sexta-feira, 21 de julho de 2023

A IMIGRAÇÃO OU A DEFESA DO INTERESSE NACIONAL

A IMIGRAÇÃO OU A DEFESA DO INTERESSE NACIONAL

(Public em O DIABO nº 2429 de 21-07-2023, pág 16. Por António João Soares)

Tenho encontrado muitos escritos com opiniões contraditórias e a actual situação em França constitui um alerta para um problema que deve ser bem ponderado para evitar o falso humanismo que possa acarretar consequências incontroláveis. Pessoalmente, tenho dois filhos que se encontram na América onde completaram os cursos à custa do esforço paterno, casaram e deram-me quatro netos todos já com formação universitária, um dos filhos é catedrático e outro que desistiu de o ser porque nas variantes da preparação não quis abandonar a esposa e os filhos, ela que não quis largar o emprego e os filhos que estavam bem ambientados no colégio que não convinha interromperem. A desistência da carreira e a competência que possuía deu-lhe acesso a um vencimento de luxo. Nenhum deles foi mendigar uma situação migrante e souberam terminar os seus estudos com muito êxito, integraram-se devidamente na sociedade local e têm trabalhado adequadamente para o desenvolvimento da vida nacional. 

Mas, normalmente, os imigrantes que chegam em quantidade à Europa não trazem preparação, capacidade para se integrarem na sociedade em que entraram, nem vontade em ganhar a vida sem recorrer à exploração mendicante da sociedade que os acolhe. Para pior, exigem apoios injustificados que não estão disponíveis para as classes mais carentes da sociedade local. Chega-se ao exagero de, em França, oriundos do Médio Oriente, sem respeito por religião diferente da sua, têm invadido as ruas de várias cidades com a fúria de destruir tudo quanto possam. Não é colonialismo mas sim uma selvageria sem o mínimo respeito pelo alheio e sem hipótese de isso lhes dar respeito a serem acolhidos como imigrantes civilizados.

Existem na Europa alguns teóricos políticos mentalmente condicionados por um falso humanismo desregrado, desta vez no âmbito que tem permitido que pessoas com outras culturas, outra religião, outras visões do mundo e da sociedade, outros costumes, outras tradições completamente diferentes da europeia, viessem para o seu Estado, sem qualquer enquadramento real ou cultural, sem ética ou o mínimo respeito pelas pessoas locais e as suas tradições. E sem a mínima vontade de se inserirem nas condições locais de trabalho com intenção de criarem capacidade própria de sobrevivência.

À forma como se deu a sua entrada em alguns Estados pode chamar-se de «falso humanismo» porque estavam a ser deixados entrar sem autorização legal, sem garantia de trabalho e remuneração, sem meios de subsistência e, sobretudo, sem nenhuma vontade de se integrarem na sociedade local. Sem vontade visível de obedecer às leis locais, sem vontade nenhuma de respeitarem os costumes, a cultura e as tradições vigentes, numa palavra, sem vontade de ajudarem a construir uma Nação melhor e de se integrarem nessa sociedade. Pelo contrário, entravam e continuam a entrar, com a vontade de submeterem o Estado e os seus cidadãos, aos seus próprios costumes, à sua religião, às suas leis. Para esse objetivo, estão a destruir valores históricos e artísticos de forma selvagem e violenta.

Perante este cenário, não será fácil encontrar uma solução para normalizar o acolhimento de imigrantes, porque o falso humanismo está condicionado por pessoas sem cérebro evoluído e sem verdadeiro patriotismo que lhes permita tomar uma posição correcta sobre a imigração humanitária e sobre os reais interesses nacionais. E vários governantes não têm coragem para se opor aos falsos humanistas, porque estes apresentam argumentos de uma forma que os assusta com perda de votos em eleições futuras. Infelizmente há políticos para quem os interesses nacionais nem sempre valerão o risco de uma pequena perda de votos perante opiniões de falsos humanistas com palavras sonantes. 

Esperemos que os nossos governantes saibam acolher imigrantes que tragam algo de útil para eles e que possa também ter vantagem para o futuro dos nossos cidadãos, sem lhes alterar a sua actual existência e convivência harmoniosa.


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