O automobilista não deve abusar da utilização do retrovisor. O tempo não perdoa e, em cada segundo que se perde a olhar o retrovisor, o carro avança alguns metros que podem estragar a viagem, o carro ou vidas. Isto é verdadeiro na vida prática de cada um. O passado tem a sua importância e há a adequada oportunidade de ser relembrado, quer se trate de D. Afonso Henriques, D. Dinis, o Infante D. Henrique, o Marquês de Pombal, Salazar ou mesmo Sócrates.
O passado serve para dele se extraírem lições que ajudem a melhor preparar o futuro. A destruição de Hiroshima pela primeira bomba atómica, depois das lágrimas pelos danos, estimulou a força de vontade e as capacidades e competências das autoridades e das populações e depressa fizeram a reconstrução em, moldes mais modernos, de novas urbanizações e de melhor qualidade de vida para o povo. O mesmo se passou nas cidades alemãs destruídas durante a II Guerra Mundial, e cidades francesas, inglesas ou holandesas, etc. ou com as torres gémeas americanas.
Nada adianta recorrer ao passado seja distante ou recente para tentar justificar as incapacidades e incompetências do presente. O que interessa é procurar a melhor solução para avançar firmemente para o futuro e mostrar resultados em curto prazo à medida que forem visíveis, mas sem malabarismos nem palhaçadas com fins ilusórios de falsas esperanças.
Hoje, depois de mais de três anos da queda de José Sócrates, ainda se lhe atribuem todas as dificuldades da vida nacional, porque nada se fez de correcto para avançar paulatinamente para uma recuperação firme e segura de um futuro melhor. Mais de três anos é sacrifício demasiado de suportar sem se ver levantar os alicerces das estruturas de uma obra definitiva para ficar como marco de uma geração válida para os futuros cidadãos. A obsessão do retrovisor fez perder o controlo para se seguir o rumo estratégico e, sem isso, continuamos à deriva, em pára-arranca, na Educação, na Saúde, na Justiça, no combate à corrupção, etc. etc. A nossa Hiroxima, por este andar, nunca será reconstruída. Estive a comparar a minha pensão de reformado do ano de 2010 com a de 2013 e vi que perdi 25% em cortes sucessivos; corte idêntico irei verificar no fim deste ano e está prometido solenemente que a austeridade disfarçada em muitas variantes com diversas nomes irá continuar em 2015… e se este governo continuar, como serão os anos seguintes?
Hoje, ao almoço, estive com defensores fanáticos do Governo que, sem argumentos lógicos e convincentes, negam-se a aceitar e analisar factos reais, e em resposta, recitam a sua obsessão do retovisor, de que tudo se deve a Sócrates e, devido a ele, o Governo, apesar da sua vasta e onerosa equipa de colaboradores, em salários e mordomias, não conseguiu ainda encontrar a pista a seguir para um futuro melhor. Dizem que não é por falta de competência do actual Governo, é por culpa de Sócrates!!!.
O que dirão a isto Adriano Moreira, Diogo Freitas do Amaral, Manuela Ferreira Leite, José Pacheco Pereira, Luís Marques Mendes,, , António Bagão Félix, Paulo Morais, Rui Rio, António Capucho, etc.?
A João Soares 141007
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Em defesa das minorias
Há 40 minutos
2 comentários:
É verdade isto que aqui dizes. Utilizo o retrovisor apenas em pequenas manobras como estacionamento e também nas ultrapassagens precisamos de nos certificar que podemos iniciar a manobra.
O seu comentário está muito certo e isso prova que os políticos que o povo escolheu e a quem os contribuintes pagam estão errados e deviam dedicar-se mais a escolher a melhor via para construir o futuro e evitar estarem sempre a olhar para trás a fim de ocultarem as suas incapacidades e tentarem justificar a sua incompetência e inabilidade, com os actos dos seus antecessores.
Passam a vida a conduzir em marcha atrás, e fazer erros sucessivos. As culpas são atribuídas a alguém que já está fora do lugar de responsabilidade.
E porque será que nada tem sido feito na aplicação de justiça eficaz para condenar a corrupção, o compadrio, as negociatas? Isso é um sinal da sua falta de honestidade e coragem na condução eficiente da vida nacional.
Abraço
A João Soares
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