sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A PREPARAÇÃO DO FUTURO

A PREPARAÇÃO DO FUTURO

(Public em DIABO nº 2387 de 30-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Não devemos esperar que o dia de amanhã seja igual ao dia de ontem porque as realidades estão em permanente mudança. Esta verdade foi reavivada pelo Presidente Chinês quando disse uns conselhos aos seus colaboradores dizendo-lhes que é preciso aprender a autocorrigir-se constantemente para evitar que a continuidade de estratégias produza casos imprevistos como tem sido visto em grandes potências. 

Sem o exercício da constante análise e correcção, uma instituição não garante o sucesso para um futuro melhor e, no caso de um regime mais poderoso, pode entrar em colapso. A China tem boa experiência disso desde o seu primeiro contacto, com os navegadores portugueses, que marcou o início do seu desenvolvimento tirando bons resultados da observação daquilo que vê de melhor e criação de um sistema correcto e bem meditado.

A União Soviética que era o regime socialista mais poderoso, entrou em colapso e num período de dificuldades sem precedentes para a política socialista global. Isto acontece com qualquer instituição ou simples ideologia que deixa de procurar evoluir e de reflectir nas hipóteses de evolução positiva. A boa solução não se obtém na consolidação das más estratégias mas, sim, na reflexão que conduza ao aperfeiçoamento das melhores medidas e à alteração daquelas que não estão a dar e a garantir os resultados realmente desejados.

Os quadros chineses assumem a responsabilidade, a capacidade e a confiança necessária para confirmar as virtudes históricas e retirar delas as lições úteis para o progresso da sua ideologia assente na constante aprendizagem científica.

Em vez de seguir modelos de governos alheios, pelo contrário, reflectir os princípios já praticados, tornando-os cada vez mais eficazes. Parar é morrer, e a atitude mais inteligente de melhorar o comportamento faz prosperar. E não convém tomar uma via considerada segura, porque nada é totalmente garantido para o futuro. O sucesso aparece com a utilização de medidas inteligentes em cada dia de progresso.

A luta de classes, só por si não conduz ao desenvolvimento. A harmonia e a paz conduzem à convergência de esforços num mesmo ideal de que resulta o desenvolvimento nacional. Evitar o poder absoluto e o domínio de fanáticos que, de olhos fechados para a generalidade do país, impõem o seu interesse e a exploração dos seus concidadãos.

Em vez da insistência na luta de classes, lute-se pelo desenvolvimento económico e torne-se este no interesse geral de todos os cidadãos e desenvolva-se a mentalidade de cada um no sentido de se dedicar a essa missão patriótica.

 Este sistema não se deve aplicar apenas a grandes potências, pois deve ser ajustado a cada instituição pública de pequena ou grande dimensão. As grandes ambições e os autoritarismos geradores de exploração e violência, constituem situações contrárias ao respeito pelos direitos humanos, à civilidade e que devem ser abolidas no Mundo actual que desejamos seja harmonioso e pacífico. Será bom que nas eleições, agora tão frequentes, apareçam candidatos a defender pontos de vista e a apresentar propostas neste sentido. Devemos ter a noção de que o uso das armas é sempre perigoso pelo mal que provocam quando utilizadas e nas atitudes de resposta, numa sequência de actos cada vez mais demolidores e contrários à desejada paz e harmonia que deve ser o objectivo mais desejado.

Será desejável que a estratégia do presidente chinês sirva de lição aos governantes mundiais e que Putin desista do genocídio que iniciou na Ucrânia e que procure uma forma civilizada e pacífica de convivência com os seus vizinhos. 

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sábado, 24 de setembro de 2022

INSTITUIÇÕES RESPEITÁVEIS E RESPEITADAS

(Public em DIABO nº 2386 de 23-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Um Estado, para ter prestígio não lhe basta ter elevado grau de desenvolvimento e Forças Militares poderosas, convém dispor de Instituições bem estruturadas, e com actuações que se dão ao respeito e que sejam efectivamente respeitadas e servidas por funcionários competentes e coerentes e se baseiem numa preparação, quer técnica quer ética, que garanta dignidade em todas as suas decisões e nas mínimas atitudes.

Uma fraca instituição cujos funcionários que, em vez de fazerem afirmações bem elaboradas assentes em estudos e reflexões prévias, mesmo que não sejam ainda decisões definitivamente elaboradas, e se limitarem a suposições ou palpites ainda hipotéticos afirmados com ar autoritário, desmerece o respeito das pessoas que sentem dificuldade em dialogar e apresentar um raciocínio colaborante para a decisão final.

Sem cuidados de reflexão e de estudos inteligentes dos assuntos, os responsáveis de instituições que devem merecer ser respeitadas arriscam-se a ser tidos como palhaços. O caso recente mais notado foi o de uma afirmação acerca de uma decisão já supostamente tomada acerca da construção do aeroporto que substituirá o de Lisboa e que foi feita quando o PM estava ausente, mas este, quando se apresentou, não hesitou em anular tal afirmação. Curiosamente, não quis mostrar a sua autoridade perante o erro do seu subordinado nem este pediu para abandonar a sua função. Não estávamos perante instituições realmente respeitáveis! Nem estávamos em democracia, em que o povo é quem mais ordena. Apenas alguns órgãos de comunicação social, de forma extremamente obediente, referiram a bronca.

A propósito do referido caso, que existe há tantos meses, ainda não sabemos qual é a instituição que estará a preparar a decisão sobre a localização de tão importante obra pública. Temos ouvido diversas opiniões, uma das quais bem recente refere que deve situar-se nas proximidades de Santarém por ficar próxima e ficar com boas ligações à capital e ao centro e Norte do país. A maior parte das hipóteses referem o Sul do Tejo o que, para ligação ao âmago do país, torna indispensável a construção de mais uma ponte ferro e rodoviária o que, além dos custos, exige demorado tempo, o que não se ajusta à definição de «instituição».

E tem havido hesitações e falta de decisão em muitos assuntos ligados às pandemias persistentes à inflacção, à corrupção e à decadência progressiva em que estamos a continuar em relação aos países menos desenvolvidos da Europa. Há muitos aspectos da vida sócio-económica que deviam ser resolvidos mas são tratados com promessas que depois não passam de fantasias publicitárias.

As ideias para serem respeitadas devem ser dotadas de coerência, traduzirem competência e terem continuidade a fim de serem acreditadas pelas pessoas que esperam vê-las concretizadas.

Já não saía do Centro de Apoio Social há muito tempo, mas hoje tive de sair devido a um caso imprevisto e grave. Choveu na ida e no regresso mas com mais intensidade na vinda. A dada altura, numa confluência de trânsitos, houve necessidade de maior atenção de automobilistas e a seguir desabafei com o motorista que os condutores têm de ser cuidadosos em qualquer momento, principalmente quando o piso está molhado. Ele concordou mas não me explicou a razão de nos últimos meses, com tempo extremamente seco, ter havido enorme quantidade de acidentes. Talvez o excesso de calor tenha ocasionado a falta de concentração dos motoristas e também a menor atenção de peões a atravessar a via. E também por ser época de férias, tempo de descontracção.

Aquilo que no início se disse acerca das instituições respeitáveis deve ser considerado válido para as pessoas sérias, honestas e com sentido de responsabilidade e de respeito pelos outros, qualidades que devem ser adoptadas por cada cidadão digno.


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terça-feira, 20 de setembro de 2022

ELIMINAR OS REFORMADOS E DEPOIS ?

(Public em DIABO nº 2385 de 16-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Há quase quatro anos e meio, publiquei aqui um artigo a analisar o perigo para o interesse nacional em aprovar uma lei que permitisse, através da eutanásia, eliminar cidadãos que não tinham utilidade para o desenvolvimento da economia nacional, como por exemplo, os idosos fisicamente incapazes de produzir o suficiente para continuar a viver, os carentes de preparação ou de propensão para o trabalho, etc.

Porém, a ideia da eutanásia, que não chegou a ser legalizada, apresentava-se com uma finalidade humanitária, de caridade, permitindo a sua aplicação com o consentimento do sujeito e se destinava a reduzir o sofrimento provocado por uma doença incurável que prolongaria a vida sem esperança de resultar em recuperação.

Agora, recentemente, vi um vídeo em que um cidadão estrangeiro, embora sem mostrar claramente uma posição de apoio, referiu a redução ou eliminação de reformados que representam um grande peso para o Estado e que, como reformados, nada produzem para a economia nacional. A quantidade de funcionários públicos, sendo muitos desnecessários e inúteis que devem a sua função a favoritismos de políticos amigos a fim de garantirem o seu voto em eleições e que vêm as suas retribuições frequentemente aumentadas e que, por vezes, antes de se reformarem, ainda são contemplados com aumentos. Há casos frequentes, referidos na Comunicação social que permite críticas ao Governo.

Ao contrário do caso da eutanásia, não há aqui explicações de acção caritativa, mas apenas a de reduzir o peso para o Estado de uma quantidade de pensões de reforma injustificadas, sem contrapartidas de resultados positivos visíveis. Seria mais racional que o Estado actualizasse o critério da quantidade de servidores por forma a serem apenas os absolutamente necessários e produtivos e que não recebem, como sinal de gratidão, reforços independentes da quantidade e qualidade dos seus resultados e que, ao passarem à reforma, não sejam aumentados.

 No artigo «a entanásia ou o fim da humanidade», de 14-04-2018, depois de extensa análise, podia concluir-se que da aplicação habitualmente exagerada da lei, a redução da população aumentaria o encerramento de estabelecimentos comerciais e a capacidade de emprego e, consequentemente, a redução de trabalhadores que suportam a vida de funcionários públicos e por conseguinte a vida nacional. Tudo isso resultava de uma intenção humanitária, mas depois teria sido interpretado pelos homens das finanças.

Agora a lei, se a ideia evoluir e se tornar real, a causa é o valor do vil metal do dinheiro que os políticos colocam acima do interesse das pessoas. Há, no entanto, que ter em consideração o respeito pelos idosos, na parte final da sua vida

De uma forma geral, um idoso é uma espécie de tesouro de experiência e de saber proveniente de inúmeros contactos com a realidade em que vivem. Na sociedade actual os idosos são desconsiderados por muitos jovens que desprezam igualmente bibliotecas, arquivos e monumentos históricos, que também são tesouros apreciáveis. Isto deve ser evitado, porque se a humanidade se deixa envenenar pelas ideias do género e dos valores morais de que enfermam os jovens modernaços, a Humanidade dificilmente sobrevive mais um ou dois séculos. Não devemos deixar que sejam destruídos os valores éticos e morais e embora não queiramos voltar a viver à moda dos antepassados, devemos respeitar tudo que deles herdámos, não destruir os monumentos históricos, etc. Isso serve para concluir o certo e o errado e analisar as causas de alguns casos não atingirem os resultados desejados. 


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domingo, 11 de setembro de 2022

É URGENTE TERMINAR COM O RECURSO À VIOLÊNCIA

(Public em DIABO nº 2384 de 09-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Existem muitas tentativas para defender que, socialmente, as hostilidades entre Estados e entre grupos de opiniões divergentes nas vidas nacionais devem ser substituídas pelo diálogo para se obter concordância na procura de soluções para questões em que é possível bom entendimento na procura de pontos de vista convergentes. Uma solução violenta e agressiva é sempre pior para as partes em litígio do que uma conclusão pacífica entre as partes dialogantes, sem violências, mesmo que alguma das partes considere que o resultado não lhe tenha sido totalmente favorável.

Por exemplo, a Líbia desde o derrube de Muammar Gaddafi, entrou num desatino de crimes violentos que duram há cerca de uma década em que o país tem sido devastado pela guerra e por disputas políticas, étnicas e culturais. Realmente, não é fácil um Governo satisfazer os desejos, ambições e caprichos de cada cidadão, mas, para se manter a colectividade nacional, evitando egoísmos com despesa em material de guerra, provocando mortos e feridos e impedindo a vida normal, trabalhando para um futuro melhor sem perigos de insegurança, é preciso que as partes beligerantes procurem convencer os seus apoiantes a respeitar os que pensam de forma diferente e estabelecer com eles uma forma de vida harmoniosa, procurando soluções de concordância.

Esse esforço traz resultados aceitáveis, sem mortos nem feridos e com um convívio mais agradável e com boas perspectivas de vida merecedora de respeito pelas outras partes da humanidade. Os respeitados heróis nacionais não são os que esbanjam dinheiro em material e os que provocam perdas de vidas, mas os que proporcionam vidas felizes, em harmonia e segurança e com esperança activa em futuro melhor. A ONU deve exercer o melhor esforço em tal sentido, usando todas as formas de mentalizar as pessoas, com prioridade nas gentes mais jovens antes que comecem os vícios da ambição, da inveja e da criminalidade que pode conduzir à violência, na ânsia do poder.

Curiosamente, na homenagem póstuma ao ex-PR angolano José Eduardo dos Santos, sobressaíram, as palavras do Presidente moçambicano, recentemente eleito, Filipe Nyusi ao elogiar a «inspiração» de «reconciliação» que o homenageado sempre evidenciou nos seus 38 anos de Presidente, considerando que tal resultado conciliava os esforços para a harmonia nacional e para um efeito muito útil. Pelo contrário, a discussão e a crítica negativa atrasam as soluções e o desenvolvimento do país.

Coincidindo com este conceito, o MNE português, João Gomes Cravinho, sublinhou que o homenageado, durante a longevidade das suas funções soube estabelecer com todos os PR portugueses, eleitos democraticamente, relações que proporcionaram a proximidade de ambos os povos e, nesse sentido, Portugal deve muito reconhecimento.

Os Estados do Sahel, após o fracasso do apoio francês e da saída da operação Barkhane que lutava contra o extremismo no Sahel contando apenas com a abordagem militar, que foi insuficiente para colocar fim ao problema, terá agora que rever a estratégia, em diálogo com todos os parceiros, comprometidos com a estabilidade e a luta contra o terrorismo islâmico, forçando-os a procurar novas formas de actuação, além da militar.

Os países do Sahel terão de aproveitar a oportunidade de pensar o que deve mudar na luta contra o extremismo a que têm de fazer face. Será uma tarefa colectiva de esforços agressivos de contraterrorismo por parte das forças nacionais, regionais e internacionais, contra a presença destes grupos extremistas que não só se mantiveram no Sahel como se têm expandido, atingindo já os países costeiros a sul, o que revela, na opinião dos analistas, a insuficiência da abordagem militar para colocar fim ao problema.

Será difícil mas uma bênção celestial, que a Humanidade se una na defesa do respeito e da harmonia e paz entre todos os seres humanos à semelhança do que acontece em muitas raças de animais irracionais.


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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A HUMANIDADE PODE SER MAIS FELIZ

http://domirante.blogspot.com/2022/09/a-humanidade-pode-ser-mais-feliz.html

(Public em DIABO nº 2383 de 02-09-2022, pág 16, por António João Soares)

Há sonhadores pessimistas que anunciam desgraças, crimes, egoísmos e outras coisas desagradáveis que, se acontecerem, transformam a vida no planeta como um cenário de trajecto para a extinção da humanidade.

Porém, se há pessimistas destrutivos, as realidades mostram que os sinais contrários também evidenciam que as opiniões opostas também existem e elas podem tornar-se viáveis, dependendo das vontades dos seres humanos e dos impulsos que as suportem, com valores éticos e morais apoiados por muitos dos governantes e condutores do comportamento que lhes quiserem dar a sua ajuda. As notícias, sendo bem interpretadas, convencem que há grande possibilidade de a convivência humana se poder tornar muito mais conforme com os desejos mais positivos

Uma notícia dizia que “duplicaram ocorrências por fogo-posto”, o que leva a concluir que as Forças de Segurança, a Justiça e as autarquias podem controlar estas actividades e aumentar a sua eficácia, no sentido de aplicar sanções que sejam desmotivadoras deste tipo de crimes e dos que com eles estejam relacionados. E quando os criminosos se aperceberem que tal actividade não compensa, passará a haver menos fogos florestais.

Outra notícia que mostra a eficácia das Forças de Segurança diz que “Homem de 65 anos foi apanhado com 108 doses de heroína em Sines”. Mais um caso de eficácia das Forças de Segurança e do seu sistema de trabalho.

Outra notícia sublinha a eficácia da PSP e refere que esta instituição “deteve homem de 34 anos que vendia passaportes falsos”.

Nesta época de altas temperaturas e fortes fogos, surge a notícia “prioridade na Serra da Estrela é estabilizar solos e linhas de água”, o que mostra que há pessoas bem informadas que se interessam por analisar os problemas que afectam o futuro da humanidade e por planear soluções para que haja melhores resultados na procura de boa qualidade de vida.

Nas relações internacionais há quem queira punir governos insensatos, privando os seus habitantes de serem turistas em países que apreciam. Mas há responsáveis pelas relações internacionais que afirmam que o povo não deve ser penalizado nessa liberdade pelo mau comportamento do seu governo. E os países que têm vocação para receber turistas não devem ver reduzidos os resultados dessa actividade.

A notícia de que um despiste de viatura fez duas vítimas mortais vem juntar- -se a muitas outras sobre a insegurança rodoviária de pessoas que perdem a vida por má conduta de automobilistas que não respeitam a segurança das pessoas, colocando-as em perigo de morrerem ou de ficarem gravemente feridas. A Justiça deve ser exercida por forma a defender as vidas das pessoas, punindo os causadores de tais acidentes como ponto de partida para maior rigor no cumprimento das boas normas de condução.

Uma notícia vinda de Angola diz que o culto ecuménico reúne regime e oposição e pede eleições pacíficas, sendo um belo exemplo de solidariedade e patriotismo. A religião deve ser um elo de respeito e de união democrática e não um incentivo a ódios e actos de violência. Começando pelos jovens, o ensino e as actividades culturais devem desenvolver o espírito que permite viver em paz e harmonia, não hostilizando quem pensa de forma diferente, mas de forma aceitável.

O Papa está preocupado com a violência entre facções da Nicarágua e pede um diálogo aberto e sincero para que possam encontrar os fundamentos de uma coexistência respeitosa e pacífica. Se este tema for difundido positivamente a partir das escolas primárias, as pessoas passarão a aceitar e a respeitar aquelas que têm opiniões e competências diferentes. Com estas diferenças, é possível viver em democracia e construir algo de notável para haver mais felicidade. 

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