Transcrição de notícia de «Notícias ao Minuto»,seguida de NOTA:
Prata Centro de mesa da baixela da rainha D. Maria Pia vai a leilão
21:30 - 10 de Dezembro de 2014 | Por Lusa
O centro de mesa em prata da baixela da rainha D. Maria Pia, presente de casamento do seu pai, o rei Vitor Emanuel II de Itália, vai a leilão, em Lisboa, na próxima semana, informou a leiloeira.
O centro, de autoria do ourives Augustin Adolphe Veyrat, vai à praça com uma base de licitação entre os 15.000 e os 22.500 euros, mas a Direção-Geral do Património Cultural anunciou hoje, em Diário da República, a "abertura do procedimento de classificação do centro de mesa da baixela da rainha D. Maria Pia".
À Lusa, fonte da leiloeira afirmou que "a peça de maior relevância nacional é sem dúvida o centro de mesa da baixela em prata francesa da rainha, que reaparece num leilão de arte, em Portugal, 102 anos após a sua venda, também num leilão - esse organizado pelo Banco de Portugal", em 1912.
Segundo a mesma fonte, trata-se de "uma verdadeira surpresa, que nos traz de volta, completo e praticamente intacto - com a caixa de origem -- o majestoso elemento central dessa histórica baixela exposta no Palácio Nacional da Ajuda (PNA), em Lisboa".
Em 2001 a então diretora do palácio, Isabel Silveira Godinho, fez um apelo num canal televisivo, sem qualquer retorno, para se localizar o paradeiro desta peça, que pesa 31 quilogramas e tem as dimensões de 76 X 90 X 64 centímetros.
Segundo a descrição da leiloeira, trata-se de um grupo escultórico composto por cinco "putti" (figuras) entre "motivos vegetalistas e grinaldas", com "decoração relevada, perlada, cinzelada e gravada", com as armas reais de Portugal e Saboia, três cestos encanastrados, sendo o central fixo e os laterais suspensos e amovíveis, acompanhados por globo em cristal com tampa em prata com monograma da rainha D. Maria Pia. As três taças em vidro monogramado, pertencentes a cada um dos cestos referidos, encontram-se depositadas no PNA, disse a mesma fonte.
Maria Pia de Saboia, filha do primeiro rei de Itália, casou-se aos 15 anos, em setembro de 1867, com o rei de Portugal, D. Luís. A baixela foi um dos presentes do monarca italiano à filha, que, no batismo, tinha recebido do papa Pio IX a rosa de ouro, e quem a imprensa portuguesa ora apontava como "gastadora excêntrica", ora se referia como "anjo de caridade" ou "mãe protetora dos pobres".
A rainha, face às dificuldades da época, hipotecou à Casa Burnay e ao Banco de Portugal, vários objetos de valor, nomeadamente esta peça da baixela e cerca de 367 joias, que foram à praça em 1912.
Do leilão, que se realiza segunda e terça-feira próximas, fonte da Cabral Moncada Leilões destacou à Lusa a escultura com a representação de Vajrapani, em bronze dourado, da dinastia Ming, período Yongle (1360-1424), que qualificou como "incontornável", com uma base de licitação entre 80.000 e 120.000 euros.
Outro destaque é um contador indo-português, em madeira de teca, da segunda metade do século XVII, que vai à praça com uma base entre os 25.000 e os 37.500 euros.
A mesma fonte realçou, entre as peças a rematar, um álbum de autógrafos, escritos e desenhos, de Maria Amélia de Carvalho, condessa de Burnay, que foi continuado pela filha, Sofia, condessa de Mafra, e inclui autógrafos e desenhos de diversas personalidades ligadas à cultura e à literatura, portuguesas e estrangeiras, como Rafael Bordallo Pinheiro, José Malhoa, o rei D. Carlos, António Carneiro, Columbano Bordallo Pinheiro e Almada Negreiros, entre outros. Este álbum tem uma base de licitação entre os 25.000 e os 37.500 euros.
De referir ainda o carvão sobre lã de vidro, colada em tela, "Les irrésolutions Résolues VI", assinado por Maria Helena Viera da Silva, datado de 1969, que tem uma licitação entre os 30.000 e os 45.000 euros.
Nos dois dias de leilão, à praça vão joias, pratas, livros e vinhos.
NOTA:
Portugal, depois da venda das maiores empresas nacionais como a EDP, A Portugal Telecom, a TAP e outras, está com o seu património muito reduzido. Agora entra-se pelos jóias de museu legadas pelos notáveis de séculos anteriores. Pouco resta. As Matas nacionais, os monumentos, os palácios como a «casa do regalo», ou os conventos como o «Dos Dominicanos de Alcântara», irão a caminho. Depois serão as nossas costas mais atractivas para turistas veraneantes, o muitos hotéis já são propriedade de estrangeiros e, por fim, serão os locais de exploração de recursos naturais, como as minas de urânio, de cobre, de volfrâmio, etc.
A que ficará reduzido o activo de Portugal? Que garantia teremos para pagar a dívida permanente crescente devida ao défice endémico dos nossos orçamentos?.Será que os nossos governantes pensam nisso? Qual é o grau de patriotismo que eles possuem? Agora que se fala da avaliação dos professores, qual é a avaliação prévia dos políticos candidatos aos votos dos cidadãos eleitores e dos responsáveis por instituições públicas de cuja actividade resulta a melhor ou pior qualidade de vida dos cidadãos?
ALTOS E BAIXOS...
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