(Public em DIABO nº 2374 de 01-07-2022, pág 16, por António João Soares)
Deixar de haver guerra é um desejo muito
apetecido por qualquer pessoa verdadeiramente civilizada, mas nem toda a gente
professa o respeito pelos outros, isto é um facto, a qualquer nível social e
aos governantes apologistas de conceitos que lhes agradem pessoalmente pela sua
posição social de poder, de autoridade, de riqueza financeira, etc. etc. O
fenómeno começa por baixo, pelos fabricantes e vendedores de armas, e pelos
mais simples que, além desses factores de poder, padecem de inveja e de ódio
que propiciam a violência, quer seja organizada em forma de terrorismo quer
seja espontânea por agressões pessoais a familiares, amigos, parentes, vizinhos
ou simplesmente conhecidos.
E embora a legislação aceite que haja
igualdade entre todos e deva ser aceite o dever de respeito pelos outros, não
cessam as notícias de agressões por motivos fúteis ou sem motivos aparentes.
A Justiça procura e aceita desculpas e
atenuantes talvez por não haver nas prisões espaço para tantos delinquentes. E
as Forças de Segurança, além de não serem devidamente respeitadas e obedecidas,
são frequentemente alvos de agressões de cidadãos violentos. E são acusadas de
estarem sujeitas aos compadrios dos governantes, opostos ao dever de igualdade.
E, perante estes aspectos da vida
colectiva, os governantes não dispõem de vontade nem de coragem e deixam-se ser
vítimas de alguns que se encontram sob a sua responsabilidade mas que os
condicionam no que toca a obediência e respeito, para merecerem a conveniente defesa.
Por isso são tentados a limitar-se à sua própria defesa, de seus familiares,
amigos, cúmplices e coniventes e não impedem que a violência continue e as
guerras não deixem de existir e as ameaças continuem a ser mais graves, para
interesse dos beneficiados.
E os altos governantes, mesmo para os
problemas nacionais, sentem-se tentados a fechar os olhos, encolher os ombros
e, se algum jornalista sai do silêncio politicamente correcto e faz uma
pergunta sobre uma notícia desagradável, o representante do Governo finge que
nada sabe sobre tal assunto e se a pergunta é repetida, ele diz que se trata de
problema das Força de Segurança que elas tomarão as medidas convenientes.
Apenas se interessam pelo culto da sua imagem e pelos resultados que pretendem
obter em próximas eleições e, para isso, procuram não desgostar os eleitores e
usar para eles da máxima simpatia com promessas mesmo que não possam ser
cumpridas e afirmações de efeito adequado. Não querem algo que lhes fira a
vaidade, a imagem e a fama.
Quanto a situações de conflito
internacional, fazem discurso com palavras que não ofendam ninguém, fazem
promessas vagas, sem nada de concreto, cujo cumprimento não possa ser exigido e
aguentam dissabores na esperança de não virem a ser demasiado desagradáveis.
Os problemas do povo, das pessoas mais
desprotegidas não lhes causam desgosto e, assim, continuam por resolver
problemas do Serviço Nacional de Saúde como os que saltaram para o conhecimento
público com os encerramentos de urgências obstétricas, devidos a carência de
médicos e outros meios indispensáveis para a evolução nacional. Além das
deficiências nos Serviços de Saúde, há outras como na Educação, cujo ineficaz
funcionamento está a causar o mau comportamento das pessoas, em variados
aspectos no uso da via pública. As péssimas atitudes perante os polícias são
consequência de ética e moral mal ensinadas nas escolas, bem como o excesso de
atitudes violentas contra familiares, contra jovens e idosos, os furtos
cometidos, etc. Também o desrespeito pelas regras de trânsito tem provocado
danos pessoais em grande número, porque não sabem que as regras devem ser do
conhecimento geral.
Todo este desleixo produz um comportamento
generalizado que provoca o estado de degradação social em que o país se vem
afundando, mesmo no aspecto económico e que tem influência em eventuais
situações propensas a violências e «guerras».
1 comentário:
O Mundo está tornado como bando de traficantes destruindo todos os valores éticos olhando cada assunto apenas pelo aspecto do interesse lucrativo. Isto justifica que haja pessoas bem informadas que prevejam a extinção da humanidade num prazo relativamente curto. Tudo devido ao poder da terrivel droga que é o dinheiro e à decdència dos valores da racionalidade e do egoísmo que impedem a solidariedade, tema em que os anumais «ditos irracionais» nos dão bons exemplos que é pena não serem seguidos.
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