O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira, em Paris, que "ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem", considerando, no entanto, que a emigração não deve ser um "estigma" para quem precisa de um emprego e não consegue encontrá-lo em Portugal.
Mas as sugestões feitas por ele em meados de Dezembro de 2011 foram suficientemente incisivas para serem tomadas como conselhos.
Não creio que os jornalistas tenham descido tão baixo que lhe tenham atribuído palavras que não disse. Talvez se trate de excepcional cuidado com as palavras explorando a diferença entre ‘aconselhar’ e ‘sugerir’. Só que as sugestões foram suficientemente incisivas para poderem ser interpretadas como conselhos.
Transcrevem-se extractos do artigo de 18 de Dezembro de 2011:
Pedro Passos Coelho sugere que os professores desempregados emigrem para países lusófonos, realçando as necessidades do Brasil...
Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”, disse durante uma entrevista com o Correio da Manhã, que foi publicada hoje...
Pedro Passos Coelho deu esta resposta depois de ter referido as capacidades de Angola para absorver mão-de-obra portuguesa em sectores com “tudo o que tem a ver com tecnologias de informação e do conhecimento, e ainda em áreas muito relacionadas com a saúde, com a educação, com a área ambiental, com comunicações”...
“Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”...
Imagem de arquivo
Sexta-feira na Rua do Benformoso em Lisboa
Há 2 horas
2 comentários:
Caríssimo Amigo João,
Passos Coelho deveria ter mais cuidado e ser mais cuidadoso com as suas palavras. Devia ouvir mais e falar menos! Dessa forma talvez governasse melhor!
Um forte abraço.
Meu caro Luís,
Sempre aqui defendi que o futuro do País precisava da inovação de jovens desejosos de preparar a vida melhor das gerações vindouras.
Agora, a realidade fez-me mudar de ideias, porque os jovens que aparecem, são os «jotinhas» demasiado ambiciosos de riqueza pessoal e de imagem nos órgãos de comunicação e sem a mínima preparação para analisarem correctamente os problemas e escolherem as melhores soluções.
Nada de bom se pode esperar de quem usa mais a palavra e menos os olhos e os ouvidos. Temos apenas uma boca e dois olhos e dois ouvidos pelo que devemos falar menos do que vemos e ouvimos, isto é, do conhecimento apurado das realidades.
Com tanta vontade de palrar seria impossível manter a coerência daquilo que diz, e evitar contradições entre as afirmações de ontem e de hoje. Nem as largas dezenas de colaboradores que tem no gabinete lhe facilitam mais perfeição na sua tarefa de governar.
E, além das contradições que o descredibilizam, nada diz de realmente importante, porque não procura a preparação para a acção e depois não tem resultados práticos para mostrar.
Há alertas muir sensatos que deviam ser tidos em consideração como as palavras de Soromenho Marques em que diz haver défice de conhecimento e de ética pública da elite sem merecimento que nos arrasta neste pântano e também o que disse Marcelo Rebelo de Sousa em PM Impreparado.
Neste espaço, tenho procurado, da melhor forma didáctica que consigo, dar-lhe dicas para agir mais eficazmente. Bastava que desse a um dos seus assessores, que saiba ler, a tarefa de analisar o que tenho aqui publicado e, com base nisso, fazer uma lista de normas de actuação !!!
Abraço
João
Enviar um comentário