segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Balanço bloguista

Ao terminar o ano de 2007, é momento para fazer uma «revisão da matéria», um balanço da actividade, olhando para aquilo que se passou, a sensação que fica e as lições a retirar para 2008. E, deste resumo de balanço, não vou aqui ocupar muito espaço com um relatório circunstanciado e completo, mas apenas sublinhar alguns aspectos gerais. Este blog publicou 669 posts e, desde 26 de Maio, teve 7.071 visitantes

Não posso deixar de começar por agradecer a atenção que me foi dada pelos muitos visitantes que tiveram a curiosidade de olhar para os escritos aqui publicados, deixando, em muitos casos, comentários de grande elevação que dão aos temas uma maior dimensão em amplitude e profundidade, enriquecendo-os de forma acentuada por lhes acrescentarem visões de diferentes ópticas. Pretendi sempre analisar factos e ideias, de forma imparcial e isenta e evitar ataques pessoais a quem quer que seja, tendo sempre como pano de fundo o País e a Humanidade, cujo bem-estar merece ser melhorado. Nunca procurei impor a minha opinião e respondi sempre com serenidade e delicadeza mesmo aos comentários menos suaves. Ao País e ao mundo apenas interessa, efectivamente, a opinião de pessoas que tenham poder de acção ou de influência em qualquer sentido.

Dispersei-me por quatro blogs colectivos e pelos meus dois blogs pessoais, dando a um o papel de depositário de todos os posts colocados nos outros cinco.

Nem tudo tem sido agradável, salientando-se as intervenções no espaço destinado a comentários completamente alheias ao tema do post e que, umas vezes, se limitavam a «olá, bom fim-de-semana», outras vezes, consistiram na colagem de extensos textos completamente alheios aos temas, nada contribuindo para a melhor compreensão do assunto, e deixando a dúvida sobre a intenção de terem ali sido colocados e não em blog do comentador.

Deixo aqui o meu público agradecimento aos visitantes e, principalmente, aos comentadores, para os quais procuro fazer o melhor que sei e posso. Desejo a todos um ano de 2008 com os melhores êxitos nas suas vidas privadas e profissionais. Contribuirei para que o espírito de Natal perdure durante todo o 2008.

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Exemplo para os nossos governantes

O ministro do Interior da Croácia, Ivika Kirin, demitiu-se no sábado, depois de terem sido publicadas fotos comprometedoras. Trata-se de fotos de caça em que está próximo do general na reserva Mladen Markac junto de um javali abatido. O general, de 52 anos, é acusado da matança de dezenas de sérvios em 1995 e o seu regresso à Holanda tinha sido ordenado pelo tribunal de crimes de guerra da ONU, por violação das condições para a sua libertação, em 2004, enquanto aguarda julgamento por assassínio, actos desumanos e tratamentos cruéis. Na sequência destas fotos, foi detido no sábado na sua residência em Zagreb e encontra-se preso, segundo disse o porta-voz da Polícia, Krunoslav Borovec.

O Ministério de Ivika Kirin é o responsável por controlar as movimentações de Markac, a quem tinha sido determinado que não poderia deixar Zagreb sem autorização, pelo que o ministro ficou em falso e apresentou desculpas pelo incidente em carta enviada ao primeiro-ministro, Ivo Sanader.

Entre nós há, casos que fragilizam a imagem de governantes mas estes não tomam atitudes como esta (excepção a Jorge Coelho, António Vitorino e pouco mais). Fala-se sempre em responsabilidade política, mas ninguém sabe exactamente o que isso significa por que nada se torna visível. Nem sequer foram vistos os camelos do deserto da margem Sul do Tejo!

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Palavras de político!!!

"Antes pelo contrário"
Por Manuel António Pina

O "reality show" BCP não me despertou o mínimo interesse. As entranhas do poder e do dinheiro são sempre um espectáculo pouco edificante, e a maior parte do que veio nos jornais sobre o caso só se lia com a mão no nariz (posição incómoda, que obriga a acrobacias impossíveis para virar as páginas e segurar o jornal ao mesmo tempo).

Depois, a pequena História de todas as épocas abunda em episódios feios, porcos e maus muito mais excitantes, além de que, quanto a baixa intriga, os "policiais" de John Grisham são preferíveis aos jornais económicos.

E que importa aos portugueses que o BCP ou a CGD fiquem nas mãos do PS, do PSD, do Opus Dei ou da Maçonaria? Como o poeta diz, "acaso o nosso destino, tac, vai mudar?" Não usam todos a mesma água de colónia?, não vestem os mesmos fatos e põem as mesmas gravatas? Se o PS "se felicitou", o PSD "se congratulou" e o CDS "elogiou", quem somos nós para nos metermos no assunto?

Sobraria (se sobrasse) para a posteridade o contributo do porta-voz do PS, Vitalino Canas, para o capítulo V da "Psicopatologia da vida quotidiana" de Freud "O PS não tem, nunca teve nem vai ter qualquer influência no BCP. Antes pelo contrário". O "antes pelo contrário" daria uma tese. Mas quem perde hoje tempo com o que diz um político?

NOTA: Embora tenha sido «agredido» por um internauta conhecido pelo facto de fazer aqui várias referências a textos do DN e do JN, não deixei passar este interessante artigo do JN. Cada um tem a liberdade de consultar aquilo que tem mais à mão, sem ter de ser criticado.
É certo que esse internauta parece ser indivíduo formatado num esquema bastante rígido, um estereótipo fora de moda, sem ter bem digerido os conceitos e sem ter muitas ideias nem facilidade de as relacionar com outras, de argumentar e de compreender que cada facto pode ser visto por várias ópticas e que, por isso, segue à risca o dogma de outrora de que quem não pensa de acordo com o seu esquema é comuna. Não o sou, mas respeito quem é capaz de pensar com liberdade e inteligência, independentemente da sua cor política, religiosa, profissional ou social.

Acho que devemos aceitar a diferença, ser tolerantes para as liberdades dos outros, isto é, dos diferentes. Mesmo os nossos piores inimigos, quando são inteligentes, têm motivos para agir como agem e nós devemos procurar compreendê-los, até para deles nos defendermos. Napoleão respeitava o adversário.
Votos de Bom Ano para os companheiros bloguistas e para todo o ser humano, em geral

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domingo, 30 de dezembro de 2007

Ser feliz resulta da inteligência prática

Não me julguem petulante ao ponto de querer dar-vos conselhos! Encontrei este lindo texto num anexo em Power Point que achei maravilhoso e quis partilhar convosco. Aplica-se a todas as idades, não é só para idosos, como eu !!!

Dona Maria era uma senhora de 92 anos, elegante, bem vestida e penteada. Estava de mudança para uma casa de repouso pois o marido com quem vivera 70 anos, havia morrido e ela ficara só.

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. A caminho da sua nova morada, a atendente ia descrevendo o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas de chintz florido que enfeitavam a janela. Ah! Eu adoro essas cortinas – disse ela com entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Mas a senhora ainda nem viu o quarto...
Nem preciso ver – respondeu ela. Felicidade é uma decisão que tomo todo dia quando acordo. E eu já decidi que vou adorar!É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe... Tenho duas escolhas: posso passar o dia inteiro na cama contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos abrirem, vou focalizá-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida.

A velhice é como uma conta bancária. Você só retira daquilo que você guardou. Portanto, lhe aconselho depositar um monte de alegria e felicidade na sua Conta de Lembranças. E como você vê, eu ainda continuo depositando.

Agora, se me permite, gostaria de lhe dar uma receita:

1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.
2. Dê preferência aos amigos alegres. Os “baixo astral” puxam você para baixo.
3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do Mal. E o nome do mal é Alzheimer.
4. Curta coisas simples.
5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.
6. Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO enquanto você viver.
7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta. Pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.
8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se estiver instável, melhore-a. Se estiver abaixo desse nível, peça ajuda.
9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
10. Diga a quem você ama, que você realmente o ama, em todas as oportunidades.

E lembre-se sempre que: A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego...
De tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade!

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Diferença e liberdade individual

Não se preocupem com os pensamentos dos outros; preocupem-se com os vossos pensamentos. São as vossas ideias que condicionam a vossa vida. Não quer dizer que elas tenham de ser originais, mas têm que ser conscientemente aceites e adoptadas por vós.

O maior mal do nosso País deriva de a maior parte das pessoas não pensar e esperar que os outros pensem por ela. Com efeito, cada um tem uma responsabilidade inalienável, tem que pensar e decidir, por si, sobre múltiplos aspectos da sua própria vida e da sociedade a que pertence.

Porém, os perigos espreitam a cada passo, porque passividade, o conformismo, o comodismo da grande maioria, corre o risco de ser explorado por uns quantos que se consideram detentores únicos da verdade e do bom senso indiscutíveis e pretendem impor-se aos outros. Procuram a massificação das mentes, usando a acção psicológica e a lavagem ao cérebro, mesmo que disso pouco compreendam, a que os mais débeis de espírito podem acabar por sucumbir. Não aceitam nem toleram a diferença e hostilizam com a maior desfaçatez qualquer visão dos factos que não coincida com a deles.

Não interessa em que sector social se localizem, porque em qualquer ponto onde pisem são socialmente perigosos. Temos que estar atentos e o mais esclarecidos possível, porque alguns não se evidenciam facilmente, cobrindo-se com uma capa de tolerantes, compreensivos, generosos e apoiantes dos diferentes. Mas apenas o são para algumas diferenças, sendo irredutíveis carrascos para quem tenha uma forma diferente de ver o mundo e de considerar todo o ser humano como pessoa, com igualdade de deveres e de direitos. A melhor defesa é estarmos esclarecidos e sabermos pensar pela nossa própria cabeça sem cairmos em qualquer conto de vigário vendido por vendedores de banha de cobra.

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sábado, 29 de dezembro de 2007

Vamos apertar mais o cinto

Nem tudo o que se passa na economia do País depende do Governo, mas é consensual de que o défice orçamental nas contas do Estado se deve a má gestão dos dinheiros públicos, à incompetência dos governantes. E desses erros acumulados resulta o aperto de cinto que temos vindo a sofrer. Quando digo «temos», refiro-me aos portugueses que no sector Público ou no privado vivem de salários controlados, que não esticam. Porque os outros, começando pelos políticos, não só não sofrem essas restrições como até se aproveitam delas para usufruírem de mais benefícios acumuláveis com os que já tinham.

O salário mínimo nacional (SMN) aumentou 5,7% do que ninguém discorda. Aceita-se que tal aumento não pode ser extensivo a todos os salários da função pública, que serve de referência para o sector privado, por tal não ser permitido pela capacidade de criar riqueza por parte do conjunto das forças produtivas. Houve da parte dos governantes o cuidado de desligar este aumento das outras despesas sociais, a que o seu valor servia de referencial.

Mas os mesmos governantes não se esqueceram, não se distraíram, de garantir os interesses dos partidos, mantendo o financiamento público dos partidos parlamentares amarrado ao SMN. Não se coloca a questão de os cidadãos deverem ajudar a financiar os partidos políticos, que são uma característica da instituição democrática. Porém, não é ético nem moral que os partidos se excluam do esforço dos cidadãos para o saneamento financeiro do Estado. Se aceitassem um aumento correspondente aos 2,1% do aumento dos salários públicos, em vez dos 5,7% (mais do dobro da inflação), a diferença não seria muito grande para o seu volume de negócios, pois, em vez de um aumento de 863 mil euros, em 2008 (com o SMN), receberiam 363 mil. Essa poupança de meio milhão de euros teria apenas valor simbólico nas despesas públicas, mas colheria altos dividendos em termos de cidadania. Teria grande efeito na opinião pública em relação ao conceito em que são inseridos os políticos como sugadores do dinheiro dos impostos.

Entretanto, os pensionistas reformados e os funcionários públicos que, há anos, não recebem aumentos e aqueles que têm visto o salário subir menos do que a inflação deparam-se com o sucessivo aumento do custo de vida e a consequente redução do poder de compra, como fica bem patente nos artigos de jornal a seguir linkados.

Alimentos e gasolina mais caros em 2008
Para que servem os bons exemplos
Subvenções aos partidos sobem dobro da inflação
Aumentos limitados à inflação para quase todos os reformados
Pão aumenta até 20% em 2008
Juros da casa a subir desde há dois anos
Viajar de Lisboa ao Porto custará mais 0,55 euros

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O mundo estará doente?

O assassinato de Benazir Bhutto é um indicador do estado de doença do Mundo actual, suscitando reflexões atentas de vários pontos de vista, sem preconceitos nem paixões.

Não me refiro propriamente à violência da morte, porque este não é o primeiro caso nem, infelizmente, será o último. Ela era uma rival do Poder actual, mas John Kennedy, Indira Ghandi e Anuar Sadat eram o próprio Poder e foram abatidos. No Iraque e em Israel e Palestina tem havido atentados com violência semelhante.

Também não é por se tratar de uma mulher bonita que o facto é chocante, porque tal predicado, dada a forma como ostentava a beleza e o baton, constituía uma provocação numa região em que as mulheres vivem embiocadas ou, no mínimo, discretas.

Mas há outros aspectos mais relacionados com a comunidade internacional que exigem reflexão. O Paquistão dispõe de armas nucleares, para o que dispõe da amizade e compreensão da super-potência EUA. Estas armas constituem um grande risco para a paz mundial por se tratar de um Estado muito instável em que o poder tem mudado de mãos na sequência de atentados e golpes de Estado. Perante este facto e o consentimento dos EUA, ficamos sem saber qual a razão de a super-potência ter receio de tais armas nas mãos do Irão, um Estado com muito longa história de que se orgulha e com uma apreciável estabilidade governativa. De entre os dois vizinhos, tais armas representariam menos perigo no Irão.

E quanto a estes apetrechos de guerra, ainda está na nossa memória a recente ameaça de confrontação com a Índia, com deslocações recíprocas de mísseis para a proximidade da fronteira, devido a atritos surgidos na Caxemira. Dois países vizinhos, que foram irmãos, como colónias da Grã-Bretanha, ambos com tais armas, mas em que a Índia merece mais confiança pela sua serenidade e estabilidade política e estratégica.

E, ao referir a Caxemira, ressalta o referendo prometido pela ONU em 1947 (há 60 anos!) e ainda não efectuado. Fica a dúvida. Qual o real poder da ONU? Para que serve a ONU além do circo diplomático de vaidades todos os anos em Setembro? E a Al-Qaeda? Parece que em 2001 (há seis anos!) os EUA queriam acabar com ela e, com esse pretexto, têm feito grandes gastos no Afeganistão e convencido outros países a colaborar nos custos – um dos quais Portugal – causando muitas destruições, baixas humanas e prejuízos na qualidade de vida das populações sobreviventes. E, além destes custos e inconvenientes, qual o benefício de tais acções a não ser os dos fabricantes de armamentos?

De todas as reflexões que possam ser desenvolvidas, qual o aspecto positivo para a esperança de paz e harmonia no futuro daquela região e do mundo? Que réstia de optimismo poderá romper através das trevas que envolvem as relações internacionais e as capacidades dos seus agentes? Que palavra tranquilizante pode ser dita a um ser pensante ávido de serenidade e bem-estar que queira confiar no bom senso dos políticos mundiais?

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Ministro da saúde de parabéns???

Está prometida, para amanhã, a inauguração da centésima Unidade de Saúde Familiar (USF) no Centro de Saúde de Vila do Conde, pelo ministro da Saúde.

Certamente, irão ser pronunciados discursos muito belos e optimistas, dentro da estratégia de auto-elogio recentemente iniciada, autêntica propaganda balofa, como já é costume.

O Jornal de Notícias recorda que a meta das cem USF tinha sido inicialmente marcada para Dezembro de 2006 e já decorreu um ano, mas, quanto a isso, o ministro não irá apresentar desculpas aos cidadãos.

Com estas cem unidades já a funcionar, o Governo prevê ter reduzido de 750 mil para 525 mil o número de portugueses sem médico de família, isto é apenas uma redução de apenas 30%, menos de um terço, dos portugueses sem este fundamental apoio de saúde. Será este pequeno acréscimo, motivo de parabéns ao ministro? Será este atraso de um ano na concretização de um objectivo tão ridiculamente pequeno motivo de parabéns? Será esta inauguração, nestas condições, justificativa de discursos optimistas?

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Não podemos acreditar em nada!!!

No artigo do Jornal de Notícias com o título Mitos médicos desmontados pela ciência, da autoria de Helena Norte, é lançado o alerta oriundo do British Medical Journal (www.bmj.com) contra determinados mitos com que temos sido bombardeados insistentemente.

São disto exemplos «beber oito copos de água faz bem à saúde» ou «apenas usamos 10% do nosso cérebro» ou «ler com luz fraca prejudica a visão» ou «cortar cabelo faz com que cresça mais forte».

Segundo o BMJ, apesar de os médicos procurarem convencer os seus clientes destas «verdades», elas carecem de fundamento científico.

Os autores desmontam algumas crenças comuns a partir da evidência científica existente, com o objectivo de alertar os médicos para a necessidade de questionarem as suas convicções e práticas.

A ingestão excessiva de água pode ser perigosa para a saúde. Segundo a mais moderna imagiologia, tanto de cérebros normais como lesionados, mostram que não há qualquer área do nosso encéfalo que esteja completamente adormecida ou inactiva. A baixa luminosidade cria a sensação de dificuldade de focagem e obriga a um esforço maior, mas os efeitos negativos são temporários e é muito pouco provável que causem alterações permanentes na estrutura do olho. Os estudos que procuraram correlacionar o corte do cabelo com a espessura e a rapidez com que renasce demonstraram que não existe qualquer ligação.

Para mais informação, pode ser lido o artigo referido ou o BMJ de que se indica o acesso.

Tira-se a conclusão de que devemos pôr em causa toda a informação que nos chega, comparando com outras origens, principalmente as ligadas a centros científicos ou publicações com credibilidade. Já vi na TV um médico dizer que o melhor óleo alimentar era o de girassol e, alguns anos mais tarde vir afirmar com o mesmo ar doutoral que o melhor óleo é o azeite. A mesma pessoa, movida pelo dinheiro dos contratos, não teve escrúpulos de invocar a ciência que o seu diploma lhe outorgava para nos enganar, de uma das vezes ou das duas.

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Dinheiro e Poder

Tornou-se vulgar ouvir dizer que ter dinheiro significa ter poder. É uma verdade indiscutível sabendo nós que numa sociedade neoliberal como a que se está a criar, tudo gira em torno do dinheiro e do lucro.

Há quem diga que o neoliberalismo pode conviver com uma sociedade com princípios e ética, contudo a prática vem desmentindo essa tese.

A crise no maior banco privado do país veio trazer à baila a ambição e a hipocrisia que grassa no sistema político nacional. Durante meses as autoridades de supervisão nada disseram, como nada se estivesse a passar, até que alguém decidiu falar alto e lá se mexeu no assunto. A ocasião escolhida, a quadra do Natal, não terá sido apenas uma coincidência, para muitos entendidos, porque quase todos concordam que nesta época o assunto não toma proporções que afectem mais profundamente os negócios da instituição.

Se os problemas do BCP, são apenas assuntos de gestão, a intromissão dos políticos nesta matéria começam a mostrar o que se suspeitava, e dizia à boca pequena, que existe uma grande promiscuidade entre o poder económico e o poder político. A guerra de palavras, com acusações mútuas, entre o PS e o PSD, sobre as personalidades que irão ficar à frente dos destinos do BCP e da CGD, deixa à vista de todos a luta pelo poder e o modo como esta se processa. Nunca como agora, tinham ficado tão claros os métodos utilizados por quem dirige os nossos partidos políticos.

Transcrição do blog Zé Povinho http://pinderico.blogspot.com/

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Polícia, o Pai Natal do Governo

Segundo notícia do DN de hoje, a PSP, apenas em Lisboa, desde Janeiro até à semana passada, «recolheu» em operações «stop» a considerável verba de 3,2 milhões de euros,
os quais terão o seguinte destino: Estado (40%), entidade fiscalizadora (30%), Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (20%) e governo civil (10%). Por estes resultados, o Estado deve estar muito reconhecido e satisfeito com o trabalho dos polícias.

A polícia cumpre a sua missão. Mas se os políticos que deviam superintender na segurança dos cidadãos tivessem uma visão esclarecida e completa do fenómeno, não assentariam apenas na polícia a solução destes problemas, porque a segurança resulta mais da prevenção (evitar infracções) do que da repressão. E a prevenção assenta no civismo, na educação, no comportamento.

E quanto a alterar os comportamentos na via pública, com respeito pelos outros utentes, o que têm feito as entidades beneficiadas com o resultado das penalizações às infracções ao Código da Estrada? Na realidade, se algo pensam ter feito, não fizeram o necessário e o conveniente, porque os resultados como aqui se diz são desastrosos, pois o número de vítimas mortais da sinistralidade rodoviária registado este ano até à véspera de Natal é de 838, tendo apenas na semana passada morrido, nas estradas portuguesas, 14 pessoas. Só no domingo - o terceiro da "Operação Natal 2007" da Brigada de Trânsito (BT) da Guarda Nacional Republicana (GNR) - foram anotados quatro mortos, 12 feridos graves e 104 feridos ligeiros. Desde sexta-feira - o primeiro dia da operação - a BT somou nove óbitos. Será que essas entidades estão satisfeitas por estes resultados da actividade que desenvolvem com o dinheiro das multas e coimas?

Até parece que os legisladores tudo complicam no sentido de esta colheita feita pelas polícias não vir a ser diminuída. Tal quantidade de milhões não é desprezável. E como nas áreas do Poder os euros são tratados como deuses, poderemos continuar com estas estatísticas aterrorizadoras.

Quando será que os governantes começarão a olhar para o País como um conjunto de cerca de 10 milhões de pessoas? Quando será que passarão a analisar os problemas pelo lado das suas repercussões nas vidas destas pessoas? Oxalá não demorem muito. Já demoraram tempo demais.

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A política e o ilusionismo

Transcrição de artigo do JN
O "lifting" nacional
Por Manuel António Pina, jornalista do JN

Com uma campanha de três milhões comprada a uma agência de publicidade, o Governo quer apagar - vem no texto de apresentação da campanha - a imagem de "subdesenvolvimento, iliteracia, corrupção e recorrentes indicadores estatísticos de miséria" de Portugal.

O ministro da Economia é um "homme du monde" e, para milagres, não vai ao Professor Karamba, vai a uma agência de publicidade. Em vez do "Abracadabra!" do Professor, a agência pronuncia as palavras mágicas "West Coast of Europe" e o país transforma-se de um momento para o outro, em (ainda a crer no texto de apresentação da campanha) "surf, qualidade de vida, Hollywood, criatividade, entretenimento, Los Angeles, S. Francisco, Las Vegas, Silicon Valley".

Para o "lifting" nacional ser total, a agência usou imaginosamente, em vez de Amália, uma foto de Marisa, em vez de Eusébio, Mourinho e Cristiano Ronaldo (só falta a nova basílica para a trilogia Fado, Futebol & Fátima ficar completa).

A agência quis ainda (não é invenção do cronista, quis mesmo!) mudar a bandeira, pois isso constituiria um "evento mundial" maior do que, coisa banal, acabar com a iliteracia, a corrupção e a miséria, mas o ministro hesitou. A bandeira ficará para depois. Para quando Tony Carreira acabar de escrever o novo hino.

NOTA: São tradicionais as anedotas de loiras de cabeça oca e a estas são atribuídas as fantasias ilusionistas dos silicones e dos «liftings». Tácticas do «faz-de-conta» da ostentação de imagens fictícias para ocultar a realidade das rugas e dos sinais de feiura ou fealdade. Tudo virtual para iludir os menos atentos, os mais ignorantes. É a táctica do aldrabão que, para vender o carro velho, mete serradura no cárter do motor para evitar os ruídos causados pelas folgas. Agora, vemos que os políticos querem inscrever-se no mesmo rol de pessoas menos sensatas. Lá diz o velhote: meu rapaz, nunca compres um carro usado a um político!

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terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Lição da China contra a desertificação

Segundo notícia do Diário Económico, Pequim decidiu fomentar o consumo nas áreas mais atrasadas do país, financiando parte da compra de 197 tipos de electrodomésticos para os cerca de 700 milhões de camponeses. Os electrodomésticos financiados, na primeira fase, contemplam televisores a cores e telefones móveis, mas está planeada a extensão a outros tipos.

O que se pretende é "dar mais benefícios aos camponeses e desviar uma maior fatia do orçamento de activos fixos para o do sector do consumo».

É uma preocupação de reduzir as diferenças do nível de vida entre o litoral e o interior, tendo sempre como interesse permanente, o desenvolvimento geral do País cujo PIB tem subido a um ritmo exemplar que está a projectar a China para um lugar cimeiro como potência mundial.

A notícia nada tem de inesperado, dado o bom senso que ali tem existido para evitar a implosão que muitos esperavam a seguir ao que se passou na queda da União Soviética. Mas, constitui uma lição a seguir pelos obtusos estrategistas do nosso Governo que, em sentido oposto, têm fechado todos os apoios ao interior - encerramento de maternidades, de urgências, de centros de saúde, de escolas, de tribunais, de repartições de finanças, conservatórias, etc. – ao ponto de apenas ali viverem idosos sem qualquer apoio, à espera que chegue o termo da vida.

Por falta de condições de vida no local, os filhos foram aproveitar oportunidades em terras distantes e os pais raramente os acompanharam por não quererem abandonar a terra onde sempre viveram. Mas o Governo não os apoiou, nem criou condições para fixar os jovens, com vista a evitar o despovoamento e a desertificação do interior. Nem sequer tiveram a curiosidade de estudar as ideias do rei D. Sancho I o Povoador que teve um conceito mais realista da geografia do País. É desejável que olhem para os bons exemplos que chegam de fora.

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A beber enquanto conduzia

Transcrito do Portugal Diário

Apanhado a beber champanhe enquanto conduzia

Condutor tinha uma taxa de alcoolemia de 2,76 gramas por litro de sangue.
A Divisão de Trânsito da PSP do Porto deteve hoje de manhã, no Porto, um condutor com uma taxa de alcoolemia de 2,76 gramas por litro de sangue, anunciou fonte policial.

Segundo fonte da DT da PSP, o condutor acusou no teste de alcoolemia efectuado no local onde foi interceptado uma taxa superior a três gramas por litro de sangue.

«No segundo teste, efectuado já nas instalações da polícia, o condutor tinha uma taxa de 2,76», acrescentou.

Segundo a mesma fonte, o condutor foi interceptado na Rua do Freixo, cerca das 08:00, quando conduzia e bebia champanhe ao mesmo tempo.

A taxa máxima de álcool no sangue permitida por lei é de 0,49 gramas por litro de sangue.

Uma quantidade de 0,5 a 0,80 gramas de álcool por litro de sangue é considerada uma infracção grave, sendo de 0,81 a 1,19 muito grave.

NOTA: Sobre a insegurança nas estradas, sugiro a leitura do post Crime na Estrada em Blog do Leão Pelado. O que acontecerá a este potencial homicida que coloca em perigo de inocentes e cumpridores utentes da estrada? De que esperam para começar a condenar severamente tais inconscientes que ameaçam vidas inocentes? De que esperam os governantes para acabar com a assustadora quantidade de vítimas da estrada?
O povo deve acordar e pensar que a vida não é só futebol e telenovelas. Há, problemas muito graves que exigem solução válida e um deles é este, o do sangue no asfalto.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Obsessão da burocracia

Transcrição do Jornal de Notícias:

Notícias de Portugal
Por Manuel António Pina

Talvez a véspera de Natal justificasse uma crónica a tender para o adocicado e o banal, mas a banalidade no país do "choque tecnológico" é uma suinicultura ilegal em Alcácer do Sal (se calhar, nos cartazes turísticos, "Allcacer") com centenas de animais abandonados, morrendo à fome e à sede, cuja existência as autoridades conheciam há sete anos mas que nunca mandaram fechar porque, explica a veterinária municipal, "oficialmente nunca abriu".

Foi preciso um cidadão, alertado pelos gritos lancinantes dos animais em sofrimento, ter denunciado o caso à DGV para que a Câmara descobrisse "oficialmente" que a suinicultura existia, deparando-se, no local, com um inimaginável espectáculo de terror 50 porcos mortos e centena e meia de outros agonizantes alimentando-se dos cadáveres, em tal estado de depauperamento que tiveram que ser abatidos.

Enquanto a Lei 92/95, que proíbe a violência injustificada sobre animais, espera há 12 anos por regulamentação e os inspectores da ASAE andam pelas tascas a atacar empadas e pastéis de bacalhau, um suinicultor vivaço consegue, provavelmente a troco de umas costeletas, manter durante sete anos uma exploração ilegal e fazer negócio sem querer saber da lei nem da saúde pública.

É a "West Coast of Europe" no seu melhor.

NOTA: o respeito «religioso» pela burocracia constitui uma doença dos poderes autárquico e central e dos organismos deles dependentes. É a bengala de carreiristas, acomodados, resignados, conformados incompetentes, subservientes ou corruptos. Os problemas demoram a ser resolvidos. O desenvolvimento tarda. As boas decisões nunca chegam.
A veterinária disse tudo o que explica o fenómeno. Se a PJ também ignorasse a existência de crimes que «oficialmente não existem», a vida seria impossível!

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Evite o cinzentismo. Defina-se. Ouse

Quase

Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do
talvez, é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece,
que me mata,
trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou,
ainda estuda, quem quase amou, não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos
dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias
que nunca sairão do papel, por essa maldita mania de viver
no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna?
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e
na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na
indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz!
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir
entre a alegria e a dor.

Mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas, os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é
desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão, para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo

De nada adianta cercar um coração vazio ou
economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...Vivendo que esperando...
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

( Luís Fernando Veríssimo )

NOTA: Recebido por e-mail da colega do CVS Quitéria Oliveira. Uma linda lição de vida mesmo para Seniores!!! Foi publicado noSempre jovens

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Nada melhora sem manifestações !!!

Transcrição do Diário de Notícias:
Providência cautelar visa impedir fecho da Urgência
Por Júlio Almeida, Aveiro

Cerca de duas mil pessoas fizeram ontem uma manifestação pacífica para protestar contra o encerramento da Urgência do Hospital José Luciano de Castro, anunciada para o dia 2 de Janeiro. "Anadia precisa de Urgência" lia-se num dos cartazes empunhados pelos populares. "O que querem fazer é uma pouca vergonha, depois de tanto dinheiro gasto ali", comentava, em tom exaltado, Deolinda Castanheiro, de 63 anos. Célia Silva, 31 anos, passou recentemente na Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra e disse "não entender" como aquele serviço poderá receber "mais uma vaga de utentes".

O desfile, encabeçado por autarcas do concelho, teve início junto à câmara municipal, passou pela antiga Estrada Nacional 1, onde alguns manifestantes não resistiram a cortar, simbolicamente, o trânsito durante alguns minutos, e terminou junto à unidade hospitalar.

No final, ficaram duas certezas: os protestos são para continuar - em local e modo a anunciar - e até ao final da próxima semana será apresentado no tribunal uma providência cautelar para fazer valer os direitos da população.

O presidente da câmara já recusou uma proposta de protocolo enviada pelo Ministério da Saúde no âmbito do programa nacional requalificação das urgências hospitalares que prevê a criação de uma consulta não programada para agudos e a localização de viaturas de emergência médica. "Não há lógica nenhuma acabar com um serviço que faz 120 urgências por dia", declarou, lembrando que "30 a 40 são no período nocturno".

Litério Marques (PSD) continua "a não acreditar" no fim da valência, esperando um contacto do ministro da Saúde para restabelecer o diálogo. "Sabemos que há duas escalas alternativas para 2 de Janeiro: uma para o caso de encerrar a Urgência e outra para permanecer em funcionamento", o que classifica como "insólito". O autarca estranha que a Administração Regional de Saúde do Centro não tenha dito "claramente" para onde será encaminhada a Urgência, se para Aveiro ou Coimbra.

NOTA: É de lamentar que os governantes tomem decisões sem uma prévia análise de todos os factores incidentes no assunto. Se ela tivesse sido feita, evitavam tanto descontentamento e o desprestígio que daí resulta para o Governo. E os erros sucessivos levantam a dúvida sobre a contratação de tantos assessores e a encomenda de tantos estudos. Parece que os governantes estão apoiados em gente incompetente e que se limita a manifestar a sua concordância com os caprichos do patrão a fim de garantirem acesso na carreira política. Se assim é, as perspectivas da política futura do País são péssimas.

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Poderosos aliados na exploração do País

Transcrição de artigo do Diário de Notícias
No Carnaval é que ninguém leva a mal
Por Ferreira Fernandes, jornalista do DN

Sabíamos que a prática corrente era essa - o PS e o PSD distribuindo-se os cargos sumarentos - mas tínhamos o mínimo consolo disso não ser confessado.

Encornados, está bem, mas ao menos que não se ande a apregoar por aí... Foi desse limbo que Luís Filipe Menezes nos expulsou, ontem, quando veio exigir publicamente a CGD, já que, palavras dele, o PS abocanhava o BCP. O busílis está no "publicamente". Que Menezes telefonasse a Sócrates, perdão, que se reunisse com ele (hoje em dia, telefonar e falar publicamente é o mesmo), que se reunisse com ele e, a sós, exigisse: "Então, pá, segundo o acordo habitual, agora toca-nos a Caixa!"

Mas não. Menezes disse em comício e com microfones ligados: "Está na hora de o Governo nomear para presidente da CGD uma personalidade próxima da área do maior partido da oposição." É intolerável! Não a repartição do bolo entre os dois partidos, isso é só imoral. O intolerável é fazer-nos - às vítimas - de testemunhas.

NOTA: Se havia dúvidas, agora estamos esclarecidos. Os Partidos mais açambarcadores de votos consideram o País como uma quinta deles que exploram em conluio, com a mais descarada conivência. O País é a relva do estádio que os jogadores - os políticos - pisam a seu bel-prazer, sem a mínima consciência ou escrúpulo. Que diferença há entre isto e as associações de malfeitores? Há uma grande diferença: O povo vota neles, e eles fabricam as leis que lhes convém, para que tudo o que fazem seja legal!!!

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domingo, 23 de dezembro de 2007

Comissão de Militares promete mais luta

Transcrição de artigo do DN

A Comissão de Militares (COMIL), responsável pelos protestos públicos de descontentamento em Lisboa, exortou ontem "todos à luta" contra "o mau Governo de Portugal e as más chefias militares", para que "sintam que há quem lhes faz frente".

Numa mensagem de Natal aos militares e enviada aos media, a COMIL fez o seu balanço do que se passou este ano na área da Defesa, criticando em particular o "desvirtuar [d]esse bem verdadeiramente público que é o estatuto dos militares, assim como as bases da sua disciplina".

Sobre as carreiras, onde se arrastam situações de grande desigualdade - nomeadamente entre militares com o mesmo posto mas de ramos diferentes -, a COMIL atacou também o Executivo e as chefias por terem "vindo a acabar com um sistema de carreiras equilibrado e com alguma justiça intrínseca para criarem um sistema desequilibrado e injusto, que, a exemplo de toda a função pública, assenta na mais desordenada flexibilidade de funções". A COMIL promete ainda lutar contra "essa aberração a que chamam de Estatuto do Dirigente Associativo". |- M.C.F.

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Quando até as idosas eram inocentes!

A D. Beatriz, organista numa igreja, tem 80 anos e é solteira. Era admirada por todos pela sua simpatia e doçura.

Uma tarde, convidou o novo padre da Igreja para ir lanchar a sua casa e ele ficou sentado no sofá, enquanto ela foi preparar um chá.

Olhando para cima do órgão, o jovem padre reparou numa jarra de vidro com água e, lá dentro, boiava um preservativo.

Quando a D. Beatriz voltou com o chá e as torradas, o padre não resistiu a tirar a sua curiosidade perguntando o porquê de tal decoração em cima do órgão.

E responde ela apontando para a jarra: "Ah! refere-se a isto? Maravilhoso, não é? Há uns meses atrás, ia eu a passear pelo parque, quando encontrei isto num pacotinho no chão. As indicações diziam para colocar no órgão, manter húmido e que, assim, ficava prevenida contra todas as doenças. E sabe uma coisa? Este Inverno ainda não me constipei".

NOTA: Esta graça já tem longas barbas brancas, maiores do que as do Pai Natal! Mas a inocência que traduz insere-se muito bem no sentido do Natal. Desejo um Feliz Natal a todos os visitantes deste blog.

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Severiano desautoriza director

Transcrição de artigo com igual título, do Correio da Manhã de 20 do corrente
Por António Sérgio Azenha

O ministro da Defesa revogou a alteração para ‘excelente’ da avaliação de desempenho de uma técnica civil da Direcção-Geral de Armamento e Equipamentos de Defesa (DGAED)
efectuada pelo director-geral desse organismo, vice-almirante Carlos Viegas Filipe. Raquel Amaral, que foi posteriormente colocada em Bruxelas como representante de Portugal na Agência Europeia de Defesa, tinha sido requisitada ao Instituto Hidrográfico, organismo que fora dirigido por Viegas Filipe até ser colocado na DGAED.

Em despacho, datado de 11 de Setembro deste ano, Nuno Severiano Teixeira é peremptório: “Revogo a alteração da avaliação, nos termos e com os fundamentos expostos ao DeJur [Departamento de Assuntos Jurídicos do Ministério da Defesa] para notificar os interessados”.

Em defesa da alteração da classificação para ‘excelente’ de Raquel Amaral, o director da DGAED argumenta, como refere o despacho, que, “coincidente com a fase de entrevista de avaliação, se tornou clara a percepção de que a avaliação por mim empreendida teria sido subavaliada”, mal o DeJur rebate os argumentos de Viegas Filipe sem deixar margem para dúvidas. Desde logo, “a alteração da avaliação não pode acontecer em sede de entrevista de avaliação, uma vez que essa fase não consubstancia uma fase de avaliação para o avaliador”, frisam os juristas do Ministério da Defesa.

O DeJur frisa que “a referida alteração da avaliação não foi validada pelo Conselho Coordenador da Avaliação”. Mais: “Sendo uma nota de Excelência, a mesma deve ser cabalmente fundamentada e demonstrativa dos contributos relevantes da técnica superior Raquel Amaral para o serviço”.

Em consequência desta análise, considera o DeJur que “deve ser revogada a alteração da avaliação da referida técnica”. Raquel Amaral é, neste momento, representante de Portugal na Agência Europeia de Defesa, em Bruxelas, organismo que visa promover e reforçar a cooperação europeia ao nível do armamento.

NOTA: O título puxa-nos para uma interpretação que é alterada com a leitura atenta do artigo. Parece dever concluir-se que o ministro repôs a moralidade num caso de favoritismo dúbio. A funcionária serviu com o chefe do IH. Este quando passou para outro serviço, a DGAED, requisitou-a para junto de si, por ser «excelente», mas não lhe deu esta classificação na avaliação do desempenho, mas para apoiar a sua nomeação para a AED, alterou a avaliação, o que o DeJur considerou ilegal. Portanto, embora tenha frustrado as intenções de amizade do avaliador em relação com a avaliada, o ministro mostrou cultivar o sentimento de legitimidade, dignidade, honra, equidade, seriedade, justiça, moralidade, ética. Amigos, amigos, princípios em primeiro lugar! Parabéns Sr. ministro.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Justiça lenta e…

O colectivo de juízes do Tribunal da Boa Hora absolveu os 35 arguidos envolvidos num pretenso plano criminoso de desvio de verbas do Fundo Social Europeu pela UGT.

O processo arrastou-se pelos tribunais durante 15 anos e só agora, após terem prescrito crimes de burla na forma tentada, é definitivamente encerrado. Na origem do processo, esteve a indicação do número de formadores diferente do que efectivamente cumpriu esta função e também a facturação de aulas práticas como sendo teóricas cujo subsídio era mais elevado.

E, no rescaldo destes 15 anos, é de lamentar que tenha havido custos elevados com o espaço ocupado pelos processos, o tempo perdido pelos juízes e funcionários judiciais e a mancha que caiu no bom nome e reputação dos 35 arguidos que possivelmente irão exigir, por isso, indemnização ao Estado, tendo este (todos nós) que a pagar.

É mais um caso que poderá, nas mentes menos habituadas à ineficácia da Justiça, dar razão ao «dito» de que em Portugal os crimes praticados por pessoas de colarinho branco ou que usam gravata ficam sempre impunes e citam, como excepção à regra, o caso do Dr. João Vale Azevedo.

O sistema precisa de ser tornado mais rápido, transparente e eficaz. Mas como? Os ocupantes das cadeiras do Poder estarão mesmo interessados numa Justiça verdadeiramente justa? E isto não é apenas deste Governo, mas tem sido característico de governos anteriores, isto é, da maneira de ser dos portugueses.

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Como se calcula a inflação?

Notícia de hoje diz que as taxas de portagens da rede de auto-estradas da Brisa vão aumentar 2,6% em 2008, meio ponto percentual acima da inflação prevista no Orçamento de Estado. Há dias eram os transportes, antes tinha sido a electricidade. Nas compras de supermercado, sente-se o aumento diariamente. Mas, para efeito de estabelecer o Salário Mínimo Nacional, ela foi fixada, como em anos anteriores, em valor mais baixo do que acaba por ser demonstrado pela realidade.

A inflação, tal como a maioria dos conceitos, pode ser definida com base em realidades interrelacionadas: aumento de preços, aumento do dinheiro em circulação, redução do poder de compra do dinheiro, etc.

A sua medida faz-se através do valor de um cabaz de compras previamente definido e do qual se exclui os produtos mais sujeitos a choques de custo como alimentos e energia. A previsão do seu valor, como todas as previsões, assenta em pressupostos teóricos que apenas dão os resultados esperados se vierem todos a concretizar-se como os estudos previam. Portanto, a previsão é muito falível e insegura para servir como base a decisões que afectem a vida da população em geral.

Daí que, perante os casos concretos sucessivamente repetidos ao longo dos anos, se seja levado a não dar muita credibilidade a tais previsões. E, vistas as coisas a posteriori, verifica-se que todas as previsões feitas com a intenção de reduzidos aumentos salariais, foram muito inferiores às realidades.

Ler: Portagens sobem mais que a inflação

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Sugerir esperanças cria responsabilidades

Já são passados cerca de 40 anos sobre a primeira «Conversa em Família» de Marcello Caetano, em que este teve a frontalidade de mostrar conhecer os problemas que preocupavam os portugueses, fazendo nascer a esperança de lhes dar solução.
Era um assumir de responsabilidades que podia ser a cedência a uma tentação ingénua. Um ano ou mais depois, numa outra conversa – passaram a realizar-se regularmente – veio dizer quase «ipsis verbis» o mesmo que tinha dito na primeira. Era uma confissão de fracasso, de que nada tinha melhorado desde então, uma desilusão.

Recordei esses tempos devido às notícias de hoje de que Cavaco Silva, nas visitas natalícias que vem fazendo, na sequência da sua campanha de combate à exclusão, ouviu alertas sérios sobre " a crescente degradação das condições de muitas famílias". As culpas foram atribuídas ao desemprego e aos empregos cada vez mais precários, que levam a que "quem tem de deixar de trabalhar para acompanhar um filho doente se veja de repente a braços com falta de dinheiro até para pagar a renda da casa". Qualificou o desemprego como "um fenómeno preocupante" e deixou no ar a ideia de que o tenciona abordar mais tarde.

Também, na companhia de D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, contactou com sem-abrigos com problemas graves de toxicodependência e alcoolismo.

Exortou à esperança, realçando o papel insubstituível do voluntariado e da sociedade civil e estimulando os técnicos e dirigentes a um melhor aproveitamento das boas vontades existentes e apelando aos poderes Central e Local para que ajudem o mais possível as entidades privadas de solidariedade social prestadoras de cuidados que, muitas vezes, o Estado não fornece. Trata-se de um "compromisso cívico" que irá reafirmar nos próximos três anos, até ao fim do seu mandato.

Aproveitou mais um dia do seu roteiro para a inclusão apelando ao governo central e às autarquias locais para "na medida do possível" terem uma atitude generosa em relação às instituições de solidariedade social. Quis deixar uma palavra de estímulo directo aos muitos voluntários que, com grande generosidade, tentam alterar no quotidiano situações de grande exclusão social em muitas instituições espalhadas pelo país que trabalham com idosos, deficientes, crianças e em todos outros domínios". Mostrou vários casos de sucesso e deixou claro, uma vez mais, que o combate à exclusão social "não é só uma tarefa do governo", mas sim "de todos os portugueses sem qualquer excepção."

Esperamos que Cavaco Silva não desista deste seu propósito, embora o êxito não seja imediato, mas são indispensáveis gestos positivos em cada momento. E é muito interessante a ideia de realçar que Portugal não é obra apenas de governantes, mas de cada um, «de todos os portugueses sem qualquer excepção», dentro das suas possibilidades.

Algumas das notícias:
Cavaco mostra exclusão entre a dor e a esperança
Desemprego e exclusão social preocupam presidente
Presidente apela a atitude generosa dos poderes públicos

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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

E os eleitores não compreendem?

Segundo as notícias que nos chegam com frequência, a sanidade mental dos governantes suscita sérias preocupações. Por acaso, hoje, reparei nuns quantos títulos que fazem pensar na forma desrespeitosa como encaram as pessoas e os dinheiros pagos pelos contribuintes.

Por um lado, há notícias que evidenciam as dificuldades e a penúria com que muita gente se debate no dia-a-dia para conseguir sobreviver.

- PIB atinge o valor mais baixo da Zona Euro. O Produto Interno Bruto (PIB) medido em unidades de poder de compra voltou a cair em Portugal em 2006, atingindo o valor mais baixo da Zona Euro. Segundo dados divulgados ontem pelo Eurostat, o indicador - que pode ser usado para medir o poder de compra - caiu um ponto percentual para os 75% da média da União Europeia (UE).

- Portugueses perdem poder de compra face à Europa . Os portugueses estão a divergir dos europeus em matéria de poder de compra.

- Famílias sem folga para poupança. Um em cada oito portugueses (ou 13%) chega ao fim do mês com a carteira completamente vazia e 30% só às vezes conseguem reservar algum rendimento para poupança; os portugueses poupam menos e gastam mais em empréstimos do que belgas, espanhóis ou italianos.

No entanto, ao lado, destes sinais negativos, surgem outros de magnanimidade, incoerentes com a situação do Pais.

Portugal promete três milhões para um Estado palestiniano. O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem em Paris que o Governo português tenciona contribuir com três milhões de euros para um futuro Estado palestiniano independente. Isto junta-se a um estádio de futebol já ali construído com o nosso dinheiro.

Não há dinheiro para pagar as horas extraordinárias dos agentes da PJ como veio a público a propósito da operação contra a criminalidade nocturna no Porto, mas o ministro, com ar que procura ser convincente espera que eles, abnegadamente se sacrifiquem e às famílias, porque não admite que eles tenham «estados de alma». Trata o pessoal como máquinas tão ideais que nem precisam de manutenção. No entanto, o mesmo ministro arranja dinheiro para se rodear de inúmeros assessores, incluindo a muito experiente e competente Drª Susana Dutra. Também, para amaciar as relações com os juízes, não se inibiu de dotar os mais altos representantes da «corporação» com os melhores carros do mercado, o mesmo que fez com os seus colaboradores mais directos do ministério.

No momento da inauguração do novo tribunal de Famalicão, foi afirmado pela juíza presidente que as instalações são insuficientes para as necessidades, do que se conclui que se desperdiçam dinheiros públicos por os objectivos não serem correctamente definidos, provavelmente, não tendo sido ouvidos os juízes e os funcionários judiciais.

Também os funcionários dependentes do MAI deparam-se com graves dificuldades para cumprirem as suas missões, como tem sido referido por representantes associativos da GNR e da PS mas, junto ao MAI, parqueiam inúmeros carros de alta qualidade e com matrículas recentes.

Depois de o ministro das OP ter afirmado convictamente que o Novo Aeroporto de Lisboa «jamais» seria construído no deserto da margem Sul do Tejo, deparamos agora com os argumentos mais credíveis a apontar para a solução mais adequada ser para os lados da linha que liga Alcochete a Canha. Porém, consta que ele pretende avançar com o peso «convincente» da «decisão política» apesar de o seu colega do Ambiente já se ter mostrado inclinado para Alcochete.

Loucura, insanidade mental, incoerência, insensatez? Ou «defesa a todo o custo» de interesses ocultos e inconfessáveis? Será que chegarão ao ponto de decidirem pela Ota? E os eleitores ficarão peados, fechados no casulo do silêncio do medo?

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Funcionários públicos «porreiros», porque não são políticos!

Uma Justiça 'porreira, pá'
Por Manuel António Pina, Jornalista do JN

Parece que a "Operação Noite Branca" desencadeada pela PJ na madrugada de domingo no Porto só foi possível porque os 202 inspectores que nela participaram o fizeram por carolice, já que o Ministério da Justiça não paga horas extraordinárias fora dos serviços de piquete e prevenção.

Segundo informou, a propósito, a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal, o Ministério da Justiça apoia-se em duas decisões judiciais, segundo as quais o trabalho da PJ entre as 20 e as 8 horas não tem que ser pago. Combate ao crime em Portugal só, pois, nas horas de expediente. Quando, como aconteceu agora no Porto, a PJ precisa de actuar entre as 20 e as 8 fica dependente de conseguir ou não arrebanhar inspectores que não tenham nada que fazer nessa noite e se disponham a trabalhar e a pôr a vida em risco de borla.

É assim que hoje funciona, em geral, a Justiça em Portugal, por carolice. E se, apesar de tudo, a Justiça ainda vai funcionando é porque tanto inspectores da PJ como magistrados judiciais e do MP não têm, como diz o ministro Alberto Costa, espaço (nem tempo) para "estados de alma" e levam processos para casa e trabalham fora de horas e aos fins-de-semana sem receberem um tostão.

É o "porreirismo, pá" nacional em todo o seu esplendor.

NOTA: Não falta dinheiro para os governantes se rodearem de inúmeros assessores, contratados por critério de confiança política, sem concurso público, apenas para empregar os familiares e amigos do clã, que evidenciam a sua incompetência na (im)perfeição dos documentos que saem dos ministérios, mas que usam o lugar para se catapultarem na carreira política de yesmen, para adquirirem os melhores carros do mercado, como tem sido noticiado acerca da Justiça e da Administração Interna, etc. Mas falta dinheiro para pagar a polícias e militares, a quem se exige a dedicação canina ao dever, sem qualquer compensação adequada, a quem não se reconhece o direito a ter «estados de alma», como se de uma máquina se tratasse. Mas mesmo a máquina exige cuidados de manutenção adequados.

Se os agentes da autoridade se comportassem como meros funcionários públicos, como Governo pretende, onde estaria a segurança dos cidadãos? Por que milagre os criminosos se sentiriam coibidos de praticar excessos? O que impediria que a justiça passasse a ser feita pelas próprias mãos com todos os inconvenientes inerentes? Isto dá muito que pensar, a quem disponha de um cérebro capaz, diferente do dos políticos!

Para bem do nosso País, esperamos que os agentes da autoridade, apesar das dificuldades, continuem a ter os seus «estados de alma», a pensar no seu bem-estar e das suas famílias, mas sem deixarem de alimentar o seu amor a Portugal e de actuar com carolice na esperança de que o seu sacrifício venha a ser devidamente retribuído.

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Um gesto amigo a enfatizar

Em 29 de Novembro, o escritor Manuel Amaro Bernardo, fez o lançamento de mais um livro seu, «Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros» dedicado a acontecimentos ocorridos na Guiné no período 1970-1980. Embora convidado, não pude estar presente e, oportunamente, expliquei ao autor as razões de não poder corresponder ao convite. Ele compreendeu e teve a amabilidade de se encontrar comigo hoje num almoço para que me convidou, ofereceu-me um exemplar da obra e explicou muitos acontecimentos ocorridos no período coberto por este trabalho histórico que merece ser lido e confrontado com outros documentos referidos na extensa bibliografia e citados no texto.

Não se trata de um principiante em escritos deste teor e retiro da extensa bibliografia as suas seguintes obras: «Marcello Caetano e Spínola; A Ruptura; As Forças Armadas e a Imprensa na Queda do Estado Novo (18~973-174)», «Equívocos e Realidades; Portugal 1974-1975», 2 volumes, e «Memórias da Revolução; Portugal 1974-1975».

Aos amigos e conhecidos comuns que estranharam a minha ausência, fica aqui esta explicação de que não pude estar presente por virtude das minhas limitações actuais que me tornam praticamente impossível ausentar de casa fora do período das 10h00 – 15h00.
Ao amigo Bernardo dou os parabéns por mais esta obra, realista, isenta e frontal, bem documentada, que contribuirá para futuros estudos sobre os acontecimentos de uma época conturbada que tem levado tratos de polé. E agradeço a amabilidade do almoço, do livro e da dedicatória com que me honra. É uma bela prenda de Natal. Desejo a continuação destas obras por muitos anos.

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domingo, 16 de dezembro de 2007

Liberdade e Democracia

Nem a liberdade nem a democracia podem significar que as opiniões das pessoas sejam condicionadas e submetidas, obediente e cegamente, aos ditames dos partidos a que eventualmente pertençam ou com que mais simpatizem. Como em democracia é suposto que a soberania reside nos cidadãos, estes devem esclarecer-se para que, no momento em que são chamados às urnas, emitam o seu voto conscientemente de que estão a contribuir para a solução que pensam ser a melhor para o futuro do País. Essa preparação obtém-se no dia-a-dia adquirindo o máximo de informação que for possível e digerindo-a, comparando com o conhecimento possuído do anterior e indagando os «porquês» e os «para quês».

É costume ouvir-se que o povo não está esclarecido e apenas se interessa por telenovelas e pelo futebol, mas quando se indaga se deve haver ou não referendo ao tratado europeu, muitos populares dizem que sim, mas o diálogo morre logo a seguir com a declarada total ignorância do conteúdo do tratado e da sua importância para as nossas vidas.

Mas o meu «optimismo» mostra-me sinais de esperança de que começa a haver tendência para os eleitores se interessarem por assumir a propriedade das suas ideias e digerir a informação que lhes chega. Há dias, em Felgueiras, a proposta orçamental apresentada pela presidente da câmara foi chumbada por 34 dos 65 deputados municipais. Talvez aqui não fosse propriamente a liberdade de voto dos deputados mas sim a obediência aos respectivos partidos, o que não reforça o optimidsmo. Mas já antes neste conselho os eleitores votaram pela sua convicção em sentido contrário aos dos partidos elegendo um candidato independente… talvez pelas piores razões, as sentimentais.

Também, uns dias antes, Manuel Alegre, vice-presidente da Assembleia da República em representação do PS, votou - ao lado de todas as bancadas da oposição - a revogação dos dois decretos-leis do Executivo que promoveram a reestruturação da empresa da Estradas de Portugal, entretanto transformada em sociedade anónima. Declarou não estar de acordo com esta solução, que não o convence e ter muitas dúvidas, pelo que votou em consciência.

É justo referir também as preocupações em evidenciar isenção nas análises e comentários que alguns colaboradores fazem nas televisões e nos jornais, não citando nomes para não cometer o pecado de omissão. É inquestionável que Portugal precisa do voto de cada um e é imprescindível que cada um assuma a sua responsabilidade individual, esclarecendo-se com vistas largas e imparciais, e emita um voto em consciência e não porque lhe foi exigido, em nome de valores menos democráticos. Terá que agir em função daquilo que realmente afecta a vida dos portugueses, porque o futuro do País depende de cada um e não podemos ficar à espera de um milagre que nos torne um Estado evoluído com uma população feliz e com boa qualidade de vida. O milagre tem de ser feito pelo esforço persistente e bem intencionado de cada um, segundo as suas capacidades.

Ontem ao almoço uma senhora professora reformada, quando o marido comentava um acontecimento nacional, disse que não se interessa pela política. Mas quando lhe perguntei se vota, disse que sim, o que me fez perguntar em que baseia a sua decisão de voto. Ficou atrapalhada, e a minha convicção é que ela, como a grande maioria do povo ignorante, vota da forma que lhe é aconselhada nas campanhas eleitorais pelo partido de que se habituou a gostar!!! Desta forma nunca mais se sai da cepa torta e os vindouros irão dizer muito mal dos seus avós, que não serão considerados «egrégios avós»

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sábado, 15 de dezembro de 2007

O circo dos políticos, ou as cimeiras

O circo desceu à cidade
Por António Barreto, «Retrato da Semana» - «Público» de 9 de Dezembro de 2007

TRAPEZISTAS ANDRÓGINOS, papagaios alfabetos, palhaços pobres e ricos, tigres amestrados, magos e contorcionistas: há de tudo. Vieram por três dias, a cidade ficou em quarentena e, ansioso, o mundo espera por resultados. A meio da semana, tudo recomeça, mas só com um grupo selecto que vem assinar nos Jerónimos a inútil constituição europeia
alcunhada de Tratado.

CIMEIRA, tratado, declaração e estratégia: todas de Lisboa, para engrandecimento da pátria! Ao lado do Presidente da União Europeia, português de lei, o Presidente da Comissão, outro português de gema. Portugal, Lisboa e Sócrates saem deste rodopio famosos, prestigiados e com uma nova projecção internacional. Parece que o papel de Portugal no mundo foi assim reforçado. Que muitas novas oportunidades serão criadas. E que se deu um passo essencial na construção da paz e da segurança mundiais.

SERÁ NECESSÁRIO, para obter segurança, dialogar com criminosos, apertar a mão a torturadores, tratar quaisquer déspotas de democratas, esquecer guerras e fomes, deixar entre parêntesis a corrupção, alimentar a cleptocracia e debitar, com ar confiante, longos discursos de lugares-comuns optimistas congratulatórios? Será que o preço que tem de se pagar pela paz inclui a criação e a manutenção de uma Nomenclatura internacional imune, impune e "off shore"? Será que o próprio desta casta é o hotel de cinco estrelas, o caviar, os vintages caríssimos, a trufa branca e os aviões transformados em lupanares de luxo?

A CIDADE DE LISBOA, como qualquer outra nas mesmas circunstâncias, ficou em estado de sítio. Em qualquer canto da cidade, de repente, uns nervosos polícias mandam parar carros e desviar transeuntes, ou atiram para as bermas tudo o que vive, a fim de dar lugar a luzidias comitivas de topos de gama barulhentos e sirenes emproadas de importância. Estivéssemos nós sob ameaça nuclear e a diferença não seria grande: perímetros proibidos, áreas de segurança máxima, locais protegidos pela Armada e pela Força Aérea, centenas de gorilas mais ou menos disfarçados e milhares de soldados e polícias nas esquinas ou pendurados nos telhados. Dezenas de carros blindados transportam estes senhores do pavilhão para o hotel, do centro de congressos para a sala de jantar. A distância que os separa de pessoas normais mede-se em centenas ou milhares de metros. Têm medo de tudo, dos colegas, dos terroristas, dos opositores, dos criminosos, dos acidentes e das pessoas em geral. É cada vez mais o retrato da vida política actual: longe de todos, com receio de tudo. Mas com infinita arrogância.

É TRISTE O ESTADO a que chegou o mundo! Triste e irreversível. Se mudança houver, será para ainda pior. Os políticos vivem, deslocam-se, governam, reúnem e decidem como se fossem perseguidos, como se estivessem permanentemente cercados. Políticos, estrelas de cinema, bilionários e chefes da Máfia vivem assim. Rodeados de guarda-costas e protegidos por exércitos, são acompanhados por enormes comitivas a que não faltam médicos, enfermeiros, ambulâncias, cozinheiros, provadores, jornalistas e "escort services". Alguns não dispensam astrólogos, feiticeiros, psicólogos e "personal trainers". Os que, a exemplo de Sócrates, exigem correr ou fazer exercício mandaram reservar partes da cidade para poderem queimar toxinas e ser filmados em privado. Os políticos e seus poderosos equiparados vivem num mundo à parte, têm a sua própria geografia e governam-se pelas suas leis. De vez em quando, para serem filmados, esbulham o espaço público. A democracia trocou o Fórum e a Assembleia pela Nomenclatura e pela reserva de privilegiados. Os políticos olham para os povos como se estes fossem incómodos para as suas encenações. Mas os povos olham cada vez mais para os políticos como usurpadores e parasitas.

EM PORTUGAL, os próximos dias, semanas e meses, vão ser de intensa propaganda. As glórias do governo e de Sócrates serão equiparadas aos mais altos feitos da história. Tudo para o bem e a grandeza do país. A impecável organização dos festejos será elogiada por toda a gente. O discurso do Primeiro-ministro será mostrado como jóia rara e dele se dirá que ascendeu ao estatuto de líder mundial. Repetir-nos-ão, centenas de vezes, que Portugal está na linha da frente. Da paz, do diálogo, da cooperação, dos direitos humanos, da democracia, da ajuda ao desenvolvimento e da humanidade em geral. Pobre país que jubila com os cenários de pechisbeque, mas persiste na linha de trás da justiça, da produtividade, da educação e da desigualdade social!

DIZEM QUE OS CONFLITOS, quando atingem níveis insuportáveis, trazem a paz. Mas também dizem que as grandes festas de concórdia e espalhafato anunciam o conflito, a violência e a miséria. São coisas que se dizem...

NOTA: Transcrevo este artigo que considero um retrato em cores vivas de uma situação já aqui referida que muitos portugueses se recusam a observar com olhos bem abertos. Merece ser reconhecida a isenção do Prof António Barreto pela clarividência da análise e pela coragem de transmontano com que se exprime.
Os objectivos da cimeira foram conseguidos: Os políticos viajaram, conviveram banquetearam-se, discursaram em termos politicamente correctos, mostraram as suas vestes mais vistosas, obrigaram os vermes a privarem-se de viajar livremente nas ruas da sua cidade, evitaram os temas mais relacionados com a qualidade de vida das populações (direitos humanos, democracia, liberdade, etc.) e alguns mais espertos fizeram negócios com empresas multinacionais, as únicas beneficiadas por este circo, bem recheado de actores. E assim vai o mundo moderno!!!

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Você pode estar a ser observado pelo Mundo

Segundo o semanário «Expresso» citado pelo JN você pode estar a ser filmado neste momento e a sua imagem pode estar a ser transmitida na Internet e observada por todo o mundo. Convém estar alertado. Existem cada vez mais câmaras ilegais instaladas em sítios públicos em Portugal que colocam as imagens captadas.

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD)b já está atenta e a adoptar os procedimentos necessários para travar estes casos ilegais que atentam contra os direitos de imagem e privacidade dos cidadãos.

Embora se desconheça a amplitude deste ilícito, já se sabe de alguns casos. O bar Dromedário, afamada casa nocturna do Algarve, situado em Sagres; a esplanada Lazulibar, localizada na Praia da Luz, o Parque de Santa Catarina, no centro do Funchal.

Segundo a CNPD, estas câmaras não podem ser consideradas câmaras de videovigilância, já que essas, por lei, cumprem um outro fim o de vigiar, exclusivamente, pela segurança de pessoas e bens, sendo que as imagens devem permanecer num circuito fechada e devem ainda ser guardadas ao longo de um mês e os seus conteúdos apenas podem ser visionados em casos de investigação criminal.

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Os idosos merecem mais respeito

Coisas que me enjoam…

... Um País onde o Governo não toma conta dos nossos idosos!

... Que os deixa abandonados em lares degradantes,
Que os deixa existirem como sem-abrigo,
Que os deixa viúvos e por vezes sem filhos, sozinhos nas sua casas, à espera que a morte chegue;

... Um País onde um idoso não é atendido em 1º lugar em qualquer fila de espera, onde não pode sair à rua sem medo de cair, de ser atropelado, ou de ser roubado;

... Um País onde o Governo não respeita os nossos idosos é um País que não tem governo digno de existir!

Extraído do blog sulista
Feliz Natal para todos, principalmente para os idosos mais desprotegidos, com votos de que em 2008 o Governo passe a velar por vós.

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O idiota e a moeda

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor, de 2000 REIS.
Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. Respondeu o tolo:
- Eu sei, ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quem eram os verdadeiros idiotas da história?
Terceira : Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.

«O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota que se arma em inteligente»

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Natal, a fuga para o Egipto

HISTÓRIA ANTIGA

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

(Miguel Torga, in Antologia Poética, Coimbra, Ed. do Autor, 1981)
Publicada por Amaral, em Ad Litteram

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Referendo ao tratado de Lisboa?

O que valem as palavras
Por Manuel António Pina, jornalista do JN

Vários eurodeputados receberam Sócrates com vaias e apupos durante a proclamação da Carta dos Direitos Fundamentais no Parlamento Europeu. Sócrates teve que interromper várias vezes o discurso e, por um momento, o hemiciclo de Estrasburgo mais parecia uma final Porto-Benfica.

Pelos vistos, o "hooliganismo" pegou no PE, o que não surpreenderá sabendo-se que grande parte dos arruaceiros, que exigiam que o Tratado de Lisboa fosse referendado, pertence à selecta claque "eurocéptica" britânica (talvez seja altura de, como nos estádios, os plenários do PE serem vigiados por câmaras e os eurodeputados obrigados a soprar no balão).

No final, Sócrates desvalorizou o incidente, classificando-o de "folclore democrático".

Convenhamos, no entanto, que prometer uma coisa e fazer outra não deixa igualmente de caber na lamentável e comum categoria do "folclore democrático". "O PS - diz o Programa de Governo com que Sócrates se apresentou aos portugueses e com base no qual foi eleito - entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deve ser precedido de referendo popular".

Já não falta muito para descobrirmos (mais uma vez) o que valem as palavras em política.

NOTA: Considero muito interessante este texto, embora já tivesse expressado a minha opinião contrária ao referendo como a seguir transcrevo:

O referendo ainda poderá ser decidido. Mas não tem significado, porque...
Para exprimir a vontade real do povo, não devia haver campanha de mentalização pelos partidos e cada um votaria segundo os seus sentimentos e conhecimentos sobre a matéria. Com campanhas dos partidos, a maior parte das pessoas vota em quem o seu partido aconselha.
A maior anedota em caso de referendos, foi com o da IVG. Os políticos disseram que, por ser um problema de grande sensibilidade, não o decidiam na AR e deixavam a decisão ao povo. Parecia uma posição séria, honesta, democrática. Mas não passou de um logro, porque esses mesmos partidos, fizeram uma campanha que foi uma terrível pressão nas consciências do povo para votar em quem eles (políticos) queriam. Houve muitas abstenções porque as pessoas mais desconfiadas em relação aos políticos não quiseram fazer o jogo de uns ou de outros. Essa falta de confiança nos políticos tem sido notada em muitas eleições. Os políticos deixaram de representar a vontade dos eleitores e estes respondem com a abstenção ou votando em independentes, que embora sejam do mesmo naipe, não estão a jogar pelo partido. É uma atitude do povo, que não é tão burro como os políticos pensam.

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Feliz Natal

Desejo a todos os visitantes deste blog, a todos os bloguistas, a todos os internautas e, de um modo geral, a todo o Mundo, um
NATAL FELIZ,
com brancura e a luz da estrela que nos guie durante o próximo ano, em ambiente de paz, fraternidade e união de vontades para a construção de uma humanidade mais solidária e feliz.

Época em que devemos esquecer todo o mal, todos os ódios e rancores, e pensar apenas naquilo que de melhor a humanidade pode ter.

Um maravilhoso presente de Natal é nos dado pelo estado americano de NOVA JÉRSIA que aboliu a pena de morte, dando assim ao Mundo um óptimo exemplo de respeito pelos direitos humanos, a seguir por todos os homens de boa vontade.

Desejo que o espírito de Natal perdure nos espíritos de todos para sempre.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O meu mar

As águas verdes
tranquilas ou ondulantes
que os meus olhos enxergam
e admiram sem descanso,
pertencem ao meu mar
porque nele me molho se quero
ou não molho e só o olho.

As areias lisas
ou já calcadas,
pertencem ao mar verde
que as alisa quando quer.
Porque uma areia lisa
lembra uma seda
quase brilhante
quase ondulante
se houver uma brisa.

Estendo-me nessa areia seda,
sinto o calor que me aconchega.
Cobre-me o azul do céu
que me encanta, me enleva
e acalma os meus turbilhões.
Medito, relembro o que já passou
mas esqueço, lembrar para quê?

De: Adelaide Quintas
posted by maqira

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Sócrates vaiado em Estrasburgo

Tudo calmo até Sócrates abrir a boca

No hemiciclo, cheio como em raras ocasiões, já tinha usado da palavra o presidente do Parlamento e tudo estava a correr de feição até José Sócrates ter começado a falar. Nesse momento vários eurodeputados do GUE, mas também de partidos nacionalistas e de extrema-direita, desenrolaram uma faixa e empunharam cartazes com a palavra "referendum", ao mesmo tempo que se ouviam apupos, assobios e gritos de "referendum". Alguns dos parlamentares envergavam t-shirts negras com a mesma palavra.
Vincent kessler/Reuters

O primeiro-ministro enfrentou a bancada ruidosa com cara de poucos amigos. José Sócrates foi forçado a interromper o discurso em várias ocasiões, para desespero do presidente do PE, o alemão Hans-Gehrt Poettering, que apelou à calma, pediu silêncio e, visivelmente alterado, bateu na mesa com o martelo com que conduz as sessões enquanto um assessor lhe sussurrava "calma, calma". Em vão. (Expresso)

Nota do Papa Açordas: Ainda bem que há eurodeputados que não são "voz do dono".
Esperemos que o Governador Civil de Braga não processe estes eurodeputados, nem a
PSP da Covilhã lhes faça uma visita de "cortesia"...ou a DREN lhes levante um processo disciplinar...
Publicada por Compadre Alentejano in papa açordas

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

ONU desrespeitada

Os atentados de Argel dirigidos a instalações da ONU, são mais um acto de hostilidade à ONU. Já são muitos. Mas também abundam os factos que evidenciam as incapacidades desta organização que, se assim continua, terá um fim semelhante ao da sua antecessora, a Sociedade das Nações.

Era esperado que, se a ONU funcionasse com eficiência teriam sido evitados muitos conflitos que destruíram património e vidas humanas em proporções exageradas. Por outro lado, a ONU também se tem mostrado incapaz de manter a paz, tendo prometido, há cerca de meio século solução para a Caxemira (desde as guerras entre a índia e o Paquistão em 1948 e 1965, a «linha de cessar-fogo» ainda não foi substituída por uma fronteira negociada) e para o Sara Ocidental (desde1975 existe uma situação de guerra latente). Os referendos ainda não se realizaram e o problema mantém-se com ocasionais perdas de vidas.

Os conflitos internacionais não têm parado, e a ONU não tem evidenciado autoridade efectiva.
A própria estrutura do Conselho de Segurança e o imperialismo dos membros permanentes devidos a um momento histórico que já não tem significado real e aceite pelos países membros, serão um sinal da decadência da Organização.

A hostilidade da parte de grupos minoritários, pode resultar de não verem outra possibilidade de serem ouvidos, ponderadas as suas razões, as suas queixas, e procuradas soluções pacíficas para os seus problemas. Chamar rebeldes ou terroristas a grupos que não são ouvidos e não podem negociar soluções para as suas situações difíceis, não pode ser considerada uma medida pacificadora. Enviar tropas contra eles só serve para acirrar os ânimos. Isso não é democrático e as reacções também não serão enquadradas num conceito de obediência e subordinação respeitosa! O ditado diz que «quem semeia ventos colhe tempestades»

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Desertificação do interior - 2

O PSD faz saber que pretende debater o processo de desertificação em curso no interior do País. Tal intenção merece aplausos, porque, mais do que muitos temas de que os políticos se ocupam, este reveste-se de uma importância grande para as populações ainda ali residentes e para a segurança em geral. Com efeito, as grandes extensões de mato abandonado podem vir a ser ocupadas por bandos marginais para se organizarem e treinarem e como ponto de partida e de reagrupamento para a consumação de actos indesejáveis. Quem pode garantir que ainda não vivem por ali alguns desses grupos?

Porém, a esperança que esta notícia atiça pode vir a gerar mais uma frustração. Na realidade, estamos habituados a que os políticos não vejam os cidadãos como seres humanos, mas apenas como contribuintes todos os dias e eleitores de tempos a tempos. Ora, como as políticas usadas, de há muitos anos a esta parte, têm estimulado a fuga para o litoral, é aqui que se encontra a grande massa de fornecedores de impostos e de votos, o que leva os políticos, partidariamente pragmáticos, a centrar na faixa junto ao mar todas as suas atenções. Até já há quem diga que não compensa fazer campanhas eleitorais no Portugal profundo!

E, nos sucessivos governos, não tem faltado tal pragmatismo monetarista, o que se tem manifestado pelo encerramento, no interior, de locais de apoio de saúde, de escolas, de tribunais, de estações de caminhos de ferro, de postos da GNR e de outros serviços administrativos.

Mas não devemos perder a esperança de ver Portugal ser governado com inteligência e democracia, dando a cada hectare do País as mesmas possibilidades de desenvolvimento e qualidade de vida. Os habitantes do interior do País devem ser considerados tão portugueses como os de Lisboa e Porto. Oxalá esta boa intenção do PSD dê os resultados que o País deseja.

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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Crimes violentos. Chaga infecciosa

A criminalidade violenta que é trazida a nosso conhecimento através da Comunicação Social constitui uma chaga infecciosa com tendência a alastrar por todo o País e exige uma urgente e eficaz terapia a fim de ser evitado o contágio endémico ou epidémico.

Se é certo que ela se localizava na vida nocturna da cidade do Porto, o que não seria uma ameaça para as pessoas de bem do País, é grave que esteja a contaminar a cidade de Lisboa com alguns salpicos no interior. Foi o proprietário da discoteca Avião, José Gonçalves, vítima de atentado à bomba que, segundo entidades ligadas à Justiça, "nada tem a ver com os casos do Porto e, mais recentemente, o alto quadro dos CTT, Maurício Levy que foi assassinado, à facada, em sua casa e transportado para uma falésia da praia da Adraga, em Sintra. Tinha 50 anos e era director de qualidade, formação e desenvolvimento sustentável dos CTT. Estamos perante uma grave falta de respeito pela vida e uma sofisticação de procedimentos violentos que levam a suspeitar de profissionais de quem seria de esperar um melhor culto de valores humanitários e éticos.

A morte mais recente na vida nocturna do Porto, até hoje, de Alberto Carvalho, atribuída pela viúva ao chamado gangue da Ribeira, pode estar relacionada com o assassinato de Aurélio Palha numa madrugada de Agosto junto à discoteca Chic, de que era testemunha presencial, e com a morte do segurança Nuno Gaiato de que era suspeito, o que fazia compreender a sua presença numa alegada lista de alvos a abater. O Nuno foi assassinado a tiro na discoteca El Sonero, em Julho passado.

Este segurança, de 36 anos, sucumbiu às 23.20 de domingo, em Gaia, a três rajadas de metralhadora disparadas", baleado diversas vezes no tórax, abdómen e crânio à porta da sua residência, por vários indivíduos encapuzados que, segundo relatos de moradores à polícia, actuaram à queima-roupa e terão fugido num BMW preto e num Seat Leon. No local, foram recolhidos cerca de meia centena de invólucros.

Segundo as notícias, o surto de criminalidade associado à noite do Porto no qual este homicídio se insere é interpretado como uma "guerra" entre grupos rivais de seguranças profissionais na disputa de território, mas também é relacionado com negócios de droga e tráfico de sexo.

Segundos os jornais, "os crimes que têm ocorrido no Porto não têm nada a ver com as casas de diversão nocturna", como disse ao DN Mário Carvalho, proprietário da discoteca Indústria, na Foz, que considera que estas mortes estão ligadas a outros negócios e tanto podem acontecer à noite como de dia. "São execuções muito bem pensadas, servindo os bares e discotecas apenas de bodes expiatórios". Começa a haver um sentimento de insegurança, "porque as pessoas não percebem o que se está a passar". Nos media "associam-se estes crimes aos estabelecimentos nocturnos e, como a polícia não actua, há uma grande confusão", diz. Se até aqui, nota, "não existia quebra de afluência de clientes, agora as coisas estão a mudar". A população, "a que sai e a que não sai à noite", precisa, "começa a sentir que há impunidade nestes crimes".

António Fonseca, presidente da Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto (ABZHP), diz que "mesmo os bares da moda se começam a ressentir" e não hesita em culpar polícias e Governo por esta "onda de homicídios". «Os envolvidos são pessoas que fazem segurança a diplomatas, políticos e outra gente importante, embora só os bares e as discotecas sejam referidos".

"Aquando da segunda morte ocorrida este ano, a polícia disse tratar-se de grupos identificados e que tudo estava sob controlo. Não está, porque os crimes, com alvos estratégicos, continuam". O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, também não é poupado. "Devia ser honesto e não andar aí a dizer que a criminalidade violenta diminuiu. Não há memória de tanta morte em tão pouco tempo no Porto, a cidade está a ferro e fogo, com uma lista de pessoas a abater, segundo fontes da própria polícia. Por muito menos já foram demitidos ministros". À critica do líder da ABZHP nem o primeiro-ministro escapa, por "não ter dito uma palavra sobre o assunto, a fim de tranquilizar as pessoas".

Outro artigo diz que Alberto Ferreira foi executado por profissionais, quase quatro meses depois de ter escapado aos disparos que mataram o seu "patrão" Aurélio Palha, tendo sido abatido com cerca de dezena e meia de tiros de metralhadora, à porta do prédio onde vivia, em Gaia, sendo a quarta vítima de uma guerra sem precedentes na noite do Porto ou no país. São referidas opiniões que relacionam este homicídio com ajustes de contas entre grupos rivais de seguranças dos meios nocturnos e de claques de futebol.

«Esta lógica de violência poder-se-á inverter se o Estado não continuar a demitir-se das suas funções como regulador da vida colectiva e da ordem pública. O Estado tem de investir na área da segurança e não a fazer entrar no domínio da privatização. Em vez de se preocupar com a redução da despesa em nome do défice, devia investir no sector e não entregá-lo aos privados. O que se está a passar na noite do Porto acontece porque ninguém preveniu ao longo de vários anos e as coisas aconteceram».

«Como os negócios dos "bandidos" são economias paralelas e criminosas, eles não podem recorrer aos mecanismos legais da ordem e fazem "justiça" de outra forma, pelas próprias mãos». «A noite está "entregue" aos seguranças privados, por demissão do Estado, desde 1999 . O facto explica em grande parte a quase total ineficácia da actuação policial, perante os sucessivos homicídios dos últimos meses». «A culpa é dos sucessivos governos que desde 1999 se demitiram de assegurar a presença policial em estabelecimentos de diversão nocturna».

Espantosamente, com a nova legislação, aumentaram as restrições aos requisitos de aplicação de prisão preventiva, tendo de ser dada preferência a medidas de coacção menos danosas e havendo mais benevolência para os crimes de associação criminosa, coacção grave, ofensas corporais, extorsão, armas proibidas, tráfico de droga.

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domingo, 9 de dezembro de 2007

As lágrimas

(por Adelaide Quintas, Maquira)

Molhadas
Salgadas
Importunas
Atrevidas
Ligadas estão
aos estados d´alma
das nossas vidas...

Amantes da tristeza
Menos d´alegria
Por vezes... ajudam...
Quem diria!

Se se vertem
Cresce espaço por dentro
O ar desanuvia
tudo fica mais leve
Adeus tristeza
Viva a alegria

Maqira

NOTA: Agradeço à amiga Milai a gentileza de mais esta sua colaboração neste nosso (do CVS) blog. Os seus trabalhos são sempre bem vindos.

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