Essa frase cingia-se ao facto de o IVA não respeitar escalões de rendimento dos contribuintes, como é normal na grande maioria dos impostos. Mas o que parece socialmente mais grave é que constitui uma taxa que é aplicada à totalidade dos rendimentos de um trabalhador que recebe o salário mínimo, mas apenas é aplicado a uma pequena fracção dos proventos de grandes capitalistas que não precisam de gastar a totalidade dos seus rendimentos que destinam maioritariamente a poupança investida na bolsa, cá ou no estrangeiro em paraísos fiscais.
E assim de aumenta o fosso social e depois há quem diga que a vida das pessoas não está melhor mas a do pais (políticos, ex-políticos, banqueiros e outros ricaços ?) está muito melhor, e por este andar, segundo tal conceito, continuará a estar cada vez melhor e a haver mais ricos com maiores fortunas, enquanto a fome e a miséria destrói muitas vidas.
As pessoas não devem ser esquecidas e até devem constituir a maior preocupação em cada decisão governamental ou legislativa. À contabilidade não deve ser dada a prioridade absoluta, porque ela não é o verdadeiro objectivo da governação que se destina a zelar pela qualidade de vida das pessoas, dos contribuintes, dos eleitores.
Os links seguintes referem o mesmo tema
A LÓGICA NÃO DEVE SER ATROPELADA
Grandes industriais vs justiça social
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2 comentários:
É um ponto de vista com alguma razoabilidade mas com o qual não concordo na totalidade. Isto porque considero o IRS um imposto igualmente injusto.
Na minha opinião o nosso problema é a evasão fiscal. O seu impacto no PIB e nas contas públicas tem sido, desde sempre, menosprezado por aqueles que decidem e esse é, acho eu, a fonte de todos os nossos males.
o IRS e o IRC aplicados com seriedade são mais justos do que o IVA, porque a taxa é diferente conforme o volume dos rendimentos. No entanto, o seu escalonamento não é suficientemente duro para os mais altos e há muita gente com regimes especiais como políticos, juízes, etc. Há da parte do Governo a tentação de favorecer aqueles que consideram ser o País (!!!). Os outros que se lixem.
E se é preciso dinheiro nos cofres do Estado,porque não cortam nas despesas com PPP, fundações, instituições sem utilidade, pensões superiores a 10 salários mínimos? A pensão dourada não precisa de ser igual ao salário dourado que era recebido antes da reforma. O reformado já não precisa de manter uma exagerada imagem de prestigio, precisa apenas de uma velhice digna, talvez um pouco melhor do que o cidadão médio, até porque teve oportunidade de amontoar poupanças.
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