sexta-feira, 20 de novembro de 2020

IMIGRAÇÃO E TERRORISMO

Imigração e terrorismo

(Public em O DIABO nº 2290 de 20-11-2020, pág 16. Por António João Soares)

 A Europa tem sido vítima de ataques terroristas que têm levado alguns líderes políticos a pensar e propor restrições duras à entrada de migrantes e imigrantes, principalmente os de religião islâmica, nomeadamente os jihadistas dos quais partiram ataques a várias igrejas cristãs. Tais ataques não têm aspecto social, com motivos de desentendimentos que tivessem levado ao exagero da violência. Os seus motivos parecem ser limitados a ódios obsessivos a religiões e a crentes diferentes dos partilhados pelos autores de tais actos inqualificáveis por se dirigirem a pessoas e monumentos inocentes de crimes ofensivos.

Mas as migrações existem desde tempos muito primitivos, em que pessoas deixavam os seus países à procura de uma vida melhor com melhor retribuição do seu trabalho e com condições de formação para conseguirem, posteriormente, melhores empregos com melhores salários. Outros iam em busca de melhores conhecimentos culturais para desenvolverem os seus dotes artísticos. E assim se foram criando rotas de comunicação entre Estados e continentes e levando para qualquer ponto a evolução gerada em regiões mais beneficiadas. Ainda há pouco tempo vi a divulgação do grande passo em frente dado pela China na sequência do contacto com os navegadores portugueses que criaram a ligação marítima para o Oriente, para onde levaram a evolução tecnológica do Velho Continente, a Europa, de onde partiu todo o saber. A China, que vivia de forma muito primitiva, absorveu facilmente tais novidades e aproveitou esse saber e, depois, arrancou ela própria com a ânsia de mais evolução, ultrapassando nos nossos dias a evolução do Ocidente que, entretanto, parece ter adormecido.

A Europa, há poucos anos, tornou-se o polo de atracção de população desprotegida da África em busca de vida melhor, e muita foi aproveitada como mão-de-obra para suprir a quebra existente devida à diminuição da natalidade. Mas, entretanto, alguma dessa mão-de-obra, em vez de melhorar os seus comportamentos e aprender a viver em moldes mais modernos e civilizados, quis impor os seus hábitos e gerou uma espécie de colonialismo, impositivo no pior sentido. Em vez de melhorarem a sua qualidade de vida, como era esperado, dificultaram a vida de quem os recebeu generosamente.

Depois, veio o terrorismo e o derrotismo, condenando todo o passado dos seus acolhedores. Esse terrorismo está a amedrontar de forma terrível todos os habitantes da França que vivem aterrados depois dos ataques a Notre Dame, à catedral de Nantes e a muitas outras igrejas.

Por isso Macron, Presidente francês, tem pressionado as chefias da União Europeia para serem fechadas as fronteiras a certo tipo de pessoas e estabelecer formas de evitar o terrorismo demolidor de vidas e de património nacional e histórico. Mas os líderes europeus, habituados a não fazer excepções na aplicação da caridade e no respeito pelos direitos, liberdades e garantias, estão com dificuldades em usar de uma Justiça do tipo “quem com ferros mata, com ferros morre”. Mas quem mais tem sofrido esses actos de nojento terrorismo, não concorda com essa inacção contra os inimigos do povo. 

Ter bom coração para os migrantes e refugiados deve exigir deles um comportamento exemplar de respeito pelos acolhedores pelas suas tradições e pelos valores cívicos. Quem vai viver para outra localidade por aí se sentir melhor e mais seguro deve aceitar educadamente tudo o que nesse local é praticado. Se não gostar deve sair e ir escolher aquilo de que gostar. Não tem jeito pedir abrigo e depois não o merecer e, pior ainda, querer impor os seus hábitos aos que estão a viver no local de onde são naturais.

Um ditado muito antigo dizia: Na terra onde fores viver, faz como vires fazer, se não queres aborrecer. ■

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