sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

PAZ E HARMONIA SÃO BÊNÇÃO CELESTIAL

(Pulic em DIABO nº 2347 de 24-12-2021, pág 16 por António João Soares)

O Planeta seria um paraíso se as pessoas respeitassem os direitos dos outros e vivessem sem ambição, inveja ou ódio. Isto existe por vezes de forma exagerada. Na parte Leste da Europa, vive-se uma situação péssima de «contínuas provocações» com sucessivas movimentações militares, as quais podem terminar, por excesso, num conflito armado com resultado de perdas de vidas e de desnecessárias despesas com materiais de que apenas beneficiarão os seus fabricantes.

Se houver respeito pelos outros e a preocupação sincera de fomentar a paz, a harmonia e cooperação recíproca, evitam-se os graves inconvenientes de conflitos armados cujos efeitos, depois de iniciados, se mantêm durante muitos anos, sempre a produzir ódios e desejos de vingança.

Felizmente, já há casos muito louváveis de desenvolvimento de boa vizinhança e harmonia, como o bom entendimento da Espanha com Marrocos na forma civilizada como têm evitado o movimento de entrada de migrantes não autorizados, nos territórios espanhóis ali situados. Com intenção semelhante, a Inglaterra e a França assumem urgência de união para impedir travessias ilegais do Canal da Mancha. Estes casos deviam servir de exemplo a países das margens opostas do Mediterrâneo a fim de poderem defender melhor os seus interesses para a selecção de imigrantes, por forma a que, devidamente controlados, pudessem satisfazer os seus legítimos interesses mútuos.

Mas, infelizmente, além do efeito de ódios antigos e desejos de vingança, para mostrar força e coragem, há casos de fortes potências desejarem ostentar o seu grande poder ofensivo e que, para conquistarem louros, avançam para países fracos necessitados de «ajuda» poderosa, onde pretendem fazer figura, embora quase sempre tenham de sair sem glória. Foram os casos dos Estados Unidos da América no Vietnam, na Somália, no Iraque e, mais recentemente, na Síria e no Afeganistão. E parece que estão com desejo de vir em «ajuda» de países do Leste Europeu com o pretexto de os defenderem da Rússia.

Esta tentação da ostentação de poder de grandes potências constitui uma ameaça para a paz e a harmonia desejável para a Humanidade. Em vez de levarem ajuda moral, social e económica levam estímulo para ódios, rivalidades, desejos de vinganças de que podem resultar guerras demolidoras. Há poucos dias, o Presidente americano encontrou-se com o seu homólogo chinês Xi Jinping e, simultaneamente, mandou navio de guerra transportador de mísseis passar pelo estreito entre a China e Taiwan com o significado de que se trata de um espaço internacional e não propriedade da China, a qual quer considerar Taiwan como parte do seu território. Estas discordâncias fazem parte da contradição que se opõe à conveniência mundial de se construir um ambiente de paz e de harmonia com respeito mútuo pelos justos interesses de cada país, sem prejudicar o desejável bom ambiente global. Mas esta aspiração não é fácil e está minada pela vil ambição, inveja competitiva e desejo de ostentação que se presta a lutas permanentes pela grandeza.

A própria Igreja deve defender que somos todos iguais, irmãos em Cristo e devemos viver pacificamente, com respeito, ajuda e caridade.

Mesmo dentro de cada Estado e em cada instituição pública surgem facções agarradas a pormenores que as tornam diferentes, inconciliáveis e rivais. Isso nota-se nas campanhas eleitorais em que sobressaem as rivalidades entre concorrentes. A paz e a harmonia estariam mais conformes com o espírito convergente de colaboração para a procura de melhores soluções para a qualidade de vida dos cidadãos, para o desenvolvimento da economia e para o engrandecimento social e cultural do País.  


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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

BOAS FESTAS

Desejo a todos os visitantes, seus familiares e amigos, muito BOAS FESTAS, com FELIZ NATAL e uma entrada no 2022 com a esperança de que lhes traga o que de melhor desejarem. E que possam continuar a ter prazer em ser visitantes esta página. Forte abraço. 

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

DEFESA DA CAPACIDADE MENTAL

(Public em DIABO nº 2346 de 17-12-2021, pág 16, por António João Soares)

O neurocientista Michel Desmurget publicou em França em Agosto de 2019 um livro que, desde Outubro, se encontra em Portugal lançado pela Contraponto com o título «A Fábrica dos Cretinos Digitais». O autor deu uma entrevista a Marta F. Reis no jornal i em 03-12-2021, com o total de 5.628 palavras e que merece atenta leitura.  Logo que se referiu à televisão e outros órgãos de comunicação social que se preocupam apenas com ninharias, despertou a minha concordância, que há mais de 20 anos não me deixa perder tempo com tais programas e tenho saudades de quando tinha programas esclarecedores e instrutivos sobre muitos aspectos com interesse para os cidadãos, como os programas sobre agricultura, segurança rodoviária, cultura, literatura, história, etc, etc.

E ele não está só, pois vi há pouco a notícia de que «O Japão formaliza o Novo Sistema Educacional» enquanto a China já tem a funcionar um que vai preparar o futuro de pessoas muito válidas para uma potência que todo o globo admirará.

O entrevistado teve o cuidado de estudar bem a vida em Portugal e faz citações da superficialidade da preparação dos nossos jovens que, segundo o conceito dele, contraria a sua determinação de «combater o “mito” de que a tecnologia está a tornar os “nativos digitais” mais espertos, acredita que não há nada a reescrever e que olhar para o digital como progresso pedagógico é uma “treta”». Essa treta «aproveita “fraquezas” do cérebro para atrair e prender o mais tempo possível os utilizadores». Devido ao esquema em curso, o que as crianças fazem com o digital não interessa realmente para a sua formação nem para a preparação do futuro da sociedade nacional. Na realidade usam os ecrãs para entretenimento, muitas vezes com prejuízo de uma melhor ocupação do tempo de forma útil para cada um e para o ambiente em que se vive. A contenção consequente da pandemia, com a retenção em casa contemplando o ecrã e a prática do ensino à distância, prestam-se à depreciação de uma educação eficiente e com bons resultados.

O actual uso excessivo dos telemóveis tem um efeito que pode comparar-se às drogas em termos de «adição ou alienação».  É frequente verem-se famílias e grupos que, em vez de estarem em convívio e diálogo, muitos estão ausentes e alienados fixos aos seus ecrãs, sem o mínimo aspecto de motivo que possa interessar aos parceiros do grupo. Mesmo que se trate de «adição patológica» e que se considere que afecta apenas 1 ou 3% das crianças, isso já representa milhões de crianças em todo o mundo o que já é preocupante e essa percentagem sobe com o tempo e a idade.

Manter o cérebro activo constitui o principal meio de adiar o envelhecimento, bem como as boas relações familiares e de amizade, e ter uma actividade com interesse para a sociedade, com respeito a regras de ética, de moral e de transparência, bem como o exercício físico que acciona músculos que, tal como o cérebro, precisam de funcionar senão estiolam e deixam de cumprir as suas funções. Ora, o mau uso continuado do «ecrã» produz esse efeito no cérebro, tal como as drogas em termos de adição e alienação, podendo chegar a aspectos patológicos de difícil recuperação.

As televisões e as redes sociais, para ocuparem o tempo com o máximo de clientes abusam de programas atractivos muitas vezes contrários aos desejáveis efeitos da melhor formação ética e social e tornando-os chamariz de crianças que acabam por lhes dedicar mais tempo do que aquele que aplicam nos temas e trabalhos escolares. Assim aparecem os cretinos digitais, para quem o emprego ideal é aquele em que tudo se resolve com um toque no botão.


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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A COMPLEXIDADE OBRIGA A PENSAR

(Public em DIABO nº 2345 de 10-12-2021, pág 16, por António João Soares)

A realidade da humanidade actual obriga a pensar, mas as pessoas detestam esse «trabalho» e deixam-se arrastar pelas publicidades, para coisas menos significativas de que abusam as autoridades apoiadas numa comunicação social que deixou de ser educativa e instrutiva para, servilmente, obedecer aos poderes políticos e não deixar as pessoas de inteligência mediana e coragem reduzida observar as realidades e os exageros insensatos a que são submetidas.

Quando surgiu o primeiro surto do covid-19, cedo se passou a falar de pandemia e sem se analisarem as acções humanas que o estavam a causar.  No Jornal Observador de 24 de Abril de 2020, perante as primeiras decisões do Governo, para fazer face à crise, que foram de um exagero que causou muitos danos na economia e na saúde mental de muita gente, a médica Margarida Abreu, no artigo «a pandemia do medo» definiu bem a crise em que nos meteram e que, com a «manipulação massiva da opinião pública pela comunicação social, se instalou a pandemia do medo, a maior pandemia de que há memória». O isolamento a que a humanidade foi sujeita, com os aviões colocados em terra e as pessoas fechadas em casa, o mundo parou.

O aparecimento de pseudociência indiscriminadamente veiculada, pelos inúmeros jovens pseudo-especialistas de tudo, que existem nas redes sociais, contribuíram ativamente para a situação perniciosa em que nos encontramos hoje.

E quando os detentores do poder tomaram consciência do exagero e aliviaram a repressão já as pessoas tinham perdido a noção dos cuidados a tomar pessoalmente para se protegerem e exageraram na euforia da liberdade. Entretanto, foram perdidos valores no respeito entre as pessoas, devido aos desequilíbrios da abalada saúde psíquica, e aumentou brutalmente a criminalidade quer doméstica quer social. Tem sido mais dramática como se vê na insegurança rodoviária, na pedofilia, etc.

E, aos primeiros sinais de nova variação do vírus, em vez de, ponderadamente, se estudar as suas características para de forma adequada se proceder à defesa das pessoas que dele podem ser vítimas, decidem repetir de forma parecida o já experimentado no início, ao prazer dos fabricantes de máscaras e de vacinas mais sofisticadas.

Mas há pessoas atentas que devem ser ouvidas. Uma falou sobre o perigo para a humanidade do exagerado aumento das radiações electromagnéticas que são nefastas para a vida e passaram os limites do razoável, ao ponto de hoje ninguém lhes pensar pôr travão porque o vício das tecnologias as torna indispensáveis! Mas a experiência de mais de um século mostra que sempre que há um aumento das radiações, o mundo tem sofrido os efeitos de uma epidemia. Esse tipo de poluição do espaço provoca a reacção natural dos astros da «Cintura de Van Allen» e surge aquilo que vem sendo denominado como «alterações climáticas.

Não é por acaso que os escritores de língua portuguesa Mia Couto e José Eduardo Agualusa publicaram no «Jornal i» de 28 de Novembro de 2021 o texto «Duas pandemias?». Segundo eles, em vez de o mundo mais desenvolvido agradecer a Moçambique e outros países pobres da África do Sul o aviso que deram ao mundo de novos casos de infecção por um novo e mais perigoso surto de Covid-19 e ajudá-los a tomar medidas adequadas para resistirem aos seus efeitos, «os governos europeus viraram costas e fecharam-se sobre os seus próprios assuntos». Seria mais humano, generoso e louvável que ajudassem a enfrentar a situação começando, por exemplo, a oferecer-se para trabalhar juntos com os africanos no combate ao novo surto, procurando travar os seus efeitos generalizados e evitar que se torne mundial, como tem acontecido com os surtos anteriores.


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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O FUTURO EXIGE PREPARAÇÃO

(Public em DIABO nº 2344 de 03-12-2021, pág 16, Por António João Soares)

Governar um Estado ou gerir uma instituição ou uma empresa exige sentido de responsabilidade e permanente preocupação com as horas, os dias e os anos seguintes, isto é, com o futuro. Para isso, tem que haver o mais perfeito conhecimento da realidade actual, a análise das condições vigentes, o estudo dos condicionamentos existentes e o planeamento e preparação da evolução. Para tal evoluir da melhor forma, é indispensável que cada responsável tenha capacidade, personalidade, moralidade, coragem, para melhor decidir a evolução mais adequada com vista aos objectivos pretendidos e adequados e não se limitar a deixar «andar e virar as costas à realidade». 

E para se retribuir a boa colaboração e a dedicação das pessoas, deve haver por elas muito respeito, em todos os aspectos. Por exemplo, a justiça social deve funcionar reduzindo adequadamente as situações de carência, de pobreza e dando o apoio necessário em condições oportunas. O Estado deve estar atento às necessidades de melhoramentos na estrutura dos impostos, na contenção das despesas públicas que devem ser contidas dentro das possibilidades dos contribuintes e orientadas para o interesse nacional de crescimento e desenvolvimento da economia, o funcionamento da Justiça, da Saúde, da Defesa Nacional, da Segurança Interna, etc. Isto sem desprezar a eliminação da corrupção e outras manigâncias que, directa ou indirectamente, lesam os interesses dos contribuintes e o desenvolvimento financeiro do país.

Hoje, que tanto se fala na defesa do ambiente, com o título de «alterações climáticas», é imperativo que se convidem cientistas para sugerirem medidas que protejam a atmosfera dos diferentes tipos de poluição, não apenas dos gases tóxicos dos combustíveis, mas também dos inconvenientes das radiações electromagnéticas que, nos anos mais recentes, têm aumentado exageradamente em inúmeras inovações de aparelhos usados muitas vezes para fins dispensáveis, e que quando esses aumentos são mais rápidos, ocasionam perturbações na área sensível da «Cintura de Van Allen» que, pela sua função natural, causam perturbações climáticas.

Para que a vida no Planeta tenha um futuro previsível, são exigidos cuidados especiais na preparação deste, nos mais diversos aspectos, porque a Natureza não gosta de sobressaltos. Como todas as pessoas influenciam esse futuro, deve ser difundida a todas, a necessária informação das medidas aconselhadas pelos cientistas credenciados. Mas não basta dispor da informação correcta, é preciso cuidar da motivação no cuidado permanente de respeitar a adopção regular e adequada das medidasaconselhadas. Qualquer comunicação sobre os cuidados a cumprir tem que ser clara e virada para a acção conveniente. Na sua difusão deve ser evitado o facilitismo e a fantasia, e usado o maior rigor e total clareza.

Por exemplo, para fazer face à actual quinta vaga da pandemia, estão a ser aconselhados cinco conselhos fundamentais: vacinação, promoção da qualidade do ar interior do espaço de vida e de trabalho, respeitar as distâncias entre pessoas, usar a máscara facial e praticar a testagem frequente.

Para se preparar o futuro de um país, é vantajoso um regime democrático com liberdade de opinião, mas em que tal liberdade não seja levada à crítica destrutiva de tudo com que se discorda, mas pelo contrário, se use uma crítica construtiva e devidamente argumentada que resulte em sugestões e propostas merecedoras de análise e possível aproveitamento com vantagem para o desenvolvimento do país e da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Ir para a rua aos gritos a denegrir tudo e todos e insultar aqueles que têm ideias mesmo sem demonstrarem que são inconvenientes, não é sinal de educação, de civilidade e em nada contribui para um futuro mais desejável.

 Quem tem soluções mais adequadas e mais construtivas de um melhor futuro nacional, deve alinhar um texto bem argumentado por forma a ser devidamente lido e apreciado pelas pessoas que têm poder de decisão sobre o assunto. Pode vir a ser aprovado.

 

 


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