quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Mortes na estrada continuam

O bloguista «Mentiroso» deve estar muito pesaroso por, depois do seu alerta no blog Mentira a favor de uma condução segura na férias, ter de enfrentar a estupidez e insensatez dos condutores que originam as notícias trágicas de acidentes.

As mais recentes dizem que os acidentes de viação nas estradas de Portugal continental provocaram 14 mortos, 54 feridos graves e 702 feridos ligeiros na semana passada, segundo dados revelados esta terça-feira pela Direcção-Geral de Viação (DGV).
A PSP registou 13 mortos, 40 feridos graves e 500 feridos leves.
A GNR, contabilizou um morto, 14 feridos graves e 202 feridos ligeiros.

Esta foi uma semana atípica, uma vez que a GNR costuma registar maior número de vítimas.

Desde o início do ano, os acidentes de viação provocaram 551 mortos, tantos como em igual período do ano passado. O número de feridos graves e ligeiros registaram quebras de 311 e 876, para 2.070 e 28.167, respectivamente.

Podem cobrir a cara de vergonha os governantes e os legisladores que há décadas, a pretexto de acabar com esta tragédia, têm feito sucessivas alterações ao Código das Estradas, como se a causa e o remédio desta desgraça que enluta tantas famílias, por vezes em momentos festivos que era esperado serem de felicidade, estivesse na legislação e no valor de multas e cóimas, numa atitude sadicamente restritiva e repressiva.

Ninguém lê o código, nem ele é acessível à maioria da população. Talvez valesse a pena os responsáveis procurarem pensar analisar outros factores da tragédia, como a sinalização irreal das estradas, que serve mais para enganar e fazer caça à multa do que para ajudar a segurança dos utentes e olhar para a forma mais eficaz de suprir a ignorância, insensatez e falta de civismo dos condutores, através de um policiamento mais frequente e rigoroso. A eficácia do policiamento passa fundamentalmente pelas atitudes posteriores dos tribunais que não punem de forma «educativa» os homicidas por negligência que abundam nas estradas. A acção conjunta do sistema polícia-tribunal tem que ser rápida e eficiente quanto a resultados dissuasores a longo prazo.

Quanto a sinalização, já aqui dissemos que sinais incoerentes e exageradamente restritivos são convite a ser desrespeitados eles e todos os outros. Mas, se um dia surgir um sinal verdadeiro, haverá aí acidentes porque o condutor, ao ver 30 pensa, baseado na experiência, que pode circular a 60 ou mais e despista-se. Quem coloca os sinais deve ter maior sentido das responsabilidades. Já aqui referi a existência de um de 30 num troço que pode ser percorrido a 70 sem qualquer perigo.

2 comentários:

Fly disse...

E será que alguma vez pensaram efectivamente em acabar com os acidentes nas estradas?
´Só que implementassem a medida de ser obrigatório andar de médios ligados durante o dia, de certeza que muitos dos acidentes que acontecem, muitas vezes porque devido às cores escuras os automóveis parecem autenticos camaleões das estradas, como ia dizendo muitos dos choques frontais não aconteceriam porque o outro automóvel seria mais facilmente visualizado.
E não era preciso andarem na caça à multa da forma como andam sem resolver o problema, apenas lixando o povo e a encher os bolsos de alguns.

abraço

A. João Soares disse...

Meu caro,
Sou muito prudente na condução e, há umas décadas, ia chocando de frente ao alvorecer, com um carro que trazia avariado o farol esquerdo. Pensei que era uma mota e a minha sorte foi ter deixado muito espaço à mota, porque como gosto de motas tenho muito respeito pelos utentes das duas rodas.
Essa avaria é muito frequente. E as polícias deviam estar mais atentas a isso.
Andar sempre de faróis acesos é uma medida sensata. Devia ser obrigatório.
Mas o problema é muito complexo e não há apenas uma medida milagrosa.
Abraços