Risco de novo conflito mundial
(Publicado no semanário O DIABO em 170718)
O risco de uma nova guerra mundial tem vindo tornar-se mais iminente. Perdeu-se o respeito pela soberania dos Estados, actuando militarmente no seu território sem restrições de objectivos, nem de efeitos destrutivos. Desde a invasão do Iraque em 2003, por motivos irreais e afirmações que pouco depois não foram confirmadas, a situação no Médio Oriente tem sido agravada, sendo actualmente demasiado preocupante para a Paz mundial.
A Síria tem-se confrontada com uma oposição violenta que tem beneficiado do apoio dos EUA, com variações de processos, mas sempre declarados com a intenção de derrubar o Governo legítimo.
O agravamento desta hostilidade americana deu-se quando o Qatar, sendo um dos maiores produtores mundiais de gás natural l pretendeu exportá-lo para a Europa, passando o gasoduto através da Jordânia e da Síria, a Leste de Israel e do Líbano, para, depois, atravessar o estreito de Bósforo para a Europa, o que era apoiado pelos EUA. Mas a Síria onde já passava o gasoduto russo da Gazprom, foi aconselhada por Putin a não permitir tal passagem por isso lhe ir dar um forte concorrente e tirar-lhe o monopólio na Europa. Assad ficou entre dois fogos, de duas grandes potências.
Depois disso, a América não hesitou em apoiar a oposição ao regime Sírio e declarar o seu desejo de fazer apear o líder do país soberano. Incompreensivelmente, não teve relutância de apoiar elementos de um grupo activo da oposição ao governo que beneficiava da acção paralela d elementos do Estado Islâmico e de se contradizer na recente visita à Arábia Saudita, onde foi vender 110 mil milhões de armamento e onde empurrou os estados da área para eliminarem o terrorismo e aqueles que o apoiam. Logo se levantaram vozes a referir que o comprador das armas destinaria muitas delas para apoio ao terrorismo. O discutível bloqueio diplomático ao Qatar, o produtor do gás natural a que atrás foi referido, também é difícil de explicar. E mais difícil de perceber foi a venda que lhe foi feita pelos EUA de aviões caças, no valor de 21,2 bilhões de dólares.
Entretanto a China aconselhou os Estados do Médio Oriente a procurarem entender-se, usando a diplomacia e não a violência.
Mas os EUA não usam o diálogo, mas têm apetência pela força, como no dia 17 de Junho em que um caça-bombardeiro Su-22 Sírio, estava a atacar unidades das SDF (Syrian Democratic Forces), foi derrubado por um F/A-18E Super Hornet americano o que veio ilustrar o empenho de Washington em assumir o controlo das ações militares no leste da Síria e em negar a área à ação das forças de Damasco. A desculpa dada é que o caça-bombardeiro Su-22, estava a atacar unidades da coligação de milícias curdas e árabes patrocinada pelos Estados Unidos.
O acentuado agravamento que isto representa para a situação resulta de que Moscovo reagiu de imediato ao incidente ameaçando passar a tratar os aparelhos americanos, em ação na área, como elementos hostis e anunciando o corte das comunicações directas com o comando americano.
Significativo é que o derrube do Su-22 sírio surge na sequência de uma série de ataques americanos às forças fiéis ao regime de Damasco no mês de Maio, em particular no leste da Síria. No início de junho os EUA derrubaram um drone sírio perto de al-Tanf, na fronteira sírio-iraquiana. Em maio, aviões americanos bombardearam um comboio de forças sírias que se estariam a aproximar de uma base usada por milícias rebeldes e por forças especiais americanas. E, em setembro do ano passado, aviões americanos que diziam actuar contra posições do Estados Islâmico (EI) atingiram "por erro" tropas sírias, matando dezenas de soldados.
Neste momento as palavas e os actos de Trump e de Putin devem ser bem analisados para não sermos apanhados totalmente desprevenidos e, depois ficarmos espantados e surpresos com aquilo que acontecer.
Mas os perigos de guerra surgem também nas provocações à Coreia do Norte com vista e ela parar com as experiências com mísseis e com a preparação de armas nucleares, quer com porta-aviões e outros navios quer com aviões de combate, dois bombardeiros, em exercícios reais em território da Coreia do Sul perto da fronteira. Um jornal norte-coreano já alertou Washington para que «um simples erro ou mal-entendido pode conduzir à eclosão de uma guerra nuclear». Um outro jornal diz que tais provocações são «um ato tão disparatado como atear fogo em cima de um depósito de munições». Neste caso, tanto a China como a Rússia têm sugerido que será mais sensato recorrer à diplomacia para se aliviar a tensão existente e evitar um conflito armado.
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