Segundo a notícia «CDS quer cortar apoio às viagens de Inês de Medeiros», os centristas vão propor lei para impedir pagamentos de deslocações a deputados que vivam no estrangeiro que, se for aprovada, torna impossível o pagamento das viagens à deputada socialista Inês de Medeiros como foi decidido pela administração da Assembleia da República. Trata-se de deputada eleita pelo círculo de Lisboa, mas com residência em Paris. O caso das viagens a Paris também tem causado mal-estar na bancada do PSD e é incompreensível que tal não seja partilhado pelos outros deputados.
Se vivia em Paris e queria manter a residência, qual a seria intenção de vir candidatar-se por Lisboa? E qual é a mais-valia para Portugal para suportar o ónus em viagens semanais em classe executiva? Que projectos de lei já apresentou desde que é deputada?
Curioso é Jaime Gama, homem sensato, muito ponderado não ter podido resistir às pressões e ter tido o cuidado, de afirmar que aplicou o que foi decidido em conselho de administração - pagar uma viagem semanal de avião equivalente a uma deslocação aos Açores em primeira classe -, mas deixou claro que a solução encontrada é uma excepção. E declara que o despacho será revogado se o Parlamento decidir alterar a lei.
Fica ao julgamento dos portugueses o facto de uma alta entidade, numa época de crise grave, como se vê diariamente nas notícias, permitir uma excepção, com acréscimo de despesas públicas, sem motivo de interesse para Portugal.
Poderá dizer-se que para o elevado volume de custos do Parlamento, se trata de amendoins. O certo é que essas viagens representam a soma de muitos rendimentos anuais de trabalhadores pagos pelo Salário Mínimo Nacional. E a crise que actualmente atravessamos resulta de «pequenos acréscimos de despesas» a troco de «robalos». O dinheiro público está em mãos de gestores que parecem imaturos
Vídeo de entrevista da deputada
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Inês de Medeiros e a mina de ouro
Publicada por A. João Soares à(s) 10:57 7 comentários
Etiquetas: dinheiro público
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Corrupção impune!!!
Este país não é para corruptos
Visão. 29 de Abr de 2010. Ricardo Araújo Pereira
Portugal é um país em salmoura. Ora aqui está um lindo decassílabo que só por distracção dos nossos poetas não integra um soneto que cante o nosso país como ele merece.
"Vós sois o sal da terra", disse Jesus dos pregadores. Na altura de Cristo não era ainda conhecido o efeito do sal na hipertensão, e portanto foi com o sal que o Messias comparou os pregadores quando quis dizer que eles impediam a corrupção. Se há 2 mil anos os médicos soubessem o que sabem hoje, talvez Jesus tivesse dito que os pregadores eram a arca frigorífica da terra, ou a pasteurização da terra. Mas, por muito que hoje lamentemos que a palavra "pasteurização" não conste do Novo Testamento, a referência ao sal como obstáculo à corrupção é, para os portugueses do ano 2010, muito mais feliz. E isto porque, como já deixei dito atrás com alguma elevação estilística, Portugal é um país em salmoura: aqui não entra a corrupção - e a verdade é que andamos todos hipertensos.
Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. «Tenha paciência», dizem os juízes. «Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente.»
NOTA: Portugal tem óptimos advogados. Quanto aos juízes não quero fazer eco daquilo que toda a gente diz. Quanto à qualidade das leis, a educação que me incutiram desde pequenino, não me permite dizer aqui, por escrito, o que seria justo. O certo é que, em vários casos mediáticos recentes, tem havido crimes, bem materializados, com o corpo de delito visível, palpável, mas as características das provas apresentadas pecavam por pormenores incipientes, incompreensíveis para a lógica de um leigo, mas que as tornavam nulas. O crime existiu, o corpo de delito estava ali, ninguém tinha dúvidas, mas o cadáver foi visto pela testemunha que espreitou pela janela e escutou uma confidência do criminoso àquele que lhe encomendou o homicídio, mas aconteceu que a testemunha não estava a agir legalmente quando espreitou pela janela nem quando ouviu a confidência. Logo, por falta de prova legal, o crime não existiu e o suspeito não foi promovido a criminoso, foi absolvido, foi ilibado de culpa e a vítima foi assassinada sem ter havido assassino, porque a lei assim determinou.
Desculpe, Ricardo, este arremedo sem a sua «elevação estilística»
Publicada por A. João Soares à(s) 18:44 4 comentários
Pensar no futuro de Portugal
Generalizou-se a preocupação pela situação de Portugal, apercebida desde as conversas nos transportes públicos, aos e-mails, passando pelos órgãos da comunicação e pela blogosfera em que as pessoas que pensam exprimem a sua ansiedade pelo futuro.
Mas, em termos médicos, tais opiniões constituem apenas o diagnóstico da situação patológica mas raramente avançam para uma sugestão de terapêutica e, quando isso ocorre, não passam de desabafos pontuais e pouco ponderados. A escassez de sugestões deve-se muitas vezes à falta de frontalidade ou ao excesso de receios, porque a liberdade de expressão não é uma realidade concreta, como se tem visto em vários exemplos de atitudes repressivas como foi o caso do professor Fernando Charrua . Das poucas sugestões que aparecem, embora parcelares e por vezes muito tímidas, poderão destacar-se as de Medina Carreira e de alguns bloguistas.
Diagnóstico
No âmbito dos diagnósticos, salientam-se, por serem recentes, as palavras do Presidente da República, quando referiu «persistem desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza e de exclusão» (...) «a sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam» (...) «interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”» (...) «não me surpreende que agora sejam muitos os que se mostram indignados face aos salários, compensações e prémios que, segundo a comunicação social, são concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno» (...) «na génese da actual crise financeira e económica internacional encontra-se a violação de princípios éticos no mundo dos negócios e a avidez do lucro fácil, a que se juntaram deficiências na regulação e supervisão dos mercados e das instituições financeiras. Os custos sociais traduzem-se hoje em perda de poupanças amealhadas com grande esforço, destruição de empregos, emergência de novos pobres» (...) «as injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do País. A injustiça social cria sentimentos de revolta, sobretudo quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos».
Este diagnóstico do Supremo Magistrado da Nação tem o valor inerente ao seu autor, mas nada vem acrescentar ao muito que tem sido dito, sem ter havido da parte do Poder Executivo a mínima reacção, não alterando as manhas de ocultação estendendo aos cidadãos vendas opacas e burcas de tecido espesso.
Terapêutica
Embora se diga que em democracia o povo é quem mais ordena, a realidade mostra que ele não ordena, nem quer ordenar, nem escolhe gente que saiba ordenar. A escolha que lhe é facultada, em eleições, tem que se limitar à oferta das listas de desconhecidos, o que origina as abstenções e os votos nulos e em branco, por parte de pessoas menos condicionadas por slogans de propaganda ou de pressões de militantes.
Dos diagnósticos atrás referidos conclui-se que é necessário mudar o regime. É preciso um Código de conduta. Porque se com ele não se resolver o problema nacional a solução pode ser muito gravosa.
Parece que a mudança do regime pode vir de uma de três formas:
- alteração das mentalidades dos actuais poderosos,
- intervenção militar, ou
- pela força popular.
Quanto à primeira modalidade, a experiência diz que nenhum regime é mudado por iniciativa interna, pois as pessoas estão demasiado viciadas, intoxicadas, e não vão de boa vontade prescindir dos seus privilégios e mordomias (para eles e para os seus cúmplices afilhados) em favor dos interesses nacionais que não lhes interessa reconhecer.
Quanto à segunda, não parece haver hipótese, dadas as actuais características dos seus elementos e o entrosamento com os Estados parceiros na NATO, na UE, etc.
Resta a terceira, que seria terrível, desorganizada, violenta, vingativa, em que não restariam vidros por partir nas montras de lojas onde haja valores a cobiçar, bancos, hipermercados, carros na rua incendiados, autarcas, governantes, administradores daqui e dali, … Depois, algum tempo depois, poderia surgir um líder com uma equipa que puxasse as rédeas do País num sentido adequado. Mas, entretanto, os estragos e as vítimas inocentes seriam muitas e a dor traria o ódio e a vingança. Seguir-se-ia um poder musculado que poderia durar mais tempo do que o justificado. As vítimas não se limitariam aos actuais causadores da crise (isso seria o menos), mas atingiria vítimas inocentes, por ricochete, o que seria lamentável.
Porém, estes inconvenientes de uma acção popular propensa a excessos destruidores de recursos, poderá ser evitada se os actuais políticos se decidirem pela primeira solução e começarem por aceitar consensualmente um Código de bem governar, como já aqui foi sugerido desde 30 de Agosto de 2008 em «Reforma do regime é necessária e urgente», passando por vários posts posteriores.
Porém, a incapacidade com que temos sido governados, bem transparente no diagnóstico feito pelo PR, faz prever grandes dificuldades na terapêutica dos actuais políticos e na sua capacidade para evitar cair na terceira solução.
Por exemplo, a crise global que nos tem afligido foi criada pela falta de ética dos bancos. Enquanto na América, em seis meses, foi julgado e condenado a prisão perpétua um «banqueiro habilidoso», em Portugal o Governo retirou dinheiro público para entregar a um grupo de banqueiros criminosos. E poderá acabar por lhes ser dada a absolvição a tais exploradores da credulidade pública e da lassidão dos governos, tal como foi mantido em Conselheiro de Estado um deles, depois de graves suspeitas. Só acabou por ser exonerado a seu pedido!!! Isto leva bons portugueses a dizer que não somos um Estado, mas um grupo de malfeitores que entraram em casa alheia para dela retirarem tudo o que lhes possa interessar e deixando-a vazia e com as paredes em ruína. E, curiosamente, nesta opereta de mau gosto, os proprietários da casa, todos nós, acabamos por aplaudir os malandros.
E a queda brutal da bolsa, nos últimos dias, apareceu depois dos bonitos e inócuos discursos do 25 de Abril!!!! Anedotas num País de bananas ??!!!
Há quem se refira aos discursos do 25 de Abril e às palavras dos governantes nos últimos meses dizendo que estão a fazer um papel semelhante ao da orquestra do Titanic, para suavizar a morte inevitável, no mesmo estilo em que hoje é defendida a eutanásia por alguns dos nossos políticos, mais arreigados no vício da «política», no seu pior sentido. Quando acordarmos já estamos para lá das realidades dolorosas!!!
Há quem sugira um Governo de Salvação Nacional mas para isso teria que ser feita uma suspensão da Constituição coisa em que os partidos deviam dar o seu consentimento, o que não parece viável, porque eles estão prisioneiros dos seus boys, coniventes, cúmplices, beneficiários dos favores, e os banqueiros, construtores civis e outras empresas com quem contratam e de quem recebem «robalos».Ver os posts «Quem tem poder efectivo em Portugal?» e «Golfe e eucaliptos em perigo !!!»
Tenho consciência de ser teimosamente optimista, mas confesso que me estão a faltar argumentos que suportem este meu feitio.
Para o código de ética para políticos, devem ser alinhadas algumas regras redigidas de forma clara e sem subterfúgios. Sugerem-se algumas:
- Nomeações por concurso público, seguidas de contracto com definição de tarefas cujo desempenho será avaliado e motivo de eventual exoneração.
- Redução da fauna dos gabinetes (Estado, Autarquias , empresas públicas e autárquicas) ao mínimo indispensável. Diminuição dos administradores de serviços públicos e empresas de capitais do Estado ou das autarquias.
- Medidas rígidas para evitar e reprimir a corrupção e o enriquecimento ilícito e moralizar o recebimento de «prendas».
-Dar condições à Justiça para actuar de forma igual contra qualquer cidadão independente de cargos e profissões.
-Estabelecer um rigoroso controlo de todas as despesas públicas que devem se claramente justificadas.
- Traduzir os salários e outras regalias prémios ou benefícios na quantidade de em salários mínimos correspondente para se tornar mais evidente o abuso ou exagero de certas remunerações.
Publicada por A. João Soares à(s) 17:10 3 comentários
Quem tem poder efectivo em Portugal?
A notícia «Berardo diz que ministra da Cultura mentiu na Assembleia da República», se é verdadeira, levanta um problema de autoridade. Pode bem acontecer que se confirme aquilo que é muitas vezes afirmado de que o poder financeiro (incluindo as grandes construtoras) dominam o governo. É que na realidade Joe Berardo, perante o Poder do Estado, não pode ser comparado ao professor Fernando Charrua, perseguido pela D. Guida da DREN por uma simples conversa entre colegas amigos em ambiente restrito.
Estejamos atentos à forma como este «equívoco» terminará, se é que já não terminou, com uma justificação conveniente da ministra perante o capitalista. E estamos em democracia!!! Mas o poder efectivo está nas mãos de pessoas não eleitas pelos cidadãos!!!
Publicada por A. João Soares à(s) 11:11 5 comentários
Etiquetas: poder
Golfe e eucaliptos em perigo !!!
Segundo notícia do Público «Estradas de Portugal fechou ontem o contrato da subconcessão do Pinhal Interior», o evidencia que o Grupo Mota-Engil, a que pertence Jorge Coelho, demonstra que o seu poder dentro do país não se resume aos contentores de Alcântara em Lisboa, mas abrange todo o País, pondo em risco a existência de eucaliptos e dos campos de golfe, pois as auto-estradas multiplicam-se, como cogumelos no início do Outono, ao ponto de, dentro de pouco tempo, não deixarem espaço para campos de golfe ou eucaliptais !!!
Claro que tanto o golfe como os eucaliptos têm sofrido críticas e ácidas dos seus detractores, por motivos diversos, mas esses agora sentir-se-ão felizes com mais este vasto espaço para auto-estradas que ficarão certamente às moscas como a A8. E na medida em que o mau encaminhamento do dinheiro público debilita a economia as auto-estradas serão cada vez mais inúteis por já terem ultrapassado o grau de necessidade, por terem superado a procura.
Costuma ouvir-se que a agricultura só é rentável quando praticada em grandes extensões, para facilitar a mecanização, mas com a submissão do Estado às construtoras, dentro em breve, não fica um hectare contínuo, intacto. E se continua a ser satisfeita a gula da Mota-Engil e de outras, chegaremos ao ponto de não poder haver um quintal onde se possam plantar duas macieiras, nem onde possam viver dois coelhos, excepto o da construtora !
Publicada por A. João Soares à(s) 10:10 2 comentários
Etiquetas: estradas
quarta-feira, 28 de abril de 2010
À beira do desastre financeiro
O País levou esta tarde um abanão financeiro tão forte quanto um sismo. A cotação do Estado português foi degradada para níveis próximos do alerta total. A cotação de cinco maiores bancos degradada foi em consequência.
Discutível que seja, a verdade é que os responsáveis internacionais convergem na ideia de que Portugal se aproxima da banca rota.
O triunfo das finanças sobre a economia, a geração de riqueza virtual e como tal especulativa, o ilimitado crédito, a demagogia governamental, a generalização do materialismo consumista, eis a receita explosiva.
Esta noite o primeiro-ministro, se tivesse o sentido da responsabilidade tinha aparecido na TV a dar a cara. Não esteve. Ele sabe que já não incute qualquer confiança. O demagógico e irresponsável discurso do optimismo balofo deu isto. Ele sabe que a aparecer seria motivo de desconfiança. Por isso esconde-se. O Presidente da República calado está. O País esta noite está sozinho a assistir à chegada do desastre. Portugal está à deriva.
Publicado por José António Barreiros no blog A revolta das palavras
Publicada por A. João Soares à(s) 00:13 9 comentários
terça-feira, 27 de abril de 2010
Títulos e etiquetas. Dicas
O título de um post, corresponde ao nome dum livro da biblioteca e deve traduzir em poucas palavras o assunto de que trata, evitando adjectivos e palavras de apreço ou de enfatização. Infelizmente, ao visitarmos os blogs encontramos muitos títulos que nada esclarecem sobre o tema tratado no respectivo post.
As etiquetas, correspondem à estante, ao tema comum aos livros que nela se encontram. Ao fazer clic numa etiqueta aparecem todos os posts que tratam desse tema. Por isso, um post pode ter mais do que uma etiqueta (na biblioteca de uma empresa que dá formação ao seus operários, pode haver estantes sobre «gestão», «recursos humanos», «tecnologia», marketing», «matérias-primas», «inovação», etc). Outra comparação: a etiqueta é o nome de uma pasta de arquivo, na qual se guardam documentos com títulos diversos, com a vantagem de no escritório um documento estar apenas num dossiê, enquanto no blog o mesmo artigo pode estar referenciado em várias etiquetas conforme os aspectos do tema.
Nos blogs o número máximo de etiquetas é de 2000, pelo que é conveniente não se aproximar desse número, o que exige ponderação ao criar-se nova etiqueta. Olhando para a lista de etiquetas de muitos blogs encontramos muitas etiquetas que se referem apenas a um post, o que as torna inúteis e ilógicas. Seria como um dossiê com apenas um documento.
Por outro lado, para referirem um tema não devem ser constituídas por muitas palavras, nem ser iguais ao título de post. Por exemplo, na lista de etiquetas do SJ encontramos logo no início imensas etiquetas que se referem apenas a um post e outras começando pelo artigo A ou até por um ponto, o que mostra haver duplicação. Por este caminho, não demorará a atingir o limite máximo e, depois ou se refaz a lista ou se fica impedido de usar etiquetas.
Quando se recebe o aviso do Blogger de ter sido atingido o máximo de etiquetas, ou desde já, há que ir a cada etiqueta menos utilizada, editar o post ou posts a que se refere e ver se será melhor eliminá-la do post e substituí-la por outra mais utilizada adequada ao tema. Esse trabalho é muito demorado, pelo que deve haver cuidado ao inscrever uma etiqueta.
Publicada por A. João Soares à(s) 10:37 8 comentários
Etiquetas: arquivo
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Conselhos para bem viver
2.- Ora na intimidade com Deus pelo menos 10 minutos, cada dia, em segredo, se for necessário.
3.- Escuta boa música todos os dias; é um autêntico alimento para o espírito.
4.- Ao levantar-te de manhã, diz. “Deus, meu Pai, obrigado por este novo dia”.
5.- Vive com as 3 És - Energia, Entusiasmo e Empatia.
6.- Participa de mais brincadeiras que no ano passado.
7.- Sorri mais vezes que o ano passado.
8.- Olha para o céu pelo menos uma vez por dia, sente a majestade do mundo que te rodeia.
9.- Sonha mais, estando acordado.
10.- Come mais alimentos que crescem nas árvores e nas plantas e menos alimentos industrializados.
11.- Come nozes e frutas silvestres. Toma chá verde, muita água e um cálice de vinho ao dia (cuida de brindar sempre por alguma das muitas coisas belas que existem em tua vida e, se possível, fá-lo em companhia de quem amas).
12.- Trata de fazer rir, pelo menos, 3 pessoas por dia.
13.- Elimina a desordem de tua casa, teu carro e teu escritório e deixa que uma nova energía flua em tua vida.
14.- Não gastes o teu precioso tempo em fofocas, coisas do passado, pensamentos negativos ou coisas fora de teu controle. É melhor investir a tua energia no positivo do presente.
15.- Toma nota: a vida é uma escola e tu estás aqui para aprender. Os problemas são lições passageiras, o que aprendes com elas é que fica.
16.- Toma o café da manhã como um rei, almoça como um príncipe e janta como um mendigo.
17.- Sorri e ri mais.
18.- Não deixes passar a oportunidade de abraçar quem prezas. Um Abraço !!!
19.- A vida é muito curta para desperdiçar o tempo odiando alguém.
20.- Não te tomes tão a sério. Ninguém o faz.
21.- Não precisas ganhar cada decisão. Aceita o desacordo e aprende do outro.
22.- Faz as pazes como teu passado para não estragar o teu presente.
23.- Não compares a tua vida com a dos outros. Não fazes idéia como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.
24.- Ninguém está tomando conta da tua felicidade a não ser tu próprio.
25.- Lembra que não tens o controlo dos acontecimentos; mas do que fazes deles, sim.
26.- Aprende algo novo em cada dia.
27.- O que os outros pensam de ti não é de tua incumbência.
28.- Ajuda sempre os outros. O que semeias hoje, colherás amanhã.
29.- Não importa se a situação é boa ou ruim, ela mudará.
30.- O teu trabalho não cuidará de ti quando estiveres enfermo. Teus amigos sim. Mantém-te em contacto com eles.
31.- Descarta aquilo que não for útil, bonito ou divertido.
32.- A inveja é uma perda de tempo. Tu já tens o que precisas.
33.- O melhor está ainda por vir.
34.- Não importa como te sintas: levanta-te, veste-te e participa.
35.- Ama sempre com todo o teu ser.
36.- Liga para os teus parentes com frequência e manda-lhes e-mails dizendo: Olá! Estou com saudades de vocês!
37.- Cada noite antes de deitar dá graças a Deus por mais um dia vivido.
38.- Lembra que estás demasiado abençoado como para estar estressado.
39.- Desfruta da viagem da vida. Só tens uma oportunidade, tira dela o maior proveito.
40.- Por favor, envia esta mensagem a quem tu gostas.
A VIDA É BELA. DESFRUTA DELA ENQUANTO PODES.
Transcrição do texto de um anexo recebido por e-mail.
Publicada por A. João Soares à(s) 20:57 1 comentários
Etiquetas: conselhos
Oposição patriótica eleva o País
Depois de publicados os posts «Reforma do regime é necessária e urgente», «Código de bem governar», «Para um código de conduta dos políticos» e «Ética na Política», surgiu essa ideia assumida pelo actual líder do PSD, ao seguir ao que foi publicado o post «Código de conduta», em que se elogiava a a iniciativa, recordando os argumentos antes expostos.
Recentemente, em resposta ao comentário no post «Corrupção sem castigo», de um anónimo que transcrevia o artigo «Só nós é que sabemos» de António Ribeiro Ferreira, sobre a prolongada conversa entre Sócrates e Passos Coelho, foi escrito em reforço da ideia do pacto ético, o seguinte:
«Tenho aqui escrito repetidas vezes que somos pobres, pequenos e poucos para podermos dar-nos ao luxo de dispersar esforços, pelo que será aconselhável que, para as grandes decisões reformadoras, sejam feitas convergir as achegas de todos os seres pensantes do País, sem que premeditadamente se considere vencedora a oriunda de um ou outro sector.
Qualquer força da oposição pode ser de grande utilidade se procurar deixar o seu nome ligado a grandes medidas úteis para um Portugal maior, e não se alegrar infantilmente por ser a que mais bloqueia a governação do País.
Não estamos em condições de desperdiçar recursos, ideias, venham de onde vierem, porque, como um dia disse Álvaro Cunhal numa reunião pluripartidária promovida pelo então ministro da Defesa, Freitas do Amaral, em que estive presente, «a defesa de Portugal é dever de todos os portugueses». E, realmente, onde todos colaboram, os resultados serão melhores e mais fáceis. Oxalá os dois líderes e os dos restantes partidos compreendam as necessidades de Portugal, que devem estar acima das dos partidos e dos «boys».
As ideias precisam ser amadurecidas o que parece estar a acontecer com esta, como se depreende dos artigos vindos a lume, «BE apresenta medidas contra "ameaças" à economia portuguesa» e «CDS promete "correcções e alternativas" às medidas do Governo» e agora nas comemorações dos 36 anos de Abril o PR disse no seu discurso:
«A sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam.
Na minha mensagem, no primeiro dia do ano de 2008, disse: “sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e da necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”.
Embora este meu alerta não tenha então sido bem acolhido por alguns, não me surpreende que agora sejam muitos os que se mostram indignados face aos salários, compensações e prémios que, segundo a comunicação social, são concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno.
Como já afirmei noutra ocasião, na génese da actual crise financeira e económica internacional encontra-se a violação de princípios éticos no mundo dos negócios e a avidez do lucro fácil, a que se juntaram deficiências na regulação e supervisão dos mercados e das instituições financeiras. Os custos sociais traduzem-se hoje em perda de poupanças amealhadas com grande esforço, destruição de empregos, emergência de novos pobres.
As injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do País.
A injustiça social cria sentimentos de revolta, sobretudo quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos.»
Portanto a ética, a justiça social, a seriedade com as decisões do uso de dinheiro público devem ser enformadas por regras aceites por todos os sectores da vida política, e, para as definir, são precisas conversações orientadas por um indiscutível sentido de Estado. Para isso. será bom que os partidos se decidam a reformar a moralidade do regime,criando um código de conduta ética.
A oposição, deve deixar de se orgulhar por bloquear e parar a actividade governativa, com prejuízos para o País e, pelo contrário, procurar a vaidade de ter sido autora de um projecto de lei que veio trazer benefícios para os portugueses, num ou noutro sector (educação, saúde, segurança, justiça, etc.
Publicada por A. João Soares à(s) 06:53 2 comentários
Etiquetas: negociações, sentido de Estado
domingo, 25 de abril de 2010
Discurso do PR na comemoração do 25 de Abril
Transcrição, sem qualquer realce de passagens mais significativas, por isso poder ser interpretado como atitude menos respeitosa, pelo que se sugere a leitura cuidada de todo o texto.
Discurso do Presidente da República na 36ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril
Assembleia da República, 25 de Abril de 2010
Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhoras e Senhores,
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, um jovem capitão de 29 anos reuniu os seus homens da Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Falou-lhes do estado a que Portugal chegara e terminou dizendo: «quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!».
Vieram todos, sem excepção, mesmo sabendo que corriam riscos, incluindo o risco de não regressar com vida. Ao fim de algumas horas, caía um regime cansado de guerra. É por isso que aqui estamos hoje.
Foram eles os filhos da madrugada. Não caminharam para Lisboa em busca de cargos ou de lugares. Não vieram à procura de um lugar na História – e é justamente por isso que o merecem.
Como o retratou Sophia de Mello Breyner, Salgueiro Maia foi «aquele que deu tudo e não pediu a paga». Um exemplo notável para muitos Portugueses dos nossos dias, que tantas vezes cedem às seduções vazias e efémeras da sociedade de consumo e outras tantas vezes medem o valor dos homens pelo dinheiro ou pelos bens que ostentam.
Aqueles que saíram de Santarém, de Mafra, de Tancos, de Santa Margarida, de Estremoz ou de Vendas Novas rumaram a Lisboa porque não se conformaram com o País em que viviam. Vieram todos, porque todos queriam mudar. Queriam um país livre.
Neste dia, devemos ter presente um facto muito singelo: em 2010 completam 36 anos aqueles que nasceram em 1974. São mais de três milhões os Portugueses que não possuem qualquer recordação do que foi o 25 de Abril de 1974 porque, pura e simplesmente, não tinham nascido na altura. Vêem a democracia como um dado adquirido.
Um jovem de 24 anos, que termina este ano o ensino superior, sempre viveu num Portugal membro das Comunidades Europeias. Vê a Europa como o seu espaço.
Uma criança de 8 anos não conheceu outra moeda que não o euro, não sabe como era o escudo.
Aqueles que sempre viveram em liberdade desconhecem o seu preço. Em larga medida, só nos apercebemos do valor das coisas quando nos vemos privados delas. A melhor lição de liberdade é a experiência da não liberdade.
Temos, pois, um dever de memória para com aqueles que nasceram já depois de 1974. Devemos ensinar-lhes o que custou conquistar a liberdade e que a defesa da liberdade deve ser um princípio de acção para os agentes políticos e para todos os cidadãos.
O 25 de Abril foi feito em nome da liberdade, mas também em nome de uma sociedade mais justa e solidária. Será aí, porventura, que o balanço destas três décadas de democracia se revela menos conseguido.
A sociedade portuguesa é hoje mais justa do que aquela que existia há 36 anos. No entanto, persistem desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza e de exclusão que são indignas da memória dos que fizeram a revolução de Abril.
A sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam.
Na minha mensagem, no primeiro dia do ano de 2008, disse: “sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e da necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”.
Embora este meu alerta não tenha então sido bem acolhido por alguns, não me surpreende que agora sejam muitos os que se mostram indignados face aos salários, compensações e prémios que, segundo a comunicação social, são concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno.
Como já afirmei noutra ocasião, na génese da actual crise financeira e económica internacional encontra-se a violação de princípios éticos no mundo dos negócios e a avidez do lucro fácil, a que se juntaram deficiências na regulação e supervisão dos mercados e das instituições financeiras. Os custos sociais traduzem-se hoje em perda de poupanças amealhadas com grande esforço, destruição de empregos, emergência de novos pobres.
As injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do País.
A injustiça social cria sentimentos de revolta, sobretudo quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos.
Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhoras e Senhores Deputados,
Deixámos o império, abraçámos a democracia, escolhemos a Europa, alcançámos a moeda única, o Euro. Mas duvidamos de nós próprios. Os Portugueses perguntam-se todos os dias: para onde é que estão a conduzir o País? Em nome de quê se fazem todos estes sacrifícios?
A prova de que se acumulam dúvidas quanto ao futuro do País está no número de jovens que partem. Infelizmente, aqueles que vão para o estrangeiro são, com frequência, os mais qualificados, os mais promissores.
Mas na maioria deles persiste o desejo de regressar. Tenho-os encontrado nos Estados Unidos, em Espanha, na Alemanha, no Luxemburgo. São jovens que querem estar entre os melhores, para competir com os melhores. Dizem-me quase todos que gostariam de voltar ao seu País desde que tivessem condições para isso, sobretudo condições de trabalho nas suas áreas de especialização.
Este é um potencial que o País não pode desperdiçar. É a saída de mais jovens com valor e talento para o estrangeiro que pode fazer de Portugal um país periférico. No mundo actual, a periferia está onde mora a ineficiência do Estado, a falta de excelência no ensino, a ausência de conhecimento, de inovação e de criatividade, em suma, a periferia está onde mora o atraso competitivo.
Durante muitos anos, o facto de nos encontrarmos na periferia da Europa foi considerado uma das causas principais do nosso atraso. Portugal era a Finisterra, como já os Romanos lhe chamavam. Estávamos num extremo perdido da Península Ibérica, longe das grandes vias de circulação e comércio através das quais a Europa, desde a Idade Média, construiu progresso e edificou catedrais.
Tudo isto mudou no nosso tempo. A geografia deixou de ser uma fatalidade irremediável. Estar perto ou estar longe do centro não é algo que se meça em quilómetros, pois estamos no centro do mundo se tivermos o conhecimento e o engenho para tanto. Graças às novas tecnologias, não há longe nem distância. As noções de centro e de periferia foram radicalmente alteradas.
Num espaço global, existem por certo novas ameaças, grandes desafios que as economias emergentes nos colocam. Não podemos perder tempo, porque a concorrência será implacável. Quem ficar para trás, terá de fazer um enorme esforço de recuperação.
No mundo actual, não esperemos que os outros nos ajudem se não acreditarmos em nós próprios, se formos incapazes de fazer aquilo que nos cabe fazer.
A globalização e o aprofundamento da integração europeia obrigam-nos a procurar a diferença, a encontrar factores distintivos para o nosso País, a aproveitar bem as nossas vantagens comparativas. Devemos ter uma visão de longo prazo que indique o lugar que queremos ocupar na Europa e no Mundo.
Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhoras e Senhores Deputados,
Portugal vive uma grave crise que é de todos conhecida. É nestas alturas que temos de ser capazes de abrir caminhos que levem o País a novas oportunidades. Irei referir dois deles: o mar e as indústrias criativas.
Portugal encontra-se na periferia da Europa, mas está no centro do mundo. Somos uma «nesga de terra debruada de mar», como nos chamou Torga, palavras que recordei nesta Sala, quando tomei posse como Presidente da República. Possuímos uma vasta linha de costa, beneficiamos da maior zona económica exclusiva da União Europeia. Poderemos ser uma porta por onde a Europa se abre ao Atlântico, se soubermos aproveitar as potencialidades desse imenso mar que se estende diante dos nossos olhos, mas que teimamos em não ver.
Como pode um país, projectado sobre o Oceano Atlântico, na encruzilhada de três continentes, ver-se a si próprio como periférico?
Para além das especificidades da nossa geografia, temos a História. Num só século, revelámos à Europa dois terços do planeta, percorrendo as costas de todos os continentes. Pusemos em contacto muitos dos povos do mundo e criámos uma língua universal. Por causa disso, Portugal continua a projectar no exterior a imagem de marca de país marítimo.
Que justificação pode existir para que um país que dispõe de tão formidável recurso natural, como é o mar, não o explore em todas as suas vertentes, como o fazem os outros países costeiros da Europa?
Porque retiram esses países tanto valor e criam tanto emprego com a exploração económica do mar, e nós não?
Temos de repensar a nossa relação com o mar. Repensar o modo como exploramos as oportunidades que ele nos oferece. Importa afirmar a ideia de que o mar é um activo económico maior do nosso futuro.
Setenta por cento da riqueza gerada no Mundo transita por mar. Devemos pois apostar mais no sector dos transportes marítimos e dos portos.
Mas também no desenvolvimento de fontes marinhas de energia, de equipamentos para a exploração subaquática de alta tecnologia, de produtos vivos do mar para a biotecnologia ou das indústrias de equipamento, de reparação e de construção navais.
Temos de incentivar a prospecção e exploração da nossa plataforma continental, cujo projecto de levantamento se encontra em apreciação nas Nações Unidas.
Pensando na combinação do mar com o nosso clima temperado, importa desenvolver as actividades marítimo-turísticas, a náutica de recreio, o turismo de cruzeiros. A par disso, temos de fomentar a aquacultura e a manutenção de uma frota de pesca sustentável.
A ausência de um pólo desenvolvido de indústrias marítimas é de facto surpreendente quando Portugal apresenta um conjunto de vantagens comparativas que são extremamente relevantes à escala europeia.
Às vantagens decorrentes da nossa geografia, da História e da imagem externa do País podemos ainda juntar as estratégias e políticas para o mar desenhadas nos últimos seis anos em Portugal e na própria União Europeia. Não é necessário fazer mais estudos e relatórios. Basta agir em cumprimento daquelas estratégias.
É essencial que criemos condições e incentivemos os agentes económicos a investir no conjunto dos sectores que ligam economicamente Portugal ao mar.
Penso, desde logo, na criação de condições de competitividade e estabilidade fiscal para os transportes marítimos e para os portos portugueses, que lhes permitam, pelo menos, igualar as condições dos demais Estados costeiros da União Europeia, bem como dinamizar as auto-estradas do mar, juntamente com os nossos parceiros da União.
Sem querer transmitir a ideia de que o mar é a panaceia para todos os nossos problemas, entendo que o mar deve tornar-se uma verdadeira prioridade da política nacional.
Abraçando um desígnio marítimo seremos mais fortes, porque dependeremos menos dos transportes rodoviários internacionais, cada vez mais condicionados pelas políticas europeias do ambiente.
Seremos mais fortes porque com a exploração da energia a partir do mar poderemos enfrentar melhor os desafios da segurança e sustentabilidade energética, reduzindo a dependência do exterior e promovendo novas tecnologias.
Portugal e os Portugueses precisam de desígnios que lhes dêem mais coesão, mais auto-estima e mais propósito de existir. O mar é certamente um deles.
Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhoras e Senhores Deputados,
Graças à nossa riqueza histórica e cultural, ao talento de muitos dos nossos jovens, à capacidade de adaptação da nossa mão de obra e ao nosso clima privilegiado, temos ainda a possibilidade de desenvolver centros de excelência que se configurem como marcas distintivas à escala europeia.
À semelhança do que ocorreu noutras cidades da Europa, de Barcelona a Berlim, passando por Amesterdão ou Estocolmo, podemos fazer com que alguns centros urbanos se convertam em grandes pólos internacionais de criatividade e conhecimento.
Além da capital do País, o Porto é uma cidade que dispõe de todas as condições para ser um pólo aglutinador de novas indústrias criativas, ligadas às artes plásticas, à moda, à publicidade, ao design, ao cinema, ao teatro, à música e à dança, mas também à informática, à comunicação e ao digital.
Não é de hoje a vitalidade cultural portuense, como não é de hoje a capacidade empreendedora das gentes do Norte. O Porto sempre se orgulhou da sua vida intelectual e esse orgulho é legítimo: das letras às artes plásticas, passando pela arquitectura, aí existe muito do melhor que Portugal fez nas últimas décadas.
Uma aposta forte dos poderes públicos, conjugada com a capacidade já demonstrada pela sociedade civil relativamente a projectos culturais de referência, poderão fazer do Porto e do Norte uma grande região criativa, sinónimo de talento, de excelência e de inovação.
Aí existe um tecido humano feito de gente activa e dinâmica, um espírito de inovação e de risco, um culto do que é novo e diferente. Há capital humano de excelência, há estabelecimentos de ensino e equipamentos de qualidade. Só falta mobilizar esforços para transformar o Porto e o Norte numa grande região europeia vocacionada para a economia criativa e fazer desse objectivo uma prioridade da agenda política.
Estudos recentes vieram mostrar que as actividades culturais e criativas podem desempenhar um papel de crescente relevância na economia portuguesa, à semelhança do que ocorre noutras sociedades desenvolvidas e pós-industriais. Na Região Norte, aliás, foram já lançadas iniciativas visando tirar partido das suas potencialidades neste domínio.
O Porto presta-se claramente a exercer um papel de núcleo dinamizador do engenho criativo. O seu espaço urbano, aliando o antigo e o moderno, o esplendor do barroco das igrejas e a sobriedade da arquitectura contemporânea, pode converter-se numa marca de projecção internacional através de um movimento colectivo e inovador que atraia novas dinâmicas de desenvolvimento, com criadores talentosos, artistas portugueses e estrangeiros, empresários jovens com sentido de oportunidade.
Temos aí um enorme potencial para desenvolver um turismo diferente e de qualidade e para fundar uma nova centralidade alicerçada no vanguardismo estético e na inovação tecnológica e empresarial.
Portugueses,
Há 36 anos, marcámos encontro com um destino de liberdade. Não nos deixámos abater por um regime de muitas décadas que caiu em poucas horas.
É nosso o País. Temos florestas e temos o mar. Temos jovens talentosos que aqui querem viver. Temos cidades e regiões à espera de se afirmarem. É desta matéria-prima que se fazem os sonhos.
No dia de hoje, celebramos a esperança dos que acreditaram, sobretudo em si próprios.
Sem ilusões nem falsas utopias, devemos acreditar porque temos razões para isso.
Há uma razão, acima de todas. Motivo de ser como somos, ela é a nossa maior razão de esperança. Connosco a temos, há muitos séculos, com ela vivemos desde que nascemos. Essa razão de esperança tem um nome: chama-se Portugal.
Obrigado.
Publicada por A. João Soares à(s) 17:13 5 comentários
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sábado, 24 de abril de 2010
Segurança rodoviária. Velocidade
Não usar muitas vezes na mesma estrada;
quando se retira a tela deve dar-se umas pinceladas de alcatrão para fazer crer que o buraco de ontem já foi reparado;
quando houver um buraco real, enquanto não for tapado, deve colocar-se uma destas telas 100 metros antes...
Publicada por A. João Soares à(s) 20:07 2 comentários
Etiquetas: segurança rodoviária
Escola na Finlândia
Este exemplo de referência recebido por e-mail, merece ser muito bem ponderado pelos responsáveis pela Educação Nacional, com vista a melhorar a eficácia da preparação dos futuros cidadãos portugueses.
Vejam só a diferença!!!!!
Por Fátima F., Professora de Inglês, da Escola Secundária Augusto Cabrita - Barreiro
"Em primeiro lugar quero esclarecer que esta visita correspondeu a mais uma mobilidade do Projecto - Eco-Sport, Eco-Culture and IT - integrado no Programa Comenius a que a minha escola (Sec. Augusto Cabrita - Barreiro) se candidatou e que neste momento já está próximo da sua conclusão, tendo sido iniciado no ano lectivo 2008/09. A iniciativa foi de professores de Informática que envolveram algumas das suas turmas de Cursos Profissionais. Eu integrei o projecto enquanto professora de Inglês de algumas dessas turmas. Neste Projecto estão envolvidas escolas de sete países: Portugal, Itália, República Checa, Polónia, Roménia, Suécia e Finlândia. Faremos 6 mobilidades e já recebemos na nossa escola as delegações dos outros 6 países em Outubro passado.
Basicamente o projecto obriga a trabalho nas áreas das novas tecnologias, desporto e ambiente. Para cada mobilidade são definidos temas de trabalho, modos de apresentação dos trabalhos de cada país com recurso a aplicações/programas informáticos. Há um número mínimo obrigatório de "mobilidades", isto é, alunos e professores que constituem as respectivas delegações. No entanto, em cada deslocação, viajam um máximo de 6 pessoas, entre alunos e professores. Os alunos são sempre acolhidos pelas famílias dos alunos envolvidos no projecto. Durante a semana em que permanecemos no país visitado cumprimos um programa de actividades previamente definido que passam por: contacto directo com a escola que visitamos, implicando assistência ( por vezes com participação mais ou menos activa) a aulas e actividades da escola, visita às instalações da escola, visitas de carácter cultural, participação em actividades desportivas, apresentação dos trabalhos que foram feitos entre mobilidades, também as respectivas reuniões de avaliação do cumprimento dos objectivos e definição do trabalho a desenvolver até ao encontro seguinte. No nosso caso este projecto envolve cerca de seis professores que foram rodando entre si as deslocações. No meu caso, tive oportunidade de em Maio passado ter ido à Suécia e agora à Finlândia.
Relativamente à Finlândia a escola com quem temos este intercâmbio situa-se na pequena localidade de Perniö, na região de Salo, a 2 horas de camioneta da capital Helsínquia. Perniö tem:
Uma Secondary School - frequentada por alunos dos 12/13 aos 15/16 anos - correspondente ao nosso 3º Ciclo - 234 alunos e 23 professores ; 3 ou 4 funcionárias (de limpeza) e a Directora.
Foto 1: Entrada da Escola com os trenós.
Foto 2: Hall de entrada. Casacos e calçado são tirados. Os alunos andam em meias por toda a escola. Conforto e limpeza!!!
Foto 3 e 4: Alunos em aula. Cadê os 28/30 alunos? Entre os 16 e os 20 alunos!
O refeitório: a comida vem de um serviço de catering. Há 1 funcionária que coloca a comida nas cubas, os alunos servem o seu próprio prato, limpam o prato e os talheres que arrumam num balcão, as mesas ficam sem uma migalha e suspendem as cadeiras nas mesas para que tudo fique arrumado e reduza o trabalho da funcionária. Os alunos não pagam a refeição.
Foto 5 e 6: Sala de Informática
Fotos 7 e 8: Laboratório de Línguas
Foto 8: Sala de Professores - pode ver-se um balcão onde os próprios professores preparam os seus lanches, fazem café ou chá ou aquecem alguns alimentos. Não há bares, nem de alunos nem de professores. Poupam-se assim funcionários!
Foto 9: Ao lado da sala de profs. - Reprografia sem funcionário. São os professores que preparam o seu material.
Existe também uma Upper Secondary School - alunos dos 16 aos 18/19 anos - correspondente ao nosso ensino secundário- 90 alunos e 10 professores; 2 funcionárias ( de limpeza) e a Directora. Esta última é a escola do intercâmbio.
(Nota: As dimensões não são comparáveis com a nossa realidade. No entanto, o poder central não fecha escolas, pois considera importante a manutenção dos jovens nas suas terras.)
A educação é da responsabilidade da " municipalidade" ( se me é permitida esta tradução), embora o sistema educativo seja regulado por um "Gabinete da Educação" central, logo comum a todo o país.
Foto 10: Recepção musical pelos alunos finlandeses.
Foto 11: Os sapatos à porta da sala!!!!
Foto 12: Não há toques de campainha. Alunos e professores entram e saem à hora certa.
Foto 13: Aula de Inglês
Foto 14: Aula de Ioga
Foto 15: Alunas do intercâmbio interagindo em actividade criativa sobre o tema "Common Europe"
Foto 16: Visita Cultural à cidade de Turku
Horários
- Professores- 36 horas semanais - aulas + actividades ( incluindo preparação de aulas)
- Alunos - começam às 8.00h terminam às 14.00h - depois das 14 horas, os alunos calendarizam actividades - música, teatro ou desporto. Podem pedir sessões de apoio aos professores.
Os professores entre as 14horas e as 16horas marcam com os alunos as várias actividades de acordo com as necessidades. Nada está definido à partida. Os professores estão disponíveis para o que forem solicitados.
- Turmas - de 16 a 20 alunos, contudo como se trata de uma Upper School, pode haver grupos maiores já que neste nível de ensino a progressão dos alunos faz-se por acumulação de créditos. Para poderem realizar os Exames Finais ( Nacionais) os alunos têm de ter um mínimo de 75 créditos. Há disciplinas obrigatórias consoante a vertente dominante da sua formação. Este sistema permite que um aluno que queira seguir uma área de Ciências possa escolher disciplinas da área de Humanidades desde que cumpra as disciplinas consideradas obrigatórias na sua área. Os alunos vão-se inscrevendo nas disciplinas para fazerem créditos e tendo em conta os horários em que as disciplinas funcionam logo, pode acontecer haver grupos maiores.
Nota: Este sistema de créditos é o sistema de todo o país.
- Disciplina/ Comportamento - os alunos cumprem as regras de disciplina da escola. Quando há problemas os pais são chamados à escola ou contactados por telefone. Quando os alunos não querem estudar ( já estão fora da escolaridade obrigatória) abandonam, mas são uma minoria. Os pais vão pouco à escola!! Só quando são chamados.
- Faltas - quando faltam os alunos apresentam justificação dos pais ou do médico. Não há limites. Cada situação é avaliada pelo professor da disciplina que terá a assiduidade do aluno em conta na avaliação. Se é um aluno com muitas faltas e nos testes não tem resultados positivos, é automaticamente assumido que isso significa reprovar, isto é, não acumula créditos. Não há recuperações, nada! O que conta é o número de créditos que cada um tem de conseguir para poder fazer os exames finais! Os alunos muito interessados em alargar as suas áreas de conhecimento fazem créditos a mais e enriquecem o seu currículo escolar.
- Avaliação dos Professores - são avaliados anualmente pela Directora da escola que se limita a observar o trabalho dos docentes durante o ano nas várias vertentes. Só têm aulas assistidas pela Directora quando surge algum problema relativo ao seu trabalho. Esse problema pode vir de queixa apresentada pelos alunos, pelos pais ou até mesmo por outros professores ( mais experientes) que podem detectar irregularidades ou dificuldades.
Algo que é bastante diferente do nosso sistema é o sistema de habilitações para leccionar as várias disciplinas. Nesta escola conhecemos professores que podem leccionar: Ed. Física e Matemática / Literatura e Geografia / Ciências e Física e Química , por exemplo.
A Informática é transversal. Todos os professores nas suas salas têm recursos informáticos que utilizam diariamente.
Cada professor tem a sua sala com todo o seu material. Até parte do trabalho administrativo, registo de progressões , é feito pelos próprios professores, tanto que a escola não tem Secretaria. Tem o gabinete da Directora que realiza o trabalho necessário.
Nota: A burocracia não deve ter nada a ver com a montanha horrível de papel que nós temos nas nossas escolas portuguesas.
É tudo simples e eficaz: as salas estão abertas, não há funcionários a tomar conta dos meninos porque vandalizam e roubam os equipamentos ou porque roubam os telemóveis uns aos outros, os pais não andam a correr para a escola a queixar-se da má relação que o prof. X tem com o filho, ou que a filha é vítima de bullying, ou que a comida no refeitório não presta, ou que o professor pôs o filho na rua, etc... A escola é respeitada. Enquanto os filhos estão na escola, têm de cumprir as regras da escola e "ponto final". Só como exemplo, sempre que nós entrávamos numa sala de aula, os alunos levantavam-se e cumprimentavam-nos " good morning".
Bem, não quero ser cansativa, portanto vou ficar por aqui.
Espero satisfazer alguma curiosidade, pois sei que outras questões ficaram por abordar e nem todas tivemos oportunidade de aprofundar nos quatro dias e meio que lá passámos.
Fátima F.
Publicada por A. João Soares à(s) 09:17 6 comentários
Etiquetas: ensino
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Corrupção sem castigo
Depois de no post anterior se ficar com uma visão da Suécia, neste temos um retrato de um grave problema nacional, que já há meia dúzia de anos foi objecto de propostas do deputado João Cravinho, mas que continua sem um esquema sério de combate que prometa eficiência, como se deduz do vídeo publicado no post Enriquecimento ilícito. Ónus da prova.
Publicada por A. João Soares à(s) 10:28 2 comentários
Etiquetas: Corrupção
Democracia na Suécia
Num País corrupto, desleixado e iletrado como o nosso, seria pedir demais que fosse seguido este sistema de comportamentos democráticos, orientado para servir os cidadãos. Mas, pelo menos, senhores políticos, façam o favor de, a pouco e pouco, irem melhorando os vossos modos de actuação para um dia nos podermos comparar aos países mais civilizados. Os bons exemplos devem ser seguidos. Devemos apanhar o vício de actuar com eficiência, com excelência. Não acham?
Publicada por A. João Soares à(s) 10:04 0 comentários
Etiquetas: Democracia, transparência
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Como será o mundo amanhã?
Durante um convívio, juntaram-se três indivíduos, A, F e J, e entranharam-se em conversa de «alta estratégia!» Todos tinham sido, por dever de ofício, habituados a olhar o mundo como se estivessem num satélite a observar o globo para o compreender com rigor e isenção, mas sem se embrenharem em afectos. Cada actor da estratégia mundial tem os seus motivos e ambições que não podem ser ignorados por quem os queira compreender, mas a sua análise exige um esforço de isenção.
O A colocou algumas interrogações acerca de qual será a evolução dos problemas que se desenham nas relações internacionais, com o aparecimento de novos focos de poder e da transformação do mundo bipolar num outro multipolar, menos definido, com interacções muito complexas.
O F, muito condicionado pelos raciocínios do tempo da guerra fria em que a Europa era o relvado onde se poderia travar o duelo entre as duas forças do mundo bipolar, referia autores como Arnold J. Toynbee, Joseph Alois Schumpeter, Samuel Huntington, Francis Fukuyama e outros, mas não se afastava muito da ameaça de confrontação militar em que a arma nuclear poderá continuar a ser um factor considerável, daí os atritos actuais entre os detentores da AN e os que se propõem obtê-la.
O J nos seus idealismos utópicos, mostrava ser desejável substituir as armas pela diplomacia, embora reconhecesse que esta precisava de um poder dissuasor convincente enquanto as pessoas sejam mais sensíveis a ele do que aos argumentos morais ou éticos.
E como se entenderão os novos poderes agora emergentes? Sendo real que a economia condiciona a política, como será a confrontação pela posse dos recursos naturais de importância estratégica? Como se desenrolará a confrontação dos poderes na África, fonte de muitos recursos naturais, alguns de alto valor devido à sua raridade? E perante todo esse conflito por trunfos económicos, como reagirão grupos informais, como a Al-Qaeda, o islamismo e outros grupos menos visíveis que poderão aparecer em palco?
E em frente de tanta incerteza, como se irá transformar a democracia? E a Europa como reagirá a este seu continuado apagamento na arena internacional, cada vez mais dependente de recursos humanos exteriores? Até quando a Zona Euro e a União Europeia se aguentarão? E Como terminará a União? E qual o papel das religiões no percurso internacional dos próximos anos?
E internamente, o aparecimento de agrupamentos sociais para a arte popular, o desporto, etc., como poderá vir a ser aproveitado para movimentos sociais? Quem os dominará e para quê, com que resultados práticos? Como será o novo PREC, tendo em conta o de 1974-75 e as influências potenciadoras das actuais facilidades de comunicação?
E se a crise financeira interna exigir medidas de rigor que impeçam as nomeações políticas para cargos administrativos, e a quantidade de pessoal além do necessário, e se disciplinem os procedimentos combatendo a corrupção e o enriquecimento ilícito, e se reforme o ensino por forma a preparar pessoas capazes de raciocinarem correctamente para impedir o consumismo, o abuso do crédito e a submissão à publicidade e se tenha de aceitar a ingerência de representantes do FMI ou da EU, para entrar num rumo de restauração e de modernidade, com racional gestão dos recursos existentes? Que hipóteses poderão ser formuladas para enfrentar tão complexo novelo de interrogações?
Publicada por A. João Soares à(s) 18:00 3 comentários
Etiquetas: estratégia, futuro
Justiça funciona, mas…
Segundo a notícia «Sócrates e ministro condenados por exoneração ilegal», «a substituição de João Sá por Carlos Lage na CCDR-Norte foi ilegal, tal como a exoneração de Sampaio Pimentel. Os dois ex-dirigentes da comissão colocaram José Sócrates e o então ministro do Ambiente em tribunal e ganharam. Mas só uma sentença foi cumprida.»
Para ler a notícia completa faça clic no seu título. A defesa dos interesses dos «boys» é feita doa a quem doer, pois o que interessa é dominar todo o aparelho do Estado, mesmo que fique menos eficiente e contribua para uma crise grave (a segunda pior da UE). «Lá vamos», «gemendo e chorando», «levados levados sim»!
Publicada por A. João Soares à(s) 10:47 4 comentários
Guterres é desejado
Depois de ter recusado o convite para representante da ONU no Afeganistão, António Guterres deverá ser reconduzido no cargo de alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, de acordo com a proposta feita hoje pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que informou a Assembleia Geral das Nações Unidas da sua decisão.
António Guterres, antigo primeiro-ministro português, será reconduzido para um segundo mandato de cinco anos, que começa a 15 de Junho. Esta recondução é uma honra para os portugueses, por demonstrar a eficiência com que o nosso compatriota desempenhou as suas funções durante o mandato que agora termina.
Desejamos que continue o seu êxito e que o seu trabalho seja facilitado pela desejável redução de pessoas a necessitarem da sua intervenção, sinal de que o mundo passaria a ser mais pacífico, integrado e tolerante, sem conflitos internos devidos a má gestão dos direitos humanos e da igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos.
Publicada por A. João Soares à(s) 10:20 2 comentários
Etiquetas: Guterres
Enriquecimento ilícito. Ónus da prova
Transcrito do blog da portugalidade
Publicada por A. João Soares à(s) 07:56 2 comentários
Etiquetas: enriquecimento
terça-feira, 20 de abril de 2010
Contentores de Alcântara
Mais uma vez se confirma que reclamar é indispensável pois, sem isso, ficaremos sujeitos a mais arbitrariedades lesivas dos interesses nacionais, isto é, de todos nós, na condição de cidadãos, contribuintes, utentes, consumidores, etc. Os políticos precisam de ser pressionados para corrigir erros e para decidir no melhor sentido. Por isso os cidadãos devem estar atentos e unirem-se, organizarem-se, para reclamar.
Na sequência do post «Lisboa oculta» de 17 de Março de 2010, fica aqui informação mais actual, dada pela notícia do Público «Ministério Público pediu a anulação judicial do negócio dos contentores de Alcântara», de que se extraem algumas passagens.
A Administração do Porto de Lisboa (APL) revelou que “O Ministério Público interpôs uma acção junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa onde requer a anulação e a nulidade do aditamento ao contrato de concessão celebrado em Outubro de 2008”. Trata-se da prorrogação do polémico contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara, celebrado com a Liscont, uma empresa do grupo Mota-Engil, de que é presidente executivo o ex-ministro Jorge Coellho.
De acordo com esta entidade pública, a iniciativa “questiona a base XII do decreto-lei n.º 188/2008, que diz respeito ao prazo do contrato de concessão”, celebrado entre a APL e “A APL foi citada na passada quinta-feira e encontra-se a analisar a petição inicial e a preparar a sua contestação”, como é referido na declaração.
A prorrogação do contrato de concessão do terminal de contentores até 2042 (antes era até 2015) foi atribuída à Liscont por ajuste directo, sem concurso público, o que suscitou fortes críticas da oposição e motivou o surgimento de um grupo de cidadãos responsável por várias iniciativas contra a prorrogação do contrato e o alargamento da área do terminal.
Publicada por A. João Soares à(s) 09:27 5 comentários
Etiquetas: justiça, sensatez, transparência
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Eliminação das armas nucleares
Depois de verificados no Japão os efeitos das armas nucleares, estas têm sido apenas utilizadas para fins dissuasores e tornaram possível que a Guerra Fria se mantivesse sem ebulição durante mais de três décadas, ou, em termos realistas, desde a II Guerra Mundial.
Mas há um aspecto pouco racional que carece ser explicado. Porque razão, sendo uma arma tão perigosa que acham não dever ser utilizada, ao ponto de os detentores quererem impedir a sua proliferação, isto é que não haja mais nenhum Estado de posse delas, porque não começam por destruir as que possuem? Que direito têm uns de as possuir e quererem impedir esse direito aos outros? Não havendo imperialismo nem colonialismo, não se compreende essa atitude.
E assim aparece a notícia «EUA não sabem como travar um Irão nuclear». Não sabem nem têm poder legal para o conseguir.
Mas não lhes seria tão difícil se, em vez dos tratados para a redução das AN, com os outros detentores confessos, assinassem tratados de compromisso de eliminação imediata das armas existentes e de não construírem outras nem permitirem, diplomaticamente, que surgissem novos Estados com poder nuclear. Deveria ser também assinada a aceitação e imposição de sistemas de verificação da energia nuclear para impedir a sua utilização bélica.
Dados esses passos para a desnuclearização do planeta para fins militares, deixaria de haver o problema que os EUA parecem ter com o Irão, com Coreia do Norte ou com a Líbia.
Os cidadãos de todo o mundo regozijariam muito com tais tratados e com o seu rigoroso cumprimento.
Utopia? Talvez, dada a loucura do Poder que transtorna os comportamentos dos políticos mais influentes. Mas se o é não deixa de ser solucionável se houver boa vontade e interesse em criar um ambiente de confiança e segurança, em que a guerra seja substituída pelo diálogo e pela negociação dos pequenos conflitos antes de se tornarem dramáticos. A inteligência dos animais racionais deve ser utilizada para benefício da humanidade.
Publicada por A. João Soares à(s) 11:39 4 comentários
Etiquetas: arma nuclear
domingo, 18 de abril de 2010
Corrupção mal combatida
Transcreve-se a noticia do Jornal de Notícias que tem GRANDE SIGNIFICADO por citar frases do ex-deputado do PS, António Reis, que constitui mais um nome a aditar à crescente lista de socialistas que mostram pensar pela própria cabeça e não se limitarem a obedecer ovinamente ás palavras de ordem do pastor. Talvez peque pelo optimismo quanto aos resultados esperados da comissão parlamentar.
Combate à corrupção é insuficiente
Jornal de Notícias. 18 de Abril de 2010. Por Alexandra Marques
Grão-mestre critica actual excesso de "ruído mediático na República"
"Chegou o momento de sermos mais eficientes no combate à corrupção". A frase é do ex-deputado do PS António Reis, grão-mestre da loja maçónica do Grande Oriente Lusitano, que acusou os media de se quererem substituir aos órgãos de soberania do regime.
"O combate à corrupção tem sido insuficiente", afirmou ontem no final das duas intervenções da manhã, o ex-deputado socialista e historiador António Reis, antes de se afirmar confiante nas medidas que sairão da comissão parlamentar que está a estudar esse problema, liderada, aliás, pelo seu camarada de partido Vera Jardim.
O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) afirmou ainda ter chegado a ocasião "de sermos mais eficientes no combate à corrupção". Do púlpito, já tinha proferido duras advertências à fase individualista, gananciosa, liberal e prepotente que o mundo atravessa.
"É preciso recuperar a essência dos valores republicanos e laicos, porque são o melhor antídoto, o melhor escudo protector contra o abuso do poder financeiro sobre o poder político", disse.
Na sua alocução, o dirigente do GOL exortou "a uma ética social" exercida com "honradez, austeridade e o anti-ostentacionalismo de quem coloca o interesse público acima do interesse pessoal".
Reis condenou ainda "a pseudo-democracia da opinião" traduzida "em sondagens e depoimentos que prejudicam o debate e o exercício do espírito crítico". "Os media não são os verdadeiros representantes do povo", realçou. E concluiu: "Há hoje demasiado ruído mediático na República".
Já o catedrático Amadeu Carvalho Homem exortou o Estado português a manter a laicidade, para mais quando Portugal acolhe tantas etnias com tantas outras diferentes espiritualidades, no que designou pelo multiculturalismo.
"Mas para que funcione é imperioso que o Estado não seja confessional, é preciso que seja neutro e laico em matéria religiosa", disse, dizendo querer "recomendar aos nossos governantes: não se metam no beco sem saída de tentar confessionalizar este país".
Palavras que causaram algum impacto, uma vez que o Governo decidiu conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos nos distritos visitados pelo Papa Bento XVI, durante os dias em o Sumo Pontífice estiver em Portugal, já em meados de Maio.
Publicada por A. João Soares à(s) 10:41 4 comentários
Etiquetas: Corrupção
Aprender com o gato
Você já reparou o que faz um Gato?
Ele espreguiça, alonga e boceja. Na realidade ele está SEMPRE fazendo ginástica em intervalos regulares.
Assim, a cada hora, levante-se e tente se espreguiçar, esticando os braços, os dedos, as unhas, como o gato faz. Não esqueça de bocejar e fazer aquela esticada. Faça a cada hora.
Você já reparou quantos litros de água bebe diariamente? E que o bebedor de água fica longe de seu posto de trabalho e você só se lembra de tomar água no fim do dia?
Você já reparou que ao olhar para o bebedouro, para uma garrafa de água, você sente sede e vontade de tomar água?
(Esta é a razão dos anúncios de refrigerantes e águas, sempre, mostrarem o produto líquido).
Coloque uma garrafa de água de plástico em sua mesa de trabalho com o seu nome e a palavra gato no seu rótulo.
Enche-a de água toda a vez que ela estiver vazia.
Você vai perceber que ao olhar para a garrafa, sentirá sede e, beberá água, com frequência, proporcionando ao seu corpo uma hidratação salutar, principalmente se o seu ambiente de trabalho for muito frio, com ar condicionado. Ao beber desta água, lembre-se de aproveitar para fazer a ginástica do gato.
A Ginástica do Gato não levará mais do que poucos segundos e não atrapalhará o seu trabalho. Ao contrário, você se sentirá muito melhor ao longo do dia, ao fim do dia e ao chegar em casa.
Você estará aumentando sua produtividade, ganhando mais para sua empresa ou para o seu trabalho, e ainda, aumentando sua qualidade de vida. Você sentirá os efeitos já na primeira semana. Sendo assim vamos ao miau!!!
Divulgue o miau em seu ambiente de trabalho, ao seu chefe, e não esqueça do miau em casa, nos fins de semana…
O ideal é ter um fisioterapeuta ocupacional para ministrar exercícios próprios, para cada tarefa, mas na sua falta, pelo menos use o miau!
Transcrição de Você sabia, onde foi publicado por Lucas, em 10 de Julho de 2009
Publicada por A. João Soares à(s) 09:11 0 comentários
Etiquetas: gato
O sono é importante
Nada como uma óptima noite de sono para acordar novo e com mais disposição para enfrentar o dia. Muitas pessoas tem curiosidade em saber quanto tempo e como devem dormir. Pena que a rotina atarefada nem sempre permita um sono tranquilo. Se você é o tipo de pessoa que deixa de dormir para estudar ou trabalhar ou deixa que as aflições do dia-a-dia atrapalhem o seu sono, trate de relaxar.
Dormir bem é fundamental não somente para a melhorar a execução das tarefas diárias. O descanso é de suma importância para a sua saúde e o seu conforto. “O sono é uma necessidade de recuperação essencial ligada a todos os órgãos do corpo. Funções essenciais como conservação de energia, metabolismo anabólico, amadurecimento do sistema nervoso central, consolidação da memória e secreção hormonal são desempenhadas”, explica a neurologista Andréa Bacelar, da Clínica Neurológica Dr. Carlos Bacelar, no Rio de Janeiro.
Partes do Sono
Segundo a neurologista, o sono é dividido em partes que geram ciclos. “As partes de sonolência e de sono leve fazem parte do sono superficial, que são os I e II estágios. Quando o sono se intensifica, a actividade eléctrica cerebral fica mais lenta. Esse é o estágio III ou sono de ondas lentas, que representa o instante do descanso cerebral e da reorganização da memória”, enumera Andréa Bacelar.
O clímax dos processos acontece no sono REM (Rapid Eye Moviment). É a fase em que sonhamos, em que ocorre o relaxamento completo da musculatura do corpo. “O REM equivale a cerca de 25% do nosso sono. Durante esse tempo, o corpo efectua a renovação de toda a musculatura. O conteúdo aprendido durante o dia é processado e armazenado na nossa memória”, explica a neurologista.
O neurologista Paulo Luciano Gomes, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, diz que todos os estágios são fundamentais para uma óptima noite de sono. “Qualquer parte do sono é importante, porque a actividade encefálica precisa desses diferentes ritmos”.
Quanto Deve dormir?
A quantidade de sono ideal depende de cada pessoa. Na Maioria dos casos, a população adulta precisa dormir de 6 a 8 horas por noite. “Eventualmente, uma pessoa saudável pode dormir menos que isso sem prejudicar a saúde. Só não deve se tornar rotina”, diz o neurologista.
Mesmo se dormir mal por uma noite não afecte sua saúde, essa carência de sono será notada no dia seguinte: “Uma noite mal dormida interfere em todas as tarefas do dia-a-dia, desde o humor da pessoa até a sua produtividade no trabalho. Irritação, cansaço, sonolência e instabilidade emocional para enfrentar uma rotina estressante são alguns problemas enfrentados por quem dorme pouco”, alerta Paulo Luciano.
Nada de acumular sono para depois. A neurologista Andréa Bacelar recomenda a manutenção de um sono regular. “É fundamental entre a hora que se deita e se levanta. Quando dormimos menos em determinada noite, o que se deve fazer é antecipar um pouco a hora de ir para cama na noite seguinte. Se para tentar compensar a pessoa acordar muito mais tarde do que seu horário habitual ou então tirar um cochilo após o almoço, naturalmente ela terá maior dificuldade para dormir na noite seguinte, perpetuando o problema”.
Um dos agravantes que mais atrapalham o sono e tornam difícil ter uma noite tranquila é a rotina agitada que muitas pessoas têm. Grande parte da população não consegue se distrair dos problemas e acaba prejudicando seu sono. “A privação de sono, normalmente causada por preocupações, pode se tornar crónica, trazendo consequências irreversíveis para a saúde das pessoas”, alerta Andréa Bacelar, que dá dicas que vão ajudar a dormir melhor:
- Mantenha o quarto sempre com uma temperatura estável e agradável. Deixe o cómodo arejado durante o dia e escuro à noite;
- Estabeleça horários de dormir e acordar, respeitando seu ritmo biológico;
- Evite álcool ou bebidas com cafeína à noite;
- Evite o uso regular de tranquilizantes para dormir;
- Faça refeições leves à noite;
- Evite fazer exercícios físicos perto da hora de dormir;
- Evite actividades estimulantes à noite.
Transcrição de Você sabia, onde foi publicado por Lucas, em 10 de Março de 2010
Publicada por A. João Soares à(s) 09:05 0 comentários
Etiquetas: sono
sábado, 17 de abril de 2010
O tempo é juiz implacável
Em democracia, a maior doença talvez seja a arrogância dos partidos no Governo que os impede de aceitarem opiniões, propostas e achegas da oposição e de as ter em consideração nos estudos que precedem ou devem preceder qualquer decisão, a fim de esta ser benéfica para o País, em geral. Algumas vezes o tempo leva a enveredar pelo caminho que alguns meses antes tinha sido indicado pela oposição, mas entretanto perdeu-se a oportunidade, perderam-se recursos (o tempo é o principal) e perdeu-se credibilidade do povo sobre os seus governantes. É que o orgulho, a vaidade, a teimosia e a arrogância sobrepõem-se aos reais interesses nacionais. Daí que a ideia de se criar um «código de conduta ética para os políticos» deve merecer todo o apoio e aplauso .
Vejamos os dois vídeos seguintes. Basta fazer clique nos links
Sócrates e Loução em debate na TV sobre os benefícios fiscais
http://www.facebook.com/video/video.php?v=1399492993317
O vídeo seguinte deixa bem claro o nível de civismo usado pelo PM (terceiro órgão de soberania) nas relações com os deputados, elementos do segundo órgão de soberania.
Sócrates. «Manso é a tua tia, pá»
http://www.parlamentoglobal.pt/parlamentoglobal/actualidade/Debates%20com%20o%20Primeiro-ministro/2010/4/16/160410%20socrates%20irritado%20com%20louca.htm
Ou aqui:
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2010/4/exclusivo-sic-manso-e-a-tua-tia-pa-reage-socrates-a-louca16-04-2010-193649.htm
Publicada por A. João Soares à(s) 18:11 4 comentários
Etiquetas: dignidade, sensatez, serenidade
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Estado incentiva o ócio?
A notícia do JN de hoje «Ofertas de salário são 9€ mais baixas que subsídio» traz à luz uma situação que parece irreal, por traduzir um incentivo à ociosidade, à recusa em trabalhar. É simples de ver, embora pareça que os governantes não conseguem compreender.
Ora vejamos: O salário mínimo nacional (remuneração por um mês de trabalho) é de 450€, mas o subsídio de desemprego (pago a quem não trabalha) é de 532€ (mais 18% do que recebem os que vencem o salário mínimo nacional!!!).
A notícia refere que em 2009, em média, as entidades patronais propunham aos candidatos inscritos em centros de emprego, para um trabalho a tempo inteiro, 523€ que, embora seja 16% acima do salário mínimo nacional, acaba por não ser aceite pelos candidatos porque continuando com o subsídio de desemprego recebem mais 9€. E como há situações em que a recusa faz perder o subsídio, alguns aceitam ir trabalhar durante um mês e depois entram novamente no desemprego, para ganharem mais e sem terem de cumprir horário, de aturar patrão e de trabalhar um pouco.
Parece que não há falta de oferta de emprego, mas há um atractivo subsídio de desemprego que é ofensivo para quem ganha o salário mínimo e que dificulta a satisfação da procura de trabalhadores por parte dos empresários.
Sugere-se a leitura da notícia para ter a noção do erro do sistema e dos brandos costumes, conivências e aproveitamentos, ligados à falta de rigor e de clareza das manhas praticadas pelos interessados e pelos tolerantes.
Publicada por A. João Soares à(s) 11:48 8 comentários
Etiquetas: emprego, racionalidade, subsídio
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O Princípio 90/10
Que princípio é esse?
Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa consigo.
O que isto quer dizer?
Realmente, nós não temos controlo sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro avarie, que o avião atrase, que o semáforo fique vermelho.
Mas você é quem determinará os outros 90%. Como? Com a sua reacção!
Exemplo:
Você está tomando o café da manhã com a sua família. A sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho.
Você não tem controlo sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado pela sua reacção.
Vejamos uma hipótese:
Então, você se irrita. Repreende severamente a filha e ela começa a chorar. Você censura a sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa. E tem prosseguimento: uma batalha verbal... Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra a sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o autocarro para a escola. Sua esposa vai para o trabalho também contrariada. Você tem que levar a sua filha de carro pra escola. Como está atrasado, conduz em alta velocidade e é multado. Depois de 15 minutos de atraso, uma discussão com o polícia de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde a sua filha entra, sem se despedir de você. Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu a sua maleta. O seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso para o dia acabar e quando chega a casa, a sua esposa e filha estão de caras fechadas, em silêncio e frias consigo.
Por quê? Por causa da sua reacção ao acontecido no café da manhã.
Pense, o seu dia foi péssimo porquê?
A) Por causa do café?
B) Por causa da sua filha?
C) Por causa da sua esposa?
D) Por causa da multa de trânsito?
E) Por sua causa?
A resposta correcta é a letra "E". Você não teve controlo sobre o que aconteceu pela manhã, mas o modo como você reagiu naqueles cinco minutos foi o que estragou o seu dia.
Vejamos uma outra hipótese:
Notou a diferença?
Duas situações iguais, que terminam muito diferentes. Por quê? Porque os outros 90% são determinados por sua reacção. Aqui temos um exemplo de como aplicar o Princípio 90/10.
Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos o perturbem, reaja apropriadamente e o seu dia não ficará arruinado.
Como reagir a alguém que o atrapalha no trânsito? Você fica transtornado? Golpeia o volante? Diz palavrões? Sua pressão sobe?
E o que acontecerá se você perder o emprego? Vai ficar preocupado, angustiado, perder o sono e adoecer? Isto não funcionará! Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho.
Seu voo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Porquê manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada. Use o seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora a situação.
Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o. Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo.
Por desconhecerem o poder de escolher suas reacções diante dos acontecimentos, milhares de pessoas estão sofrendo e se estressando desnecessariamente. E o stress destrói a nossa saúde e nos envelhece.
Isto é tão simples e pode transformar a nossa vida!
Publicada por A. João Soares à(s) 17:43 0 comentários
Etiquetas: calma, controlo, serenidade