais salientes da nossa história, independência nacional, descobrimentos, 1º de Dezembro, 10 de Outubro, 26 de Maio, 25 de Abril… É certo que nem sempre os herdeiros das mudanças mereceram o risco da aventura e não souberam aproveitar da melhor forma as oportunidades surgidas, para benefício dos cidadãos, da liberdade com responsabilidade, para o desenvolvimento cultural e social. Mas o mundo viveu assim e por isso surgiram novas tecnologias nos transportes, nas diversas indústrias, nas comunicações, até se chegar à globalização, e isto não parará, pois a velocidade de progresso será cada vez maior.
Sem mudanças cai-se em estagnação pantanosa, com vícios de exploração dos mais fracos em benefício dos mais poderosos que se tornam cada vez mais prepotentes e arrogantes e destroem a vivência social, criando condições para terríveis catástrofes sociais, hoje, altamente perigosas para vidas humanas e património material, histórico e natural, devido ao moderno armamento de destruição maciça, existente.
Em vez de criticar obcecadamente, será melhor ajudar, com conselhos e apoios à adopção de medidas que contribuam para animar e estimular uma sociedade mais produtiva e socialmente justa, disposta a um desenvolvimento activo e promissor de um futuro mais brilhante, para construir um Mundo melhor
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