Por julgar muito interessante e elucidativo transcreve-se o texto que foi publicado como "carta ao Director" no "Público" e noutros jornais.
Os terrenos alagados na Ota
O "Público" publicou na primeira página do número de ontem, 22 de Novembro, uma fotografia de terrenos, neste momento alagados, da área prevista pelos "Aeroportos de Paris" (ADP) para implantação do aeroporto da Ota. Se este aeroporto vier a ser construído será, certamente, a maior construção da Europa em leito de cheias. Mas convém dizer mais o seguinte: a cota dos terrenos que aparecem na fotografia é de cerca de 5 metros acima do nível do mar e a cota prevista pelos ADP para a plataforma do aeroporto é de cerca de 30 metros.Será, assim, necessário fazer um aterro com cerca de 25 metros de altura sobre os terrenos representados. Estes terrenos, na zona das ribeiras, são terrenos argilosos e o firme (bed rock) encontra-se a cerca de – 20 metros.
Os estudos até agora divulgados parece revelarem a intenção de usar para fazer o aterro o " tout venant" retirado das zonas com cotas mais altas. Mas, a construção de aeroportos tem exigências muito especiais.
No caso da Ota, a consolidação das pistas exige: ou o uso de estacas com cerca de 50 metros; ou a substituição por areias de todo o material argiloso do leito das ribeiras acima do bed rock à semelhança do que foi feito no aeroporto de Macau; ou a consolidação dos terrenos argilosos por meios mecânicos, processo muito moroso e delicado, sobretudo num local sujeito a inundações.
Convém perguntar aos "Aeroportos de Paris" , que ganharam o concurso para assessoriar a NAER, qual é a solução que preconizam ou, então, se assumem a responsabilidade de dizer que o " tout venant" pode ser depositado no leito das ribeiras sem nenhuma ,preparação prévia.
Só depois será possível fazer um orçamento credível, o planeamento do estaleiro e a calendarização da obra.
António Brotas
Professor Catedrático Jubilado do IST
NOTA: quem serão os verdadeiros interessados nesta localização? Os controladores aéreos consideram muito perigosa a proximidade da serra de Montejunto e prevêem acidentes quer nas descolagens quer nas aterragens.
Postado por A. João Soares em 19:11
3 comentários:
deprofundis disse...
Mas não sabia? Quem vai ganhar com isto tudo é o lobi do cimento. Se o país não se afundar por completo.Negociatas com os terrenos da Portela, negociata com os terrenos da OTA, negociata com as derrapagens que, pelos vistos, vão ser imensas...
20-12-2006 20:48
A. João Soares disse...
E dizem haver outros: aqueles que compraram os terrenos que vão ser valorizados e que custaram o preço da «uva mijona». Há quem cite nomes, mas Mário Soares já desmentiu estar interessado nesse negócio. A. João Soares
20-12-2006 21:58
MRelvas disse...
Caro A. João Soares,
quem serão os interessados? Os que subsidiam os partidos... os mensalinhos locais,os mensalões locais... os pacóvios da trolhice... e os que noutros tempos combinando em segredo a futura obra adquiriram tão lamacentos terrenos pelo preço da "UVA MIJONA".Mas não se ficam por aqui... vão fazer obras agora e sempre na Portela no valor de milhões de contos, por isso meu amigo o "possível novo aeroporto só deverá estar pronto depois de 38 derrapagens no valor da OBRA! ASSIM VAI PORTUGAL! Ou o que resta dele.
Convido-o a ler a resposta ao Semanário o Crime no meu blog!
Abraços
MRelvas
21-12-2006 0:57
domingo, 21 de janeiro de 2007
Os terrenos alagados da Ota
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