Num mundo de ambições e de falta de senso, é difícil compreender a existência de grandes arsenais de armas nucleares e a apetência de outros países para as possuírem, embora para isso tenham de desviar recursos que fazem falta à população. Mas como se tornou moda, embora haja a intenção de evitar a sua disseminação ou proliferação, cada País tem o direito de ter a sua, pois são todos iguais em direitos.
Por outro lado, a estratégia nuclear, numa época em que o domínio do mundo se faz pela economia e desde há mais de 65 anos não foi utilizada nenhuma AN em conflito, tornou-se carente de lógica que a sustente. A dissuasão, só por si não a justifica, principalmente quando se teme o seu emprego indevido por grupos menos idóneos e incapazes de serenidade reflectida. Os poderosos com milhares de armas em stock carecem de autoridade moral e democrática para impedir a proliferação, para evitar que outros de as possuírem, como o Irão ou a Coreia do Norte.
Como se pode acabar com tal perigo para a humanidade? Não é pelas limitações à proliferação porque não pode ser apenas meia dúzia de Estados a possuir tais «venenos», quando outros os quererão ter. Só resta uma solução: os que as possuem devem decidir-se a destruir o seu arsenal até ao mínimo exemplar porque, só depois, têm autoridade para decretar sanções a qualquer prevaricador. E, para não haver malandrice contra os mais ingénuos, a eliminação das armas deve ser feita de forma controlada por uma agência da ONU, cujos relatórios devem servir de base para sanções económicas ou de outro tipo.
Estas reflexões vêm na sequência da notícia de que os «EUA perderam contacto com 50 mísseis nucleares». Parece que os 50 mísseis, d e entre os 450 do mesmo tipo, que estavam incontactáveis se encontravam obedientemente estacionados nos seus silos, mas uma avaria informática, não permitia a ligação entre a central de controlo e eles. Mas até podia ter-se dado a hipótese de terem ido dar uma volta e serem utilizados contra alvos do tipo Torres Gémeas. Trata-se de um caso estranho que mesmo as autoridades americanas ficaram perplexas, dadas as medidas de segurança sobrepostas. Mas pelos vistos nada é infalível, mesmo na América em relação aos seus milhares de armas nucleares. Daí ser mais racional os detentores de AN concordarem em eliminar tal tipo de armas.
Este tema já aqui foi abordado nos posts
Falta coragem para eliminar o perigo nuclear
Nuclear. Insanidade globalizada
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Perigo Nuclear
Publicada por A. João Soares à(s) 09:44
Etiquetas: estratégia, Nuclear
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