Transcrição de arquivo com esperança de que a realidade venha provar que é exagerado:
As Janeiras de Passos
CM. 130108. 1h00. Por: Fernanda Cachão, Editora da Correio Domingo
Pedro Passos Coelho aproveitou a oportunidade do Dia de Reis para "desejar a todos, a todos mesmo, mesmo àqueles que gostam pouco do Governo, que tenham um ano à altura de todas as suas expectativas". Obrigada, senhor primeiro-ministro.
Aos mais idosos, desejou "que consigam ter das organizações não-governamentais a ajuda e o conforto que muitas vezes não têm do Estado ou da família". Aos desempregados, que "possam ter a oportunidade de ter alguma formação e com isso poderem agarrar oportunidades de trabalho". Aos que dependem de outros, que "encontrem na família alargada do País a ajuda de que precisam".
O primeiro-ministro deseja, portanto, que se desenrasquem – pois não há dinheiro. O primeiro-ministro desejou ainda – e vale a pena continuar a citá-lo – que todos consigam ver este ano, mais do que em boa consciência ele próprio poderá ver, "a luz ao fundo do túnel". Nos jardins de S. Bento, Passos Coelho foi embalado pelas Janeiras. A esse propósito, disse ser preciso acarinhar "as boas tradições portuguesas". Sugerimos-lhe a figura do Zé, o povinho. (Talvez os juízes do Tribunal Constitucional se preparem para respeitar a tradição do manguito.)
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